629. Para benefício de todos os homens, Jesus experimentou a morte (526). Foi, de verdade, o Filho de Deus feito homem que morreu e foi sepultado.
630. Durante a permanência de Cristo no túmulo, a sua pessoa divina continuou a assumir tanto a alma como o corpo, apesar de separados entre si pela morte. Por isso, o corpo de Cristo morto «não sofreu a corrupção» (Act 13,37).
Catecismo.
sábado, março 30, 2013
Jesus Cristo foi sepultado.
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O cálice transborda. Charles Fonseca.
O CÁLICE TRANSBORDA
Charles Fonseca
Afastem de mim este cálice
Do estar distante odioso
Eu estou salvo idoso
Do desamor, afaste-se.
Tragam pra mim este cálice
De só falar de amores
De só odiar rancores
Do só a vós amar, fale-se.
Charles Fonseca
Afastem de mim este cálice
Do estar distante odioso
Eu estou salvo idoso
Do desamor, afaste-se.
Tragam pra mim este cálice
De só falar de amores
De só odiar rancores
Do só a vós amar, fale-se.
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.....O CÁLICE TRANSBORDA
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sexta-feira, março 29, 2013
Singular. Charles Fonseca.
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Praça Municipal de Salvador. Charles Fonseca.
PRAÇA MUNICIPAL DE SALVADOR
Charles Fonseca
Ali vi o prefeito Virgildasio Sena ser preso pela ditadura. Ali recebi uma coronhada de fuzil. Ali me encostei num canto da praça enquanto a soldadesca batia. Ali perdi aquela que nunca veio a ser minha namorada. Ali acabou uma tarde de domingo após ver capoeira de Angola do Mestre Pastinha antes dele ir à África e de nunca mais ver a luz do sol. As mulheres ao fim da tarde em vestidos saia rodada e perfumes faziam que não viam os olhares gulosos dos homens a fumar. A mulher do roxo ali desfilava, mistura de dama e mendiga, freira e noiva abandonada ao altar. Que havia naquela alma, no seu coração a não ser sobre seus fartos peitos um humilde crucifixo a balouçar?
Charles Fonseca
Ali vi o prefeito Virgildasio Sena ser preso pela ditadura. Ali recebi uma coronhada de fuzil. Ali me encostei num canto da praça enquanto a soldadesca batia. Ali perdi aquela que nunca veio a ser minha namorada. Ali acabou uma tarde de domingo após ver capoeira de Angola do Mestre Pastinha antes dele ir à África e de nunca mais ver a luz do sol. As mulheres ao fim da tarde em vestidos saia rodada e perfumes faziam que não viam os olhares gulosos dos homens a fumar. A mulher do roxo ali desfilava, mistura de dama e mendiga, freira e noiva abandonada ao altar. Que havia naquela alma, no seu coração a não ser sobre seus fartos peitos um humilde crucifixo a balouçar?
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Sepultados com Cristo...
«SEPULTADOS COM CRISTO...»
628. O Batismo, cujo sinal original e pleno é a imersão, significa eficazmente a descida ao túmulo, por parte do cristão que morre para o pecado com Cristo, com vista a uma vida nova. «Fomos sepultados com Ele, pelo Baptismo, na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova» (Rm 6, 4) (525).
Catecismo
628. O Batismo, cujo sinal original e pleno é a imersão, significa eficazmente a descida ao túmulo, por parte do cristão que morre para o pecado com Cristo, com vista a uma vida nova. «Fomos sepultados com Ele, pelo Baptismo, na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova» (Rm 6, 4) (525).
Catecismo
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Agostino Cornacchini, 1725 - Equestrian statue of Charlemagne Basilica di San Pietro -Rome
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As folhas secas. Charles Fonseca.
AS FOLHAS SECAS
Charles Fonseca
Pisas as folhas por secas
Por ti já foram tão verdes
Cheirosas mas tu não vedes
Sem seiva morreram pecas.
É que lhes faltaram seivas
Do amor que das raízes
Sobe às flores matrizes
Dos frutos, tão só me deixas!
São folhas de velha murta
Cheirosas um dia já foram
Por ti embora que morram
Olha, a vida é tão curta!
Charles Fonseca
Pisas as folhas por secas
Por ti já foram tão verdes
Cheirosas mas tu não vedes
Sem seiva morreram pecas.
É que lhes faltaram seivas
Do amor que das raízes
Sobe às flores matrizes
Dos frutos, tão só me deixas!
São folhas de velha murta
Cheirosas um dia já foram
Por ti embora que morram
Olha, a vida é tão curta!
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Sebastião Salgado.
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quinta-feira, março 28, 2013
Prefiro as máquinas que servem para não funcionar: quando cheias de areia de formiga e musgo - elas podem um dia milagrar de flores. Manoel de Barros.
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O amor analógico. Charles Fonseca.
O AMOR ANALÓGICO
Charles Fonseca
Não bastasse o copiar e colar em exagero no facebook agora surgiu nova moda de postar fotos de crianças com porta estandartes a dizer “papai (ou mamãe) disse que vou ganhar isso ou aquilo se conseguir tantos compartilhamentos...” e acrescentam “se você acha que eu mereço, compartilhe”. Como você se sentiria se o merecimento em receber tal ou qual presente ficasse na dependência do gesto aparentemente piedoso do compartilhar feito por alguém que nem lhe conheceria? E que pai ou mãe haveria de renunciar ao julgamento de presentear a criança por amor e merecimento e não por esse consumo digital em detrimento do analógico da convivência no lar que o afeto traz à criança?
Charles Fonseca
Não bastasse o copiar e colar em exagero no facebook agora surgiu nova moda de postar fotos de crianças com porta estandartes a dizer “papai (ou mamãe) disse que vou ganhar isso ou aquilo se conseguir tantos compartilhamentos...” e acrescentam “se você acha que eu mereço, compartilhe”. Como você se sentiria se o merecimento em receber tal ou qual presente ficasse na dependência do gesto aparentemente piedoso do compartilhar feito por alguém que nem lhe conheceria? E que pai ou mãe haveria de renunciar ao julgamento de presentear a criança por amor e merecimento e não por esse consumo digital em detrimento do analógico da convivência no lar que o afeto traz à criança?
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Massacre dos inocentes. Peter Paul Rubens.
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quarta-feira, março 27, 2013
Agostino Cornacchini, 1725-26 - Hope - San Giovanni in Laterano - Rome
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Ai, os teus perfumes! Charles Fonseca.
AI, OS TEUS PERFUMES!
Charles Fonseca
Ai, os teus perfumes
Os teus beijos, ai,
São arpejos tais
Céus desejo, cumes.
Ai, os teus gemidos,
Teus desejos loucos,
Meus gemidos roucos,
Morto entre ais, vivo.
Charles Fonseca
Ai, os teus perfumes
Os teus beijos, ai,
São arpejos tais
Céus desejo, cumes.
Ai, os teus gemidos,
Teus desejos loucos,
Meus gemidos roucos,
Morto entre ais, vivo.
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Verde perto é diferente de ver de perto. Salvador, Bahia.
Parque da Cidade está sendo retalhado por empreiteira.
É inacreditável. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) plantou uma muda de pau-brasil no Parque da Cidade. Inventou um programa chamado Verde Perto. O marketing político não tem limites.Mas manteve um incrível silêncio sobre a empreiteira que insiste em retalhar a mata do Parque, para construir edifício. Desde 2009 o jornal A Tarde fotografou o ataque. A prefeitura do João Henrique (PMDB) lavou as mãos. A obra só parou com a ação do Ministério Público. Ainda assim, uma liminar fez com que a obra subisse mais um andar. Quem vai acreditar na campanha do verde com uma agressão tão violenta contra o Parque da Cidade? Isso não está cheirando um biombo para permitir que a empreiteira construa na área do parque?
Oldack Miranda. Facebook.
É inacreditável. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) plantou uma muda de pau-brasil no Parque da Cidade. Inventou um programa chamado Verde Perto. O marketing político não tem limites.Mas manteve um incrível silêncio sobre a empreiteira que insiste em retalhar a mata do Parque, para construir edifício. Desde 2009 o jornal A Tarde fotografou o ataque. A prefeitura do João Henrique (PMDB) lavou as mãos. A obra só parou com a ação do Ministério Público. Ainda assim, uma liminar fez com que a obra subisse mais um andar. Quem vai acreditar na campanha do verde com uma agressão tão violenta contra o Parque da Cidade? Isso não está cheirando um biombo para permitir que a empreiteira construa na área do parque?
Oldack Miranda. Facebook.
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terça-feira, março 26, 2013
Não vai faltar água
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Petrobras
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Por que? Charles Fonseca.
POR QUE?
Charles Fonseca
Se há uma coisa que gosto é intimidade. Unha com carne, olho no olho, chamego, xodó, cheiro de mulher, alfazema de bebê, sofrer de tanto amar, saudade, vontade de ver, ouvir um lamento, um só pensamento, juntinho a sós, sem o amor que será de nós, dos vós, onde avós, fiquei sem voz, és surdo, é tudo? Tu és hominídeo ou és digital e eu analógico? Pareço com quem e tu mais a quem? Foi tudo um sonho, foi só brincadeira, não pense asneira, estranho bisonho. Eu quero sonhar, sorrir, lamentar. Embora me vá ainda estou e quando me for não vás lamentar. É tarde sol posto saudade desgosto por que esta minha mania de tudo rimar? Que chato, eu quero escrever em prosa sem métrica rima olhar mais pra cima eu quero a gostosa a tua risada sem ti tudo é mundinho, me mudo, contudo, por que tanto amar?
Charles Fonseca
Se há uma coisa que gosto é intimidade. Unha com carne, olho no olho, chamego, xodó, cheiro de mulher, alfazema de bebê, sofrer de tanto amar, saudade, vontade de ver, ouvir um lamento, um só pensamento, juntinho a sós, sem o amor que será de nós, dos vós, onde avós, fiquei sem voz, és surdo, é tudo? Tu és hominídeo ou és digital e eu analógico? Pareço com quem e tu mais a quem? Foi tudo um sonho, foi só brincadeira, não pense asneira, estranho bisonho. Eu quero sonhar, sorrir, lamentar. Embora me vá ainda estou e quando me for não vás lamentar. É tarde sol posto saudade desgosto por que esta minha mania de tudo rimar? Que chato, eu quero escrever em prosa sem métrica rima olhar mais pra cima eu quero a gostosa a tua risada sem ti tudo é mundinho, me mudo, contudo, por que tanto amar?
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Vincent Willem van Gogh
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Avenida Paralela. Charles Fonseca.
AVENIDA PARALELA
Charles Fonseca
Percorri a Avenida Paralela ao mar um dia antes de inaugurar, já asfaltada, sem sinalização, tudo escuro, de noite, um breu. Fusquinha, camisa de seda pura florida manga comprida, sapato novo solado de couro, um samba, saudade de Itapuã. Dancei, dancei. Só batuque, um pandeiro, cuíca a chorar. Chorei. Fim da noite, mesa cerveja, solado tristeza. Furou, furou, ai! Morreu, morreu, mais...
Charles Fonseca
Percorri a Avenida Paralela ao mar um dia antes de inaugurar, já asfaltada, sem sinalização, tudo escuro, de noite, um breu. Fusquinha, camisa de seda pura florida manga comprida, sapato novo solado de couro, um samba, saudade de Itapuã. Dancei, dancei. Só batuque, um pandeiro, cuíca a chorar. Chorei. Fim da noite, mesa cerveja, solado tristeza. Furou, furou, ai! Morreu, morreu, mais...
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Leoa Guennol de 5 mil Anos
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O tirano e o caixeiro-viajante. Clóvis Rossi.
Clique: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/1252463-o-tirano-e-o-caixeiro-viajante.shtml
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Anjinhos. Charles Fonseca.
ANJINHOS
Charles Fonseca
Ah, das sementes plantadas,
Os frutos colhidos a esmo,
Os suculentos que eu mesmo
Colhi em eras passadas!
Ah, do meu caule rebentos
Túrgidos da seiva primeva!
Hoje rebentam entre ervas
Neste meu solo lamentos
Que se elevam aos céus
Que de entre espinhos afloram
Quem sabe até por mim oram
Anjinhos, quem sabe, a Deus?
Charles Fonseca
Ah, das sementes plantadas,
Os frutos colhidos a esmo,
Os suculentos que eu mesmo
Colhi em eras passadas!
Ah, do meu caule rebentos
Túrgidos da seiva primeva!
Hoje rebentam entre ervas
Neste meu solo lamentos
Que se elevam aos céus
Que de entre espinhos afloram
Quem sabe até por mim oram
Anjinhos, quem sabe, a Deus?
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Freud pára e olha
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segunda-feira, março 25, 2013
Cronicamente. Charles Fonseca.
CRONICAMENTE
Charles Fonseca
Como escrever esta crônica? Sem assunto, paixão, razão, quem vai ler esta zorra, por piedade? Não é pra ganhar dinheiro, converter incréus, arrebanhar fiéis, é só um passatempo enquanto espero dar uma boa caminhada numa esteira rolante, avaliação cardiológica de rotina, você crê? Mas meu coração vai até bem depois de tanto pára e anda, para onde, com quem, você vem ou eu vou? Gostou da mudança? Eu também. Mas o tal do cardiologista está demorando de me atender ou fartô ao trabaio cumpanhêro? Um soslaio, um piscar d’olhos, a recepcionista sorri plastificado e eu acoitado nesse cantinho da sala, solo, a amada que adoro foi dar uma voltinha no em torno e eu retorno ao início. Será que já é uma crônica ou só um lero lero eu quero, eu quero, você não? É só mão na mão, tudo foi ilusão, me atacou um tesão, agora não, daqui a pouco, eu também quero... “– Sr. Charles, por favor!” Logo agora que estava esquentando?
Charles Fonseca
Como escrever esta crônica? Sem assunto, paixão, razão, quem vai ler esta zorra, por piedade? Não é pra ganhar dinheiro, converter incréus, arrebanhar fiéis, é só um passatempo enquanto espero dar uma boa caminhada numa esteira rolante, avaliação cardiológica de rotina, você crê? Mas meu coração vai até bem depois de tanto pára e anda, para onde, com quem, você vem ou eu vou? Gostou da mudança? Eu também. Mas o tal do cardiologista está demorando de me atender ou fartô ao trabaio cumpanhêro? Um soslaio, um piscar d’olhos, a recepcionista sorri plastificado e eu acoitado nesse cantinho da sala, solo, a amada que adoro foi dar uma voltinha no em torno e eu retorno ao início. Será que já é uma crônica ou só um lero lero eu quero, eu quero, você não? É só mão na mão, tudo foi ilusão, me atacou um tesão, agora não, daqui a pouco, eu também quero... “– Sr. Charles, por favor!” Logo agora que estava esquentando?
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A prata da casa
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NÃO DEIXAREIS O VOSSO SANTO SOFRER A CORRUPÇÃO
«NÃO DEIXAREIS O VOSSO SANTO SOFRER A CORRUPÇÃO»
627. A morte de Cristo foi uma verdadeira morte, na medida em que pôs fim à sua existência humana terrena. Mas por causa da união que a Pessoa do Filho manteve com o seu corpo, este não se tornou um despojo mortal como os outros, porque «não era possível que Ele ficasse sob o domínio» da morte (Act 2, 24) e, por isso, «o poder divino preservou o corpo de Cristo da corrupção» (521). De Cristo pode dizer-se ao mesmo tempo: «Foi cortado da terra dos vivos» (Is 53, 8) e: «A minha carne repousará na esperança, porque Tu não abandonarás a minha alma na mansão dos mortos, nem deixarás que o teu santo conheça a corrupção» (Act 2, 26-27) (522). A ressurreição de Jesus «ao terceiro dia» (1 Cor 15, 4; Lc 24, 46) (523) era disso sinal, até porque se julgava que a corrupção começava a manifestar-se a partir do quarto dia (524).
Catecismo
627. A morte de Cristo foi uma verdadeira morte, na medida em que pôs fim à sua existência humana terrena. Mas por causa da união que a Pessoa do Filho manteve com o seu corpo, este não se tornou um despojo mortal como os outros, porque «não era possível que Ele ficasse sob o domínio» da morte (Act 2, 24) e, por isso, «o poder divino preservou o corpo de Cristo da corrupção» (521). De Cristo pode dizer-se ao mesmo tempo: «Foi cortado da terra dos vivos» (Is 53, 8) e: «A minha carne repousará na esperança, porque Tu não abandonarás a minha alma na mansão dos mortos, nem deixarás que o teu santo conheça a corrupção» (Act 2, 26-27) (522). A ressurreição de Jesus «ao terceiro dia» (1 Cor 15, 4; Lc 24, 46) (523) era disso sinal, até porque se julgava que a corrupção começava a manifestar-se a partir do quarto dia (524).
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Adele Bloch-Bauer II. Gustav Klimt.
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Poema sentido. Charles Fonseca.
POEMA SENTIDO
Charles Fonseca
Ele é um voador
Vive ele em fantasia
O néscio o arrelia
O sábio ilustra a dor
De jovem, meio inocente,
Por um lado cerceado
Por outro ele é minado
Sua alma está doente
Uns falseiam a verdade
Outros arrotam desprezo
O próprio mesmo é um preso
Da censura, sua herdade,
Oh Deus! tanto grilhão
Em terra do homem mau
No mar bote sem nau
Dá a ele luz quinhão
Enquanto há esperança
Tu que era e és antes
Da matéria, és o instante
Imóvel , move a criança
Que sacoleja e é carente
Rasteja não sendo réptil
Se voa é folha séssil
Tão à toa e só se sente.
Charles Fonseca
Ele é um voador
Vive ele em fantasia
O néscio o arrelia
O sábio ilustra a dor
De jovem, meio inocente,
Por um lado cerceado
Por outro ele é minado
Sua alma está doente
Uns falseiam a verdade
Outros arrotam desprezo
O próprio mesmo é um preso
Da censura, sua herdade,
Oh Deus! tanto grilhão
Em terra do homem mau
No mar bote sem nau
Dá a ele luz quinhão
Enquanto há esperança
Tu que era e és antes
Da matéria, és o instante
Imóvel , move a criança
Que sacoleja e é carente
Rasteja não sendo réptil
Se voa é folha séssil
Tão à toa e só se sente.
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Elis Regina - Atras da Porta - ao vivo
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domingo, março 24, 2013
Patati. Charles Fonseca. Prosa.
PATATI
Charles Fonseca
E lá se vão décadas. Patati, patatá, dei-lhe meu número de telefone. Pedi o dela, ela não respondeu. Que foi que lhe deu? Onde foi que mordeu? Também fiz que não entendi. Melhor pra mim, melhor pra ela. As paredes têm ouvidos, também podem escutar. Agora posso contar. Nesse novo modo de escrever, teclo o que não sei dizer, o que não soube nem nunca saber hei.
Charles Fonseca
E lá se vão décadas. Patati, patatá, dei-lhe meu número de telefone. Pedi o dela, ela não respondeu. Que foi que lhe deu? Onde foi que mordeu? Também fiz que não entendi. Melhor pra mim, melhor pra ela. As paredes têm ouvidos, também podem escutar. Agora posso contar. Nesse novo modo de escrever, teclo o que não sei dizer, o que não soube nem nunca saber hei.
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Charles Fonseca
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Cabeleireiro ou médico? Decisão capital.
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Alabastrina. Charles Fonseca.
ALABASTRINA
Charles Fonseca
Quero o alabastrino todo
Não só teu corpo em parte
Quero fazer nele arte
Arde-me aplaca meu fogo
No lago das tuas delícias
No fundo dos teus refolhos
Até desmaiem teus olhos
Gozo ante minhas carícias.
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Freud carente de visitas íntimas. Ingresso 7 cédulas de 100 reais.
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CONVERSÃO. Suely Monteiro
CONVERSÃO
Suely Monteiro
Conquistando a paz!
Refletindo sobre as questões religiosas me lembrei de que Jesus, às vésperas do Calvário, reunido com seus discípulos, dirigindo-se a Simão proferiu as seguintes palavras: “e tu quando te converteres confirma teus irmãos.” - Jesus. (Lucas, 22:32).
Não é segredo para ninguém e, muito menos para os que professam uma religião o quanto Simão era ativo companheiro do apostolado de Cristo.
É fácil encontrar passagens de Jesus pregando na singeleza do lar do pescador que, por sua vez, presenciou curas de leprosos, de cegos e loucos, efetuadas pelas divinas e abençoadas mãos do Senhor. Todavia, apesar dessa convivência direta e diária, Simão por três vezes, negou Jesus. Também não esteve ao lado do mestre na hora suprema.
Foram precisos, como sabemos pela história desse arrojado profeta, muitos anos de trabalho, de sacrifícios, de grandes lutas consigo mesmo para que ele pudesse, de fato, se converter ao Evangelho e dar testemunho do que aprendeu com o Cristo.
Lembro-me de uma situação intrigante que vivi quando estava hospitalizada para me livrar de um câncer. Conversávamos na sala da radioterapia, duas senhoras e eu, além da enfermeira que nos atendia (uma pessoa encantadora). Ela nos confortava citando alguns versículos da Bíblia dizendo que esta era a palavra de Deus. Uma das senhoras presentes, entusiasmou-se e, também, citou outros versículos que corroboravam o poder de cura de Deus e se disse, também estudante da Bíblia.
O clima era bem tranquilo e eu estava gostando de ouvir (sempre gostei de ouvir falar de Deus), quando a enfermeira falou: “Vamos pedir a Jeová...” ela não chegou a terminar sua fala. Foi rechaçada de maneira quase ríspida. Como estávamos numa sala pequena, outras pessoas que não estavam no grupo acabaram entrando na conversa, tomando partido de uma ou de outra. O clima que era bom foi ficando desconcertante e quase hostil, apesar de todas estarem, a seu modo, defendendo o seu Deus que, não creio precise de defesa, mas espera que demos seguimento às Suas ações no bem.
Fiquei observando calada. A exceção da enfermeira, éramos todas doentes do corpo, mas, eu pensava, será que somente o nosso corpo está doente? Será que o “fundamentalismo” (neste caso prefiro usar aspas) religioso também é uma doença e precisa ser tratada?
Segui para fazer a sessão de rádio e no silêncio da sala, olhando para o rosto suave e terno da enfermeira voltei, por um instante, ao passado, às aulas de Filosofia da Religião...
Relembrei a minha surpresa quando, comparando a pedido do professor, dez bíblias, observei que as diferenças de tradução de uma para outra mudavam substancialmente o sentido dos textos que ele sinalizara para nossa análise.
Muitas outras dúvidas em relação às diferenças nos textos biblicos encontradas naquela época de estudante , emergiram de minha mente em forma de interrogações. Compartilho com voces algumas delas:
Será que as pessoas em geral sabem que existem essas diferenças e outras, possivelmente, de outros tipos, e nas outras bíblias que não analisamos?
Será que elas se debruçam, também, para fazer comparações histórico-contextual, comparações de traduções ou ficam somente presas à sua Bíblia particular e às interpretações, na maioria das vezes ponderadas, mas nem sempre concordantes, em vários aspectos, com o original?
Quantos confiam somente na interpretação fornecida pelos estudiosos, uma vez que a Bíblia, por sua densidade, metáforas e simbolismos não é um livro muito fácil de ler e entender?
Quantos pregadores tem boa vontade, mas não conhecem o dinamismo das línguas e suas variantes dentro de um mesmo idioma ? O português de hoje é muito diferente do portugues do início do século passado e, para lermos um documento da época do descobrimento do Brasil por exemplo, é necessário um profundo conhecimento do portugues arcaico. Imaginemos as mudanças que o grego, o aramaico e o hebraico sofreram ao longo de dois mil anos e teremos aí uma das grandes dificuldades dos devotados ao estudo das escrituras, sem falar na interferência, consciente ou não, do tradutor que é inevitável!
A verdade é que desde aquela ocasião eu vivo me perguntando se não estamos transformando Deus em um deus tribal? Se ao insistirmos em disputar entre nós o poder do nosso Deus não estaremos voltando à época da mitologia, dos muitos deuses, num retrocesso que só servirá para aumentar o número de incrédulos, de ateus, ou seja, uma ação contrária à pretendida?
Talvez - penso - seja mais sensato ampliarmos nossa atitude de solidariedade a todos. Quem sabe acolher com carinho as diferenças, incluindo-as quando não agredirem a nossa fé, os nossos princípios e afastando-nos delas quando não nos convierem como ensinou Paulo, mas sem estardalhaço, sem ironia, sem ferir, sem atitude de superioridade em relação ao outro?
Quem sabe se imitando os gestos e atitudes dAquele que tudo pode e, ainda assim permite as diferenças, não aprenderemos a ser mais humildes de coração e mais próximos dEle que nunca perguntou quem era quem na hora de servir e, também, nunca exigiu ser servido e, muito menos tentou se impôr? Ou será que acreditamos que na época em que Jesus viveu não existiam conflitos de idéias e de interesses? Existiam, sim e muitos. No entanto, ele nunca entrou em disputa para provar que Ele melhor do que os outros, implantaria o Reino de Deus na Terra, segundo uns e no coração dos homens, segundo outros, nos quais eu me incluo.
Jesus veio , fez o que tinha que fazer sem exigir reconhecimento, cooperação ou seguidores.
Deixou-nos livres para decidir e, presenteou-nos, com o melhor código de condutas que, ainda hoje, não incorporamos: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos".
Quem ama não julga, educa, com paciencia e indulgência que é um sentimento doce e tranquilizante para quem o recebe e enobrecedor para quem oferece.
É assim que Ele age conosco, dois mil anos após o seu martírio!
Atos falam mais do que mil palavras e foi com eles que Simão Pedro, Paulo e outros apóstolos, após se converterem, confirmaram, seguindo as instruções de Jesus, um grande rebanho.
E, nós, seguiremos fazendo apologias vazias de exemplos, criando separações entre os irmãos por parte de Pai ? Ou aprenderemos a praticar em nós, a poda moral que significa cortar o orgulho, o egoismo e a vaidade, para sermos instrumentos, amorosos, unificadores e, verdadeiramente, servirmos como convém a um cristão que se diz convertido?
Suely Monteiro
Conquistando a paz!
Refletindo sobre as questões religiosas me lembrei de que Jesus, às vésperas do Calvário, reunido com seus discípulos, dirigindo-se a Simão proferiu as seguintes palavras: “e tu quando te converteres confirma teus irmãos.” - Jesus. (Lucas, 22:32).
Não é segredo para ninguém e, muito menos para os que professam uma religião o quanto Simão era ativo companheiro do apostolado de Cristo.
É fácil encontrar passagens de Jesus pregando na singeleza do lar do pescador que, por sua vez, presenciou curas de leprosos, de cegos e loucos, efetuadas pelas divinas e abençoadas mãos do Senhor. Todavia, apesar dessa convivência direta e diária, Simão por três vezes, negou Jesus. Também não esteve ao lado do mestre na hora suprema.
Foram precisos, como sabemos pela história desse arrojado profeta, muitos anos de trabalho, de sacrifícios, de grandes lutas consigo mesmo para que ele pudesse, de fato, se converter ao Evangelho e dar testemunho do que aprendeu com o Cristo.
Lembro-me de uma situação intrigante que vivi quando estava hospitalizada para me livrar de um câncer. Conversávamos na sala da radioterapia, duas senhoras e eu, além da enfermeira que nos atendia (uma pessoa encantadora). Ela nos confortava citando alguns versículos da Bíblia dizendo que esta era a palavra de Deus. Uma das senhoras presentes, entusiasmou-se e, também, citou outros versículos que corroboravam o poder de cura de Deus e se disse, também estudante da Bíblia.
O clima era bem tranquilo e eu estava gostando de ouvir (sempre gostei de ouvir falar de Deus), quando a enfermeira falou: “Vamos pedir a Jeová...” ela não chegou a terminar sua fala. Foi rechaçada de maneira quase ríspida. Como estávamos numa sala pequena, outras pessoas que não estavam no grupo acabaram entrando na conversa, tomando partido de uma ou de outra. O clima que era bom foi ficando desconcertante e quase hostil, apesar de todas estarem, a seu modo, defendendo o seu Deus que, não creio precise de defesa, mas espera que demos seguimento às Suas ações no bem.
Fiquei observando calada. A exceção da enfermeira, éramos todas doentes do corpo, mas, eu pensava, será que somente o nosso corpo está doente? Será que o “fundamentalismo” (neste caso prefiro usar aspas) religioso também é uma doença e precisa ser tratada?
Segui para fazer a sessão de rádio e no silêncio da sala, olhando para o rosto suave e terno da enfermeira voltei, por um instante, ao passado, às aulas de Filosofia da Religião...
Relembrei a minha surpresa quando, comparando a pedido do professor, dez bíblias, observei que as diferenças de tradução de uma para outra mudavam substancialmente o sentido dos textos que ele sinalizara para nossa análise.
Muitas outras dúvidas em relação às diferenças nos textos biblicos encontradas naquela época de estudante , emergiram de minha mente em forma de interrogações. Compartilho com voces algumas delas:
Será que as pessoas em geral sabem que existem essas diferenças e outras, possivelmente, de outros tipos, e nas outras bíblias que não analisamos?
Será que elas se debruçam, também, para fazer comparações histórico-contextual, comparações de traduções ou ficam somente presas à sua Bíblia particular e às interpretações, na maioria das vezes ponderadas, mas nem sempre concordantes, em vários aspectos, com o original?
Quantos confiam somente na interpretação fornecida pelos estudiosos, uma vez que a Bíblia, por sua densidade, metáforas e simbolismos não é um livro muito fácil de ler e entender?
Quantos pregadores tem boa vontade, mas não conhecem o dinamismo das línguas e suas variantes dentro de um mesmo idioma ? O português de hoje é muito diferente do portugues do início do século passado e, para lermos um documento da época do descobrimento do Brasil por exemplo, é necessário um profundo conhecimento do portugues arcaico. Imaginemos as mudanças que o grego, o aramaico e o hebraico sofreram ao longo de dois mil anos e teremos aí uma das grandes dificuldades dos devotados ao estudo das escrituras, sem falar na interferência, consciente ou não, do tradutor que é inevitável!
A verdade é que desde aquela ocasião eu vivo me perguntando se não estamos transformando Deus em um deus tribal? Se ao insistirmos em disputar entre nós o poder do nosso Deus não estaremos voltando à época da mitologia, dos muitos deuses, num retrocesso que só servirá para aumentar o número de incrédulos, de ateus, ou seja, uma ação contrária à pretendida?
Talvez - penso - seja mais sensato ampliarmos nossa atitude de solidariedade a todos. Quem sabe acolher com carinho as diferenças, incluindo-as quando não agredirem a nossa fé, os nossos princípios e afastando-nos delas quando não nos convierem como ensinou Paulo, mas sem estardalhaço, sem ironia, sem ferir, sem atitude de superioridade em relação ao outro?
Quem sabe se imitando os gestos e atitudes dAquele que tudo pode e, ainda assim permite as diferenças, não aprenderemos a ser mais humildes de coração e mais próximos dEle que nunca perguntou quem era quem na hora de servir e, também, nunca exigiu ser servido e, muito menos tentou se impôr? Ou será que acreditamos que na época em que Jesus viveu não existiam conflitos de idéias e de interesses? Existiam, sim e muitos. No entanto, ele nunca entrou em disputa para provar que Ele melhor do que os outros, implantaria o Reino de Deus na Terra, segundo uns e no coração dos homens, segundo outros, nos quais eu me incluo.
Jesus veio , fez o que tinha que fazer sem exigir reconhecimento, cooperação ou seguidores.
Deixou-nos livres para decidir e, presenteou-nos, com o melhor código de condutas que, ainda hoje, não incorporamos: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos".
Quem ama não julga, educa, com paciencia e indulgência que é um sentimento doce e tranquilizante para quem o recebe e enobrecedor para quem oferece.
É assim que Ele age conosco, dois mil anos após o seu martírio!
Atos falam mais do que mil palavras e foi com eles que Simão Pedro, Paulo e outros apóstolos, após se converterem, confirmaram, seguindo as instruções de Jesus, um grande rebanho.
E, nós, seguiremos fazendo apologias vazias de exemplos, criando separações entre os irmãos por parte de Pai ? Ou aprenderemos a praticar em nós, a poda moral que significa cortar o orgulho, o egoismo e a vaidade, para sermos instrumentos, amorosos, unificadores e, verdadeiramente, servirmos como convém a um cristão que se diz convertido?
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1911, Cyrus Edwin Dallin - Chefe Joseph Coleção particular
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sábado, março 23, 2013
O corpo de Cristo no sepulcro
O CORPO DE CRISTO NO SEPULCRO
625. A permanência do corpo de Cristo no túmulo constitui o laço real entre o estado passível de Cristo antes da Páscoa e o seu estado glorioso actual de ressuscitado. É a mesma pessoa do «Vivente» que pode dizer: «Estive morto e eis-Me vivo pelos séculos dos séculos» (Ap 1, 18):
«É este o mistério do desígnio de Deus àcerca da morte e da ressurreição dos mortos: se Ele não impediu que a morte separasse a alma do corpo, segundo a ordem necessária da natureza: mas juntou-os de novo um ao outro pela ressurreição, a fim de ser Ele próprio na sua pessoa o ponto de encontro da morte e da vida, suspendendo em Si a decomposição da natureza produzida pela morte e tornando-Se, Ele próprio, princípio de reunião para as partes separadas» (517).
626. Uma vez que o «Príncipe da Vida», a quem deram a morte (518), é precisamente o mesmo «Vivente que ressuscitou» (519), é forçoso que a pessoa divina do Filho de Deus tenha continuado a assumir a alma e o corpo, separados um do outro pela morte:
«Embora Cristo, enquanto homem tenha sofrido a morte e a sua santa alma tenha sido separada do seu corpo imaculado, nem por isso a divindade se separou, de nenhum modo, nem da alma nem do corpo: e nem por isso a Pessoa única foi dividida em duas. Tanto o corpo como a alma tiveram existência simultânea, desde o início, na Pessoa do Verbo; e, apesar de na morte terem sido separados, nenhum dos dois deixou de subsistir na Pessoa única do Verbo» (520).
Catecismo
625. A permanência do corpo de Cristo no túmulo constitui o laço real entre o estado passível de Cristo antes da Páscoa e o seu estado glorioso actual de ressuscitado. É a mesma pessoa do «Vivente» que pode dizer: «Estive morto e eis-Me vivo pelos séculos dos séculos» (Ap 1, 18):
«É este o mistério do desígnio de Deus àcerca da morte e da ressurreição dos mortos: se Ele não impediu que a morte separasse a alma do corpo, segundo a ordem necessária da natureza: mas juntou-os de novo um ao outro pela ressurreição, a fim de ser Ele próprio na sua pessoa o ponto de encontro da morte e da vida, suspendendo em Si a decomposição da natureza produzida pela morte e tornando-Se, Ele próprio, princípio de reunião para as partes separadas» (517).
626. Uma vez que o «Príncipe da Vida», a quem deram a morte (518), é precisamente o mesmo «Vivente que ressuscitou» (519), é forçoso que a pessoa divina do Filho de Deus tenha continuado a assumir a alma e o corpo, separados um do outro pela morte:
«Embora Cristo, enquanto homem tenha sofrido a morte e a sua santa alma tenha sido separada do seu corpo imaculado, nem por isso a divindade se separou, de nenhum modo, nem da alma nem do corpo: e nem por isso a Pessoa única foi dividida em duas. Tanto o corpo como a alma tiveram existência simultânea, desde o início, na Pessoa do Verbo; e, apesar de na morte terem sido separados, nenhum dos dois deixou de subsistir na Pessoa única do Verbo» (520).
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Evandro Teixeira
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Charles, o Rouxinol que pensou que era Corvo. Anienne Nascimento.
Charles, o Rouxinol que pensou que era Corvo
Anienne Nascimento
Era uma vez um lindo casal de rouxinóis, que morava numa grande floresta. Escolheram a maior árvore, a mais bonita, a mais frondosa para fazerem o seu ninho.Estavam muito felizes porque esperavam que nascessem os seus filhotes, sete ovinhos, sendo chocados com muito amor e carinho.
Tanto a mamãe, como o papai rouxinol tinham em cima uma cor castanha clara e cauda ligeiramente avermelhada, apresentando um branco sujo por baixo, lindos exemplares de sua espécie.
Papai rouxinol era um grande cantor e gostava de fazer os seus shows musicais à noite, quando expunha sua voz impressionante, com uma variedade de assobios, trinados e gorjeios que o faziam ser admirado por todas as aves da floresta.
Certo dia houve uma forte ventania na floresta e os rouxinóis ficaram bastante preocupados, pois precisavam proteger-se e também aos seus filhotes.
Procuraram um tronco oco de árvore para se abrigarem, mas durante a travessia, um dos ovinhos caiu e perdeu-se, papai rouxinol quase foi levado pelo vento, enquanto o procurava, mas não conseguiu encontrá-lo. Mamãe rouxinol ficou desolada, mas precisava cuidar dos outros que tinham resistido à ventania.
O pequeno ovo caiu num arbusto e foi escorregando devagarinho até o chão, depois saiu rolando, até que atingiu uma clareira, perto de um riacho, local muito bonito, porém frio para o desenvolvimento do ovo, que iria precisar de calor, muito calor damãe.
Passado algum tempo, o ovo no mesmo local, viu-se um pontinho preto no céu que foi aumentando, aumentando, até perceber-se que era um corvo que voava por ali e que andava com o coração mole, ele também ia ser papai, sua esposa estava chocando ovos e logo veriam a carinha de seus filhotes.
O seu bando não estava por ali, mas do outro lado da floresta, ele estava só e quando avistou o ovinho solitário na clareira, pensou: este bichinho vai morrer se continuar aí, vou levá-lo.
Foi até o chão pegou o pequeno ovo e o levou até onde mamãe corvo, toda orgulhosa e faceira, chocava os seus próprios filhotes. Papai corvo a olhou com satisfação, era uma linda fêmea, e com os olhos “pidões” falou:
- Querida, olha só o que trouxe para nós.
- Mas o que é isto?
- Um ovinho que encontrei abandonado no meio da floresta, pensei que poderíamos adotá-lo, o que acha?
Mamãe corvo o olhou desconfiada:
- Você não sabe que tipo de pássaro é este, e se for perigoso? E se não for um pássaro?
- Deste tamanho, com certeza, não será perigoso para nós e, se for quando descobrirmos o que é, poderemos deixá-lo em algum lugar antes que cresça.
Ela não estava muito convencida e papai corvo a olhou de novo, quase implorando:
- Por favor...
- Está bem, vamos adotá-lo.
O tempo passou e os pássaros nasceram,cinco deles, a princípio brancos, ficaram negros como a noite e um único, castanho claro com a cauda avermelhada. Esta foi a primeira diferença que eles observaram e,Charles, este era o seu nome, perguntou para sua mãezinha:
- Mamãe, por que sou de cor diferente dos meus irmãos?
- Filhinho, cada um é como é, eu amo você assim.
Os irmãos zombavam dele e o chamavam de “o diferente”, o que o deixava extremamente triste. Tentava crocitar como os outros, mas desafinava, sua voz não era afeita àquela tonalidade como era muito tímido, preferia calar.
Para aprender a voar também teve problemas, até que descobriu o seu próprio jeito, que também era diferente do de seus irmãos.
O pequeno rouxinol só foi aceito no bando porque o conheciam desde recém-nascido, mas muitos não o olhavam com bons olhos. Sabiam que não era um corvo, mas não tinham coragem de contar isto para ele, esperavam que seus pais, um dia,lhe expusessem toda a sua história.
Charles não tinha amigos e criou o hábito de sair sozinho à noite, esta que ficou sua amiga e que, por sua cor e escuridão, lembrava os seus parentes que não o entendiam. Nestes momentos aproveitava para treinar a voz, queria fazer bonito, mas não conseguia e insistia pensando: um dia vou conseguir!
Certa noite, voou para mais longe e resolveu parar quando encontrou uma árvore alta e centenária, então, começou seu treinamento. Encheu os pulmões de ar e, algo diferente aconteceu,do seu peito saiu um lindo canto forte e vibrante que expressava o seu ser verdadeiro, isto o deixou surpreso e assustado, era mesmo muito diferente dos outros.
Voltou para o bando decidido a conversar com seus pais e ao chegar falou:
- Mamãe e papai, preciso falar com vocês.
Os dois trocaram um olhar de cumplicidade, pois sabiam que tinha chegado o momento, seu filho era, quase, um adulto.
Papai corvo, com muito carinho, contou-lhe como o tinha encontrado, ainda ovo na clareira, tão só e à mercê dos perigos da floresta. Mamãe corvo continuou a história, falando sobre o medo que sentiu à primeira vista e depois sobre o carinho e amor que nasceram dentro de si, enquanto o chocava e que só tinha aumentado, desde então.
Charles se sentiu muito amado e muito grato, se não fosse aquele casal de corvos, seus pais adotivos, poderia nem ter nascido, mas agora havia chegado a hora, precisava ir embora e fazer sua própria vida. Despediu-se dos pais, dos irmãos e de todo o bando, nunca iria esquecê-los.
Era noite, mas preferia partir à noite, esta que sempre foi sua amiga, sua grande amiga.
Anienne Nascimento
Era uma vez um lindo casal de rouxinóis, que morava numa grande floresta. Escolheram a maior árvore, a mais bonita, a mais frondosa para fazerem o seu ninho.Estavam muito felizes porque esperavam que nascessem os seus filhotes, sete ovinhos, sendo chocados com muito amor e carinho.
Tanto a mamãe, como o papai rouxinol tinham em cima uma cor castanha clara e cauda ligeiramente avermelhada, apresentando um branco sujo por baixo, lindos exemplares de sua espécie.
Papai rouxinol era um grande cantor e gostava de fazer os seus shows musicais à noite, quando expunha sua voz impressionante, com uma variedade de assobios, trinados e gorjeios que o faziam ser admirado por todas as aves da floresta.
Certo dia houve uma forte ventania na floresta e os rouxinóis ficaram bastante preocupados, pois precisavam proteger-se e também aos seus filhotes.
Procuraram um tronco oco de árvore para se abrigarem, mas durante a travessia, um dos ovinhos caiu e perdeu-se, papai rouxinol quase foi levado pelo vento, enquanto o procurava, mas não conseguiu encontrá-lo. Mamãe rouxinol ficou desolada, mas precisava cuidar dos outros que tinham resistido à ventania.
O pequeno ovo caiu num arbusto e foi escorregando devagarinho até o chão, depois saiu rolando, até que atingiu uma clareira, perto de um riacho, local muito bonito, porém frio para o desenvolvimento do ovo, que iria precisar de calor, muito calor damãe.
Passado algum tempo, o ovo no mesmo local, viu-se um pontinho preto no céu que foi aumentando, aumentando, até perceber-se que era um corvo que voava por ali e que andava com o coração mole, ele também ia ser papai, sua esposa estava chocando ovos e logo veriam a carinha de seus filhotes.
O seu bando não estava por ali, mas do outro lado da floresta, ele estava só e quando avistou o ovinho solitário na clareira, pensou: este bichinho vai morrer se continuar aí, vou levá-lo.
Foi até o chão pegou o pequeno ovo e o levou até onde mamãe corvo, toda orgulhosa e faceira, chocava os seus próprios filhotes. Papai corvo a olhou com satisfação, era uma linda fêmea, e com os olhos “pidões” falou:
- Querida, olha só o que trouxe para nós.
- Mas o que é isto?
- Um ovinho que encontrei abandonado no meio da floresta, pensei que poderíamos adotá-lo, o que acha?
Mamãe corvo o olhou desconfiada:
- Você não sabe que tipo de pássaro é este, e se for perigoso? E se não for um pássaro?
- Deste tamanho, com certeza, não será perigoso para nós e, se for quando descobrirmos o que é, poderemos deixá-lo em algum lugar antes que cresça.
Ela não estava muito convencida e papai corvo a olhou de novo, quase implorando:
- Por favor...
- Está bem, vamos adotá-lo.
O tempo passou e os pássaros nasceram,cinco deles, a princípio brancos, ficaram negros como a noite e um único, castanho claro com a cauda avermelhada. Esta foi a primeira diferença que eles observaram e,Charles, este era o seu nome, perguntou para sua mãezinha:
- Mamãe, por que sou de cor diferente dos meus irmãos?
- Filhinho, cada um é como é, eu amo você assim.
Os irmãos zombavam dele e o chamavam de “o diferente”, o que o deixava extremamente triste. Tentava crocitar como os outros, mas desafinava, sua voz não era afeita àquela tonalidade como era muito tímido, preferia calar.
Para aprender a voar também teve problemas, até que descobriu o seu próprio jeito, que também era diferente do de seus irmãos.
O pequeno rouxinol só foi aceito no bando porque o conheciam desde recém-nascido, mas muitos não o olhavam com bons olhos. Sabiam que não era um corvo, mas não tinham coragem de contar isto para ele, esperavam que seus pais, um dia,lhe expusessem toda a sua história.
Charles não tinha amigos e criou o hábito de sair sozinho à noite, esta que ficou sua amiga e que, por sua cor e escuridão, lembrava os seus parentes que não o entendiam. Nestes momentos aproveitava para treinar a voz, queria fazer bonito, mas não conseguia e insistia pensando: um dia vou conseguir!
Certa noite, voou para mais longe e resolveu parar quando encontrou uma árvore alta e centenária, então, começou seu treinamento. Encheu os pulmões de ar e, algo diferente aconteceu,do seu peito saiu um lindo canto forte e vibrante que expressava o seu ser verdadeiro, isto o deixou surpreso e assustado, era mesmo muito diferente dos outros.
Voltou para o bando decidido a conversar com seus pais e ao chegar falou:
- Mamãe e papai, preciso falar com vocês.
Os dois trocaram um olhar de cumplicidade, pois sabiam que tinha chegado o momento, seu filho era, quase, um adulto.
Papai corvo, com muito carinho, contou-lhe como o tinha encontrado, ainda ovo na clareira, tão só e à mercê dos perigos da floresta. Mamãe corvo continuou a história, falando sobre o medo que sentiu à primeira vista e depois sobre o carinho e amor que nasceram dentro de si, enquanto o chocava e que só tinha aumentado, desde então.
Charles se sentiu muito amado e muito grato, se não fosse aquele casal de corvos, seus pais adotivos, poderia nem ter nascido, mas agora havia chegado a hora, precisava ir embora e fazer sua própria vida. Despediu-se dos pais, dos irmãos e de todo o bando, nunca iria esquecê-los.
Era noite, mas preferia partir à noite, esta que sempre foi sua amiga, sua grande amiga.
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Charles o Rouxinol que pensou que era Corvo
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Charles 20.12.2012
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Na praia. Charles Fonseca.
NA PRAIA
Charles Fonseca.
O drama é mergulhar nas profundezas e morrer na praia
Sem o pré, sem o per, sem o pós real
Só no imaginário gozar sem os nós final
Que estrutura o prazer de querer mais fundo e tanto ´té meu corpo se esvaia.
Charles Fonseca.
O drama é mergulhar nas profundezas e morrer na praia
Sem o pré, sem o per, sem o pós real
Só no imaginário gozar sem os nós final
Que estrutura o prazer de querer mais fundo e tanto ´té meu corpo se esvaia.
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sexta-feira, março 22, 2013
A gruta. Charles Fonseca.
A GRUTA
Charles Fonseca
Tem cheiro de alecrim
rosa, lírio e jasmim
um jardim bem cultivado
já a terra bem arada
um pouquinho de adubo
já um pouco orvalhada
fácil entrar neste vestíbulo
um pouquinho apertada
continente e conteúdo
entro assim na minha morada.
Charles Fonseca
Tem cheiro de alecrim
rosa, lírio e jasmim
um jardim bem cultivado
já a terra bem arada
um pouquinho de adubo
já um pouco orvalhada
fácil entrar neste vestíbulo
um pouquinho apertada
continente e conteúdo
entro assim na minha morada.
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Posição da Igreja Católica Apostólica Romana face à resolução do Conselho Federal de Medicina quanto ao aborto.
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Íris
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quinta-feira, março 21, 2013
De minha parte. Charles Fonseca.
De minha parte, chás com torrada, sucos de frutas adocicados, nada apimentado a não ser com muito estilística, suavidade, metáforas sutis, um longo olhar ao céu azul estrelado, sombra de luar, mãos dadas a beira mar, um cochicho aqui, outro acolá. Um toque de flor, um cheiro jasmim, um sargaço no ar...
(comente abaixo)
(comente abaixo)
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Em algum lugar. Charles Fonseca.
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A bênção
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O osso
O partido é soberano, mas eu não renuncio. Não renuncio.
Deputado Marco Feliciano (PSC-SP), pressionado pelos próprios companheiros de partido a deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Deputado Marco Feliciano (PSC-SP), pressionado pelos próprios companheiros de partido a deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
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1849, Johann Friedrich Drake - Monumento ao rei Frederico Guilherme III da Prússia Parque Tiergarten, em Berlim
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SOCORRO. Charles Fonseca. Poesia
SOCORRO
Charles Fonseca
Socorro, meu pai não fala,
Não ouço Deus te abençoe
Bênção, por mais que ressoe,
Resta em saudade guardada.
Socorro, meu pai não vê,
Fugiu-lhe a luz do dia
Da noite a estrela guia
Perdeu o seu brilho, crê.
Socorro, está morrendo
Um homem bom, terno,
Pra vida, sobe ao Eterno,
A prece dos cegos vendo.
(comente abaixo)
Charles Fonseca
Socorro, meu pai não fala,
Não ouço Deus te abençoe
Bênção, por mais que ressoe,
Resta em saudade guardada.
Socorro, meu pai não vê,
Fugiu-lhe a luz do dia
Da noite a estrela guia
Perdeu o seu brilho, crê.
Socorro, está morrendo
Um homem bom, terno,
Pra vida, sobe ao Eterno,
A prece dos cegos vendo.
(comente abaixo)
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.....Poesia,
.....SOCORRO,
Charles Fonseca
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quarta-feira, março 20, 2013
Pierre Verger
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Pierre Verger
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Mais nada. Charles Fonseca.
MAIS NADA
Charles Fonseca
Dentre facebookeanos há um cacoete fundamentalista que consiste em copiar e colar ou compartilhar qualquer coisa, muitas verdadeiras outras falsas verdades eternas e terminam dizendo: se você concorda com isso, compartilhe, se não, isso ou aquilo haverá ou não de ocorrer. É ser, é tornar, é achar o público infantil, é o espírito de manada. Mais nada.
(comente abaixo)
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Dora Maar Au Chat. Pablo Picasso.
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Já. Charles Fonseca.
JÁ
Charles Fonseca
Ah, os lírios, colírio das margens dos rios, beleza dos pântanos! Ah, o silêncio das aves nas noites de chuva, o choro silente dos saudosos amores, o gozo choramingado, o luto do só! Ah, o riso da criança, o sorriso dos néscios, o dos falsos, o dos gozos eternos! Ai, as dores do bem querer sem resposta, as do quase ser, do quase ter, do quase haver, do não te ver! Ai, a prosa tão fácil, o olhar tão brilhante, o quero um instante, agora, te vais?
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As aves chegam, comem, bebem, me alegram, vão embora, voltam.
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Lagoa da Conceição. Charles Fonseca.
LAGOA DA CONCEIÇÃO
Charles Fonseca
Tenho uma amiga que me chama rouxinol. Não vou decodificar esta sincopada palavra. Não sabe ela que sou mais crocitante que as gralhas azuis do meu jardim interno. Quem sabe disto é a minha rolinha, a minha pombinha, o meu beija-flor que me cercam e que amenizam tanta dor! Porque não fora assim e nada seria jardim, tudo uma boca do inferno, um pé na cova, um céu nublado eu que olho a silenciosa marcha dos astros, das estrelas fulgentes, brancas, azuis ou avermelhadas, novas, maduras ou envelhecidas. Que tenho o carinho sempiterno do meu cão pastor, pra ele, coitado, sou o mais belo, o mais cheiroso, o mais protetor, ele que tanto me protege de hipotéticos invasores nesta ilha da magia, nesta lagoa da conceição pra onde a providência me trouxe, uma vez trinta e sete anos atrás e de novo há quase três anos. Daqui não saio, daqui só o amor me tira.
Charles Fonseca
Tenho uma amiga que me chama rouxinol. Não vou decodificar esta sincopada palavra. Não sabe ela que sou mais crocitante que as gralhas azuis do meu jardim interno. Quem sabe disto é a minha rolinha, a minha pombinha, o meu beija-flor que me cercam e que amenizam tanta dor! Porque não fora assim e nada seria jardim, tudo uma boca do inferno, um pé na cova, um céu nublado eu que olho a silenciosa marcha dos astros, das estrelas fulgentes, brancas, azuis ou avermelhadas, novas, maduras ou envelhecidas. Que tenho o carinho sempiterno do meu cão pastor, pra ele, coitado, sou o mais belo, o mais cheiroso, o mais protetor, ele que tanto me protege de hipotéticos invasores nesta ilha da magia, nesta lagoa da conceição pra onde a providência me trouxe, uma vez trinta e sete anos atrás e de novo há quase três anos. Daqui não saio, daqui só o amor me tira.
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1842, Giovanni Dupré - Abel Derrotado - bronze Galleria Palatina - Palazzo Pitti, Florence
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terça-feira, março 19, 2013
EAD. Charles Fonseca.
EAD
Charles Fonseca
Muitas coisas me chegam a cada dia. Uma saudade que chega, outra de tanto esperar se esvai. Um amor antigo vem chegando aos pouquinhos, devagar quase parando, será que chega a tempo? Este costuma chegar atrasado, vai se ver, não mais haver. Chegam pequenas alegrias como meus colibris que beijam, pingam mel e somem rápido.Ou minha sabiá que vem chegando desconfiada, pousa perto e vai embora, eu que a amo tanto... As gralhas azuis, nem se fala, passam por cima de minhas árvores e nem me olham, só me resta o azul do céu. Coloquei sementinhas pra meus passarinhos, um namoro devagar. Menos para os frutívoros morcegos que em revoada descobriram o novo são francisco da Lagoa da Conceição onde moro, sabe? Mas só namoro de dia, de noite minhas sementes recolho pra dentro de casa. Passam a ser de outra ordem, de outra submissão, digamos, são pra minha pombinha, pros nossos arrulhos. Nem aves de arribação me seduzem, são efêmeras, inconstantes, nem bem chegam e lá se vão. Minha pombinha, que ternura, quanto é doce, discreta, ciumenta no ponto certo. Fez de nossa casa nosso ninho e lá se vão oito anos de bela convivência. Enfim, sou um ornitólogo do amor. Dou aulas disto em EAD, ensino à distância, sem aula presencial, sem prova, sem ônus. Vagas limitadas. Vagas estrelas da Ursa Maior, uma Via Lactea, um luar. Um sonho a vagar.
Charles Fonseca
Muitas coisas me chegam a cada dia. Uma saudade que chega, outra de tanto esperar se esvai. Um amor antigo vem chegando aos pouquinhos, devagar quase parando, será que chega a tempo? Este costuma chegar atrasado, vai se ver, não mais haver. Chegam pequenas alegrias como meus colibris que beijam, pingam mel e somem rápido.Ou minha sabiá que vem chegando desconfiada, pousa perto e vai embora, eu que a amo tanto... As gralhas azuis, nem se fala, passam por cima de minhas árvores e nem me olham, só me resta o azul do céu. Coloquei sementinhas pra meus passarinhos, um namoro devagar. Menos para os frutívoros morcegos que em revoada descobriram o novo são francisco da Lagoa da Conceição onde moro, sabe? Mas só namoro de dia, de noite minhas sementes recolho pra dentro de casa. Passam a ser de outra ordem, de outra submissão, digamos, são pra minha pombinha, pros nossos arrulhos. Nem aves de arribação me seduzem, são efêmeras, inconstantes, nem bem chegam e lá se vão. Minha pombinha, que ternura, quanto é doce, discreta, ciumenta no ponto certo. Fez de nossa casa nosso ninho e lá se vão oito anos de bela convivência. Enfim, sou um ornitólogo do amor. Dou aulas disto em EAD, ensino à distância, sem aula presencial, sem prova, sem ônus. Vagas limitadas. Vagas estrelas da Ursa Maior, uma Via Lactea, um luar. Um sonho a vagar.
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Pio. Charles Fonseca.
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169 filmes brasileiros completos, online e de graça
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Papa Francisco
Clique: http://youtu.be/F8qz8Of_X-4
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Com s, com c, com z não.
COM S, COM C SIM, COM Z NÃO.
Charles Fonseca
Peço desculpas por ter escrito atrasado com z. Um atentado ortográfico. Atento à paixão, esqueci-me de revisar, um senão. Mas se há um sim, algo restou de bom, há uma esperança gramatical, uma língua a curtir, outras há que não me esqueço de revelar pois fantasio a valer, sem fastio. Mantém a peteca no ar, do mar vem maresia, adoro cheiro sargaço no seu, errei de propósito, borboletas ao leu, na terra o afeto que se encerra em nosso peito e que se esvazia, com z, viu? Logo depois é uma leseira, um soninho gostoso, um zzz zzz zzz. Acorda, amor, já é tarde, enquanto pra nós a noite foi criança, não foi, não é, não será, quando, onde, como, ouvi bem, só nós dois?
Charles Fonseca
Peço desculpas por ter escrito atrasado com z. Um atentado ortográfico. Atento à paixão, esqueci-me de revisar, um senão. Mas se há um sim, algo restou de bom, há uma esperança gramatical, uma língua a curtir, outras há que não me esqueço de revelar pois fantasio a valer, sem fastio. Mantém a peteca no ar, do mar vem maresia, adoro cheiro sargaço no seu, errei de propósito, borboletas ao leu, na terra o afeto que se encerra em nosso peito e que se esvazia, com z, viu? Logo depois é uma leseira, um soninho gostoso, um zzz zzz zzz. Acorda, amor, já é tarde, enquanto pra nós a noite foi criança, não foi, não é, não será, quando, onde, como, ouvi bem, só nós dois?
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Abjeto.
ABJETO
Charles Fonseca
Relaxa e goza, musa etérea,
Nos espaços infindos sem tempo
Além do mais, além do contento
Do com tempo não ver-te, miséria
Esta verve, és-me mais que objeto
És o algo mais, o mais alguém,
O sublimado, sem mais ninguém,
Não traio a minha, não sou abjeto.
Charles Fonseca
Relaxa e goza, musa etérea,
Nos espaços infindos sem tempo
Além do mais, além do contento
Do com tempo não ver-te, miséria
Esta verve, és-me mais que objeto
És o algo mais, o mais alguém,
O sublimado, sem mais ninguém,
Não traio a minha, não sou abjeto.
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O grito. Edvard Munch.
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Jesus Cristo foi sepultado
JESUS CRISTO FOI SEPULTADO
624. «Pela graça de Deus, ele experimentou a morte, para proveito de todos» (Heb 2, 9). No seu plano de salvação, Deus dispôs que o seu Filho, não só «morresse pelos nossos pecados» (1 Cor 15, 3), mas também «saboreasse a morte», isto é, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre a sua alma e o seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo, em que Cristo, depositado no túmulo (513), manifesta o repouso sabático de Deus (514) depois da realização (515) da salvação dos homens, que pacifica todo o universo (516).
Catecismo
624. «Pela graça de Deus, ele experimentou a morte, para proveito de todos» (Heb 2, 9). No seu plano de salvação, Deus dispôs que o seu Filho, não só «morresse pelos nossos pecados» (1 Cor 15, 3), mas também «saboreasse a morte», isto é, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre a sua alma e o seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo, em que Cristo, depositado no túmulo (513), manifesta o repouso sabático de Deus (514) depois da realização (515) da salvação dos homens, que pacifica todo o universo (516).
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segunda-feira, março 18, 2013
Cãs
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Vero
VERO
Charles Fonseca
Como é alva a cútis dela, arminho,
E ela se diz tão branquela, ebúrnea,
E eu à borda, na lamela, hercúlea
A vontade de vê-la nua, carinho,
Faço em versos o que em prosa quero
Premi-la, roçar-me em seu corpo vela
Por mim, minha nossa senhora, quem dera,
Protege-me de enlouquecer laço, vero!
Charles Fonseca
Como é alva a cútis dela, arminho,
E ela se diz tão branquela, ebúrnea,
E eu à borda, na lamela, hercúlea
A vontade de vê-la nua, carinho,
Faço em versos o que em prosa quero
Premi-la, roçar-me em seu corpo vela
Por mim, minha nossa senhora, quem dera,
Protege-me de enlouquecer laço, vero!
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Jardim F
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Cristo ofereceu-Se a Si mesmo ao Pai pelos nossos pecados
Resumindo:
619. «Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras» (1 Cor 15, 3).
620. A nossa salvação procede da iniciativa amorosa de Deus em nosso favor, pois «foi Ele que nos amou a nós e enviou o seu Filho como vítima de propiciação pelos nossos pecados» (1 Jo 4, 10). «Foi Deus que, em Cristo, reconciliou consigo o mundo» (2 Cor 5, 19).
621. Jesus ofereceu-Se livremente para nossa salvação. Este dom, significa-o e realiza-o Ele, de antemão, durante a Ultimo Ceia: «Isto é o meu Corpo, que vai ser entregue por vós» (Lc 22, 19).
622. Nisto consiste a redenção de Cristo: Ele «veio dar a sua vida em resgate pela multidão»(Mt 20, 28), quer dizer; veio «amuar os seus até ao fim» (Jo 13, 1), para que fossem libertos da má conduta herdada dos seus pais (510).
623. Pela sua obediência amorosa ao Pai, «até d morte de cruz» (Fl 2, 8), Jesus cumpriu a missão expiatória (511) do Servo sofredor, que justifica as multidões, tomando sobre Si o peso das suas faltas (Is 53, 11) (512).
Catecismo
619. «Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras» (1 Cor 15, 3).
620. A nossa salvação procede da iniciativa amorosa de Deus em nosso favor, pois «foi Ele que nos amou a nós e enviou o seu Filho como vítima de propiciação pelos nossos pecados» (1 Jo 4, 10). «Foi Deus que, em Cristo, reconciliou consigo o mundo» (2 Cor 5, 19).
621. Jesus ofereceu-Se livremente para nossa salvação. Este dom, significa-o e realiza-o Ele, de antemão, durante a Ultimo Ceia: «Isto é o meu Corpo, que vai ser entregue por vós» (Lc 22, 19).
622. Nisto consiste a redenção de Cristo: Ele «veio dar a sua vida em resgate pela multidão»(Mt 20, 28), quer dizer; veio «amuar os seus até ao fim» (Jo 13, 1), para que fossem libertos da má conduta herdada dos seus pais (510).
623. Pela sua obediência amorosa ao Pai, «até d morte de cruz» (Fl 2, 8), Jesus cumpriu a missão expiatória (511) do Servo sofredor, que justifica as multidões, tomando sobre Si o peso das suas faltas (Is 53, 11) (512).
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1549, Wenzel Jamnitzer - decoração de mesa Mãe Terra (ou Merkel) Rijksmuseum, Amesterdão
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ROSAS VERMELHAS. Charles Fonseca. Poesia
ROSAS VERMELHAS
Charles Fonseca
Tu que de mim te arrancas,
Meu peito já tão dorido,
Onde o primeiro sentido
Do teu amor, onde o lanças?
Não quero dar-te as brancas
Rosas que acaso a ti cubras
Ainda quero as rubras
Dar-te eu sempre, criança.
As brancas transmitem paz
Amarelas desalentos,
Roxas azuis, só lamentos,
Rubras, o amor que em mim jaz.
Charles Fonseca
Tu que de mim te arrancas,
Meu peito já tão dorido,
Onde o primeiro sentido
Do teu amor, onde o lanças?
Não quero dar-te as brancas
Rosas que acaso a ti cubras
Ainda quero as rubras
Dar-te eu sempre, criança.
As brancas transmitem paz
Amarelas desalentos,
Roxas azuis, só lamentos,
Rubras, o amor que em mim jaz.
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domingo, março 17, 2013
De volta ao sagrado. José de Souza Martins.
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Garçon à la pipe. Picasso.
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O expresso 2222. Gilberto Gil.
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A nossa participação no sacrifício de Cristo.
A NOSSA PARTICIPAÇÃO NO SACRIFÍCIO DE CRISTO
618. A cruz é o único sacrifício de Cristo, mediador único entre Deus e os homens (502). Mas porque, na sua pessoa divina encarnada. «Ele Se uniu, de certo modo, a cada homem» (503), «a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal, por um modo só de Deus conhecido» (504). Convida os discípulos a tomarem a sua cruz e a segui-Lo(505) porque sofreu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigamos os seus passos (506). De facto, quer associar ao seu sacrifício redentor aqueles mesmos que são os primeiros beneficiários (507). Isto realiza-se, em sumo grau, em sua Mãe, associada, mais intimamente do que ninguém, ao mistério do seu sofrimento redentor (508):
Há uma só escada verdadeira fora do paraíso; fora da cruz, não há outra escada por onde se suba ao céu» (509).
Catecismo
618. A cruz é o único sacrifício de Cristo, mediador único entre Deus e os homens (502). Mas porque, na sua pessoa divina encarnada. «Ele Se uniu, de certo modo, a cada homem» (503), «a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal, por um modo só de Deus conhecido» (504). Convida os discípulos a tomarem a sua cruz e a segui-Lo(505) porque sofreu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigamos os seus passos (506). De facto, quer associar ao seu sacrifício redentor aqueles mesmos que são os primeiros beneficiários (507). Isto realiza-se, em sumo grau, em sua Mãe, associada, mais intimamente do que ninguém, ao mistério do seu sofrimento redentor (508):
Há uma só escada verdadeira fora do paraíso; fora da cruz, não há outra escada por onde se suba ao céu» (509).
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Every's body talking
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Os seios de Aurora
OS SEIOS DE AURORA
Charles Fonseca
Eu menino na aurora,
Aurora molha nos rios
Os róseos seios que rijos
Das águas à vista aflora.
São quais pequenos cisnes,
Repousam neles fogosos
Pares de olhos gulosos,
Eu menino, eles firmes.
Charles Fonseca
Eu menino na aurora,
Aurora molha nos rios
Os róseos seios que rijos
Das águas à vista aflora.
São quais pequenos cisnes,
Repousam neles fogosos
Pares de olhos gulosos,
Eu menino, eles firmes.
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A vitória de Samotracia
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O gordo e o magro
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Brasil
Vamos levantar toda a cadeia de comando, desde o general ao torturador que utilizava o pau de arara.
Paulo Sérgio Pinheiro. sociólogo e coordenador da Comissão Nacional da Verdade
Paulo Sérgio Pinheiro. sociólogo e coordenador da Comissão Nacional da Verdade
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sábado, março 16, 2013
Guia
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Assim é a vida. Prepare-se.
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Dona da minha cabeça. Alceu Valença.
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O corvo
O CORVO
Charles Fonseca
Não sabia o que era rima rica. Agradeço a um meu amigo que me despertou para este aspecto epistêmico. As ricas que eventualmente faço nascem de um certo sentido de musicalidade que vai aflorando. Certa vez estudando teclado do qual desisti, compus um canto gregoriano. Quando o ouvi fiquei surpreso com o belo. Perdi o danado, acho que o tinhoso o queimou nas labaredas de uma fogueira chamada vaidade... Outra vez estava ensaiando num coral e o maestro treinava conosco o baixo. Tenho uma irmã que tem um soprano vibrato belíssimo que nunca consegui imitar. Uma sabiá e eu um corvo. Pois bem, no ensaio do coral, sem mais nem menos, cantei um barítono tão vibrato que todos me olharam admirados ante o belo. Nunca mais consegui repetir o feito. Acho que tem influência de um troço chamado repressão, recalque...Voltei a cantar mais pra corvo que pra rouxinol. Crocito muito bem.
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1847, Albert Wolff - Lion Fighter Altes Museum, Berlin
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Herança
HERANÇA
Charles Fonseca
Agora, querer bem só que à distância
Agora, a mais alguém eu sem ninguém
A mais a querer bem quem sabe alguém
Já vem, eu ser eterno em vacância
Antes, ser querido e fui amado
Chegado, por primeiro fui primícia
Saindo vou-me rindo em letícia
Alegre e com saudade deixo o fado
Meu neto, a minha filha, o meu filho,
Mulher, eu te agradeço e por ti peço
Por ti, por tua filha e me despeço
Em mim levo a saudade, o regozijo.
Charles Fonseca
Agora, querer bem só que à distância
Agora, a mais alguém eu sem ninguém
A mais a querer bem quem sabe alguém
Já vem, eu ser eterno em vacância
Antes, ser querido e fui amado
Chegado, por primeiro fui primícia
Saindo vou-me rindo em letícia
Alegre e com saudade deixo o fado
Meu neto, a minha filha, o meu filho,
Mulher, eu te agradeço e por ti peço
Por ti, por tua filha e me despeço
Em mim levo a saudade, o regozijo.
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A Reforma da Igreja que está a caminho
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sexta-feira, março 15, 2013
Letra "O que será". Chico Buarque.
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O que será que me dá. Chico Buarque. Milton Nascimento.
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Elástico
ELÁSTICO
Charles Fonseca
Ai que tanto que é bom
Nossa incorporação
De mim em ti dupla mão
De ti em mim é um dom
Que só nós dois que sabemos
O quanto o tanto subimos
O tanto o quanto sorrimos
O mais um pouquinho menos
No tanto certo contrátil
Nu em ti eu todo erétil
Tu em mim imago fértil
O nós dois em um versátil.
Charles Fonseca
Ai que tanto que é bom
Nossa incorporação
De mim em ti dupla mão
De ti em mim é um dom
Que só nós dois que sabemos
O quanto o tanto subimos
O tanto o quanto sorrimos
O mais um pouquinho menos
No tanto certo contrátil
Nu em ti eu todo erétil
Tu em mim imago fértil
O nós dois em um versátil.
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Burrice
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Graça
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Sapiência "evangélica"
Com a escolha de um argentino como novo papa, acho que vai ter muito católico virando evangélico no Brasil.
Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é evangélico, após a eleição de Jorge Mario Bergoglio como novo papa.
Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é evangélico, após a eleição de Jorge Mario Bergoglio como novo papa.
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Nesta época de Papa Francisco, a lembrança do santo.
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Ao Deus de Abraão louvai
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O trote
O TROTE
Charles Fonseca
Idos de 1962. Do medieval trote dos calouros de medicina na Bahia constava cortar os cabelos dos calouros, pintá-los de verde, tinta a óleo, amarrá-los pelos pulsos, corda de mão a mão e sair pelas ruas a fazer discursos cujos temas eram dados pelos veteranos. Um deles, a importância do arroto do urubu nos acidentes aéreos, e por aí vai. Dois nigerianos ficaram livres do constrangimento. Um moçambiquense, barbicha, foi o alvo da vez. Mas ele deu a testa, como se dizia e resolveu que quem se aproximasse dele ele sairia no pau. Não foi preciso, os assediantes ante tanta garra se intimidaram. Era um poeta e dedilhava um violãozinho. O mundo girou décadas. Encontrei-me com ele novamente num laboratório do Hospital das Clínicas da UFBa. Estava ali passando uma chuva, disse ele, até que houvesse nova movimentação política quando de novo voltaria para a pátria amada.
Charles Fonseca
Idos de 1962. Do medieval trote dos calouros de medicina na Bahia constava cortar os cabelos dos calouros, pintá-los de verde, tinta a óleo, amarrá-los pelos pulsos, corda de mão a mão e sair pelas ruas a fazer discursos cujos temas eram dados pelos veteranos. Um deles, a importância do arroto do urubu nos acidentes aéreos, e por aí vai. Dois nigerianos ficaram livres do constrangimento. Um moçambiquense, barbicha, foi o alvo da vez. Mas ele deu a testa, como se dizia e resolveu que quem se aproximasse dele ele sairia no pau. Não foi preciso, os assediantes ante tanta garra se intimidaram. Era um poeta e dedilhava um violãozinho. O mundo girou décadas. Encontrei-me com ele novamente num laboratório do Hospital das Clínicas da UFBa. Estava ali passando uma chuva, disse ele, até que houvesse nova movimentação política quando de novo voltaria para a pátria amada.
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A saudade
A SAUDADE
Charles Fonseca
A saudade no meu peito
Já começa na aurora
Ela chega, vou embora,
Ela vai, fico sem jeito
De ficar, foi tudo sonho,
Foi cochilo, foi quimera,
Só cochicho, ai quem dera!
Põe-se o sol, fico tristonho.
Charles Fonseca
A saudade no meu peito
Já começa na aurora
Ela chega, vou embora,
Ela vai, fico sem jeito
De ficar, foi tudo sonho,
Foi cochilo, foi quimera,
Só cochicho, ai quem dera!
Põe-se o sol, fico tristonho.
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Na cruz, Jesus consuma o seu sacrifício.
NA CRUZ, JESUS CONSUMA O SEU SACRIFÍCIO
616. É o «amor até ao fim» (497) que confere ao sacrifício de Cristo o valor de redenção e reparação, de expiação e satisfação. Ele conheceu-nos e amou-nos a todos no oferecimento da sua vida (498). «O amor de Cristo nos pressiona, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram» (2 Cor 5, 14). Nenhum homem, ainda que fosse o mais santo, estava em condições de tornar sobre si os pecados de todos os homens e de se oferecer em sacrifício por todos. A existência, em Cristo, da pessoa divina do Filho, que ultrapassa e ao mesmo tempo abrange todas as pessoas humanas e O constitui cabeça de toda a humanidade, é que torna possível o seu sacrifício redentor por todos.
617. «Sua sanctissima passione in ligno crucis nobis justificationem meruit – Pela sua santíssima paixão no madeiro da cruz, Ele mereceu-nos a justificação» – ensina o Concílio de Trento (499), sublinhando o carácter único do sacrifício de Cristo como fonte de salvação eterna (500). E a Igreja venera a Cruz cantando: «O crux, ave, spes unica! – Avé, ó cruz, esperança única!» (501).
Catecismo
616. É o «amor até ao fim» (497) que confere ao sacrifício de Cristo o valor de redenção e reparação, de expiação e satisfação. Ele conheceu-nos e amou-nos a todos no oferecimento da sua vida (498). «O amor de Cristo nos pressiona, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram» (2 Cor 5, 14). Nenhum homem, ainda que fosse o mais santo, estava em condições de tornar sobre si os pecados de todos os homens e de se oferecer em sacrifício por todos. A existência, em Cristo, da pessoa divina do Filho, que ultrapassa e ao mesmo tempo abrange todas as pessoas humanas e O constitui cabeça de toda a humanidade, é que torna possível o seu sacrifício redentor por todos.
617. «Sua sanctissima passione in ligno crucis nobis justificationem meruit – Pela sua santíssima paixão no madeiro da cruz, Ele mereceu-nos a justificação» – ensina o Concílio de Trento (499), sublinhando o carácter único do sacrifício de Cristo como fonte de salvação eterna (500). E a Igreja venera a Cruz cantando: «O crux, ave, spes unica! – Avé, ó cruz, esperança única!» (501).
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quinta-feira, março 14, 2013
Vincent van Gogh - Retrato de Joseph Roulin
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Gozo. Charles Fonseca.
GOZO
Charles Fonseca
Os beijos, ah os beijos,
que não te dei eu quisera
olhar-te, ai quem me dera,
mordiscar-te os teus peitos,
abraçar-te num arrocho
num vem cá e eu no meio,
de ti por entre permeio
em ais, em mais, nós em gozo!
Charles Fonseca
Os beijos, ah os beijos,
que não te dei eu quisera
olhar-te, ai quem me dera,
mordiscar-te os teus peitos,
abraçar-te num arrocho
num vem cá e eu no meio,
de ti por entre permeio
em ais, em mais, nós em gozo!
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A viagem. Charles Fonseca.
A VIAGEM
Charles Fonseca
Enfim impus um silêncio obsequioso. Andavam usando a minha página do facebook como plataforma, como alavancagem, como postagens contestatórias, renitentes. Uma ou outra, aceitável, válido, desejável até, a verdade pode ter muitas faces, muitos ângulos, a minha ignorância sinto ser cada vez maior quanto mais aprendo, um universo chama outro e lá vou eu em busca do infinito. Inalcançável. Mas uma coisa que gosto é ternura, docilidade. Os mais vociferantes que o façam via e-mail. Só eu leio, se estiver em erro vou corrigindo minha rota. Mas não aceito boca rôta, invejosos, proselitistas e outros istas, ismos, osos, usos. Só os confusos, os ignorantes, os que têm sede de saber, que me acompanhem se quiserem à busca de oásis, de fontes de águas limpas, o mar por fronteira, os confins, as bordas, as lamelas, o céu estrelado.
Charles Fonseca
Enfim impus um silêncio obsequioso. Andavam usando a minha página do facebook como plataforma, como alavancagem, como postagens contestatórias, renitentes. Uma ou outra, aceitável, válido, desejável até, a verdade pode ter muitas faces, muitos ângulos, a minha ignorância sinto ser cada vez maior quanto mais aprendo, um universo chama outro e lá vou eu em busca do infinito. Inalcançável. Mas uma coisa que gosto é ternura, docilidade. Os mais vociferantes que o façam via e-mail. Só eu leio, se estiver em erro vou corrigindo minha rota. Mas não aceito boca rôta, invejosos, proselitistas e outros istas, ismos, osos, usos. Só os confusos, os ignorantes, os que têm sede de saber, que me acompanhem se quiserem à busca de oásis, de fontes de águas limpas, o mar por fronteira, os confins, as bordas, as lamelas, o céu estrelado.
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1740-41 - Georg Raphael Donner - Pieta Cathedral, Gurk
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Jesus substitui a nossa desobediência pela sua obediência.
JESUS SUBSTITUI A NOSSA DESOBEDIÊNCIA PELA SUA OBEDIÊNCIA
615. «Como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, pela obediência de um só, muitos se tornarão justos» (Rm 5, 19). Pela sua obediência até à morte, Jesus realizou a acção substitutiva do Servo sofredor, que oferece a sua vida como sacrifício de expiação, ao carregar com o pecado das multidões, que justifica carregando Ele próprio com as suas faltas (495). Jesus reparou as nossas faltas e satisfez ao Pai pelos nossos pecados (496).
Catecismo
615. «Como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, pela obediência de um só, muitos se tornarão justos» (Rm 5, 19). Pela sua obediência até à morte, Jesus realizou a acção substitutiva do Servo sofredor, que oferece a sua vida como sacrifício de expiação, ao carregar com o pecado das multidões, que justifica carregando Ele próprio com as suas faltas (495). Jesus reparou as nossas faltas e satisfez ao Pai pelos nossos pecados (496).
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Jardim E.
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As aves e o morcego
AS AVES E O MORCEGO
Havia guerra travada entre as aves e outros animais, que, como eram fortes, tratavam as aves maltratadas e vencidas. Temeroso disto, o morcego passou-se do bando contrário e voava por cima dos animais de quatro pés, posto já de sua parte. Sobreveio a águia em favor das aves, e alcançaram vitória. E tomando o morcego, em castigo de traição, lhe mandaram que andasse sempre pelado e às escuras.
Esopo
Havia guerra travada entre as aves e outros animais, que, como eram fortes, tratavam as aves maltratadas e vencidas. Temeroso disto, o morcego passou-se do bando contrário e voava por cima dos animais de quatro pés, posto já de sua parte. Sobreveio a águia em favor das aves, e alcançaram vitória. E tomando o morcego, em castigo de traição, lhe mandaram que andasse sempre pelado e às escuras.
Esopo
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Pierre Verger
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Imiga
IMIGA
Charles Fonseca
Na noite de estio
em dia se chove
eu quero um beijo,
de longe já serve,
quem sabe escreves
em louco diario
que eu sou um vário
poeta do sério,
por pouco eu choro
por muito sorrio
que sofro sombrio
sou só desidério,
desejo em vida
o que só na morte
me chega por porte
adeus, vou sem norte,
que a sorte é imiga.
Charles Fonseca
Na noite de estio
em dia se chove
eu quero um beijo,
de longe já serve,
quem sabe escreves
em louco diario
que eu sou um vário
poeta do sério,
por pouco eu choro
por muito sorrio
que sofro sombrio
sou só desidério,
desejo em vida
o que só na morte
me chega por porte
adeus, vou sem norte,
que a sorte é imiga.
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quarta-feira, março 13, 2013
O sistema público de saúde
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Habemvs Papam
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Meninos
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PELOS DIREITOS DOS MENINOS. Sílvia Amélia de Araujo
PELOS DIREITOS DOS MENINOS
Sílvia Amélia de Araujo
Que nenhum menino seja coagido pelo pai a ter a primeira relação sexual da vida dele com uma prostituta (isso ainda acontece muito nos interiores do Brasil!)
Que nenhum menino seja exposto à pornografia precocemente para estimular sua “macheza” quando o que ele quer ver é só desenho animado infantil (isso acontece em todo lugar!)
Que ele possa aprender a dançar livremente, sem que lhe digam que isso é coisa de menina
Que ele possa chorar quando se sentir emocionado, e que não lhe digam que isso é coisa de menina
Que não lhe ensinem a ser cavalheiro, mas educado e solidário, com meninas e com os outros meninos também
Que ele aprenda a não se sentir inferior quando uma menina for melhor que ele em alguma habilidade específica – já que ele entende que homens e mulheres são igualmente capazes intelectualmente e não é vergonha nenhuma perder para uma menina em alguma coisa
Que ele aprenda a cozinhar, lavar prato, limpar o chão para quando tiver sua casa poder dividir as tarefas com sua mulher – e também ensinar isso aos seus filhos e filhas
Na adolescência, que não lhe estimulem a ser agressivo na paquera, a puxar as meninas pelo braço ou cabelos nas boates, ou a falar obscenidades no ouvido de uma garota só porque ela está de minisaia
Que ele não tenha que transar com qualquer mulher que queira transar com ele, que se sinta livre para negar quando não estiver a fim – sem pressão dos amigos
Que ele possa sonhar com casar e ser pai, sem ser criticado por isso. E, quando adulto, que possa decidir com sua mulher quem é que vai ficar mais tempo em casa – sem a prerrogativa de que ele é obrigado a prover o sustento e ela é que tem que cuidar da cria
Que, ao longo do seu crescimento, se ele perceber que ama meninos e não meninas, que ele sinta confiança na mãe – e também no pai! – para falar com eles sobre isso e ser compreendido
Que todo menino seja educado para ser um cara legal, um ser humano livre e com profundo respeito pelos outros. E não um machão insensível! Acredito que se todos os meninos forem criados assim eles se tornarão homens mais felizes. E as mulheres também serão mais felizes ao lado de homens assim. E o mundo inteiro será mais feliz.
O machismo não faz mal só às mulheres, mas aos homens também, à humanidade toda.
Meu ativismo político é a favor da alegria. Só isso.
Sílvia Amélia de Araujo
Que nenhum menino seja coagido pelo pai a ter a primeira relação sexual da vida dele com uma prostituta (isso ainda acontece muito nos interiores do Brasil!)
Que nenhum menino seja exposto à pornografia precocemente para estimular sua “macheza” quando o que ele quer ver é só desenho animado infantil (isso acontece em todo lugar!)
Que ele possa aprender a dançar livremente, sem que lhe digam que isso é coisa de menina
Que ele possa chorar quando se sentir emocionado, e que não lhe digam que isso é coisa de menina
Que não lhe ensinem a ser cavalheiro, mas educado e solidário, com meninas e com os outros meninos também
Que ele aprenda a não se sentir inferior quando uma menina for melhor que ele em alguma habilidade específica – já que ele entende que homens e mulheres são igualmente capazes intelectualmente e não é vergonha nenhuma perder para uma menina em alguma coisa
Que ele aprenda a cozinhar, lavar prato, limpar o chão para quando tiver sua casa poder dividir as tarefas com sua mulher – e também ensinar isso aos seus filhos e filhas
Na adolescência, que não lhe estimulem a ser agressivo na paquera, a puxar as meninas pelo braço ou cabelos nas boates, ou a falar obscenidades no ouvido de uma garota só porque ela está de minisaia
Que ele não tenha que transar com qualquer mulher que queira transar com ele, que se sinta livre para negar quando não estiver a fim – sem pressão dos amigos
Que ele possa sonhar com casar e ser pai, sem ser criticado por isso. E, quando adulto, que possa decidir com sua mulher quem é que vai ficar mais tempo em casa – sem a prerrogativa de que ele é obrigado a prover o sustento e ela é que tem que cuidar da cria
Que, ao longo do seu crescimento, se ele perceber que ama meninos e não meninas, que ele sinta confiança na mãe – e também no pai! – para falar com eles sobre isso e ser compreendido
Que todo menino seja educado para ser um cara legal, um ser humano livre e com profundo respeito pelos outros. E não um machão insensível! Acredito que se todos os meninos forem criados assim eles se tornarão homens mais felizes. E as mulheres também serão mais felizes ao lado de homens assim. E o mundo inteiro será mais feliz.
O machismo não faz mal só às mulheres, mas aos homens também, à humanidade toda.
Meu ativismo político é a favor da alegria. Só isso.
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Olvido
OLVIDO
Charles Fonseca
Que amor é esse que não aflora, que não dá frutos, que é remora, não há remir, eu a partir, já vem a hora?
Que ódio é esse, amor de mais, vem lá de trás, ouço um vagido, inda que mouco, não estou louco, eu não olvido?
Charles Fonseca
Que amor é esse que não aflora, que não dá frutos, que é remora, não há remir, eu a partir, já vem a hora?
Que ódio é esse, amor de mais, vem lá de trás, ouço um vagido, inda que mouco, não estou louco, eu não olvido?
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Jardim C
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A MORTE DE CRISTO É O SACRIFÍCIO ÚNICO E DEFINITIVO
A MORTE DE CRISTO É O SACRIFÍCIO ÚNICO E DEFINITIVO
614. Este sacrifício de Cristo é único, leva à perfeição e ultrapassa todos os sacrifícios (490). Antes de mais, é um dom do próprio Deus Pai: é o Pai que entrega o seu Filho para nos reconciliar consigo (491). Ao mesmo tempo, é oblação do Filho de Deus feito homem, que livremente e por amor (492) oferece a sua vida (493) ao Pai pelo Espírito Santo (494) para reparar a nossa desobediência.
Catecismo
614. Este sacrifício de Cristo é único, leva à perfeição e ultrapassa todos os sacrifícios (490). Antes de mais, é um dom do próprio Deus Pai: é o Pai que entrega o seu Filho para nos reconciliar consigo (491). Ao mesmo tempo, é oblação do Filho de Deus feito homem, que livremente e por amor (492) oferece a sua vida (493) ao Pai pelo Espírito Santo (494) para reparar a nossa desobediência.
Catecismo
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Jatiuca
JATIUCA
Charles Fonseca
Na praia de Jatiuca
Uma criança insone
Diz ao mundo que consome
Facebook em sinuca
A noite me é criança
Vem o amor e logo some
‘Stou pra ficar maluca
Assim não dá quero é mais
Um abraço um chamego
Um ombro amigo um apego
Um gozar em mim a paz!
Charles Fonseca
Na praia de Jatiuca
Uma criança insone
Diz ao mundo que consome
Facebook em sinuca
A noite me é criança
Vem o amor e logo some
‘Stou pra ficar maluca
Assim não dá quero é mais
Um abraço um chamego
Um ombro amigo um apego
Um gozar em mim a paz!
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terça-feira, março 12, 2013
Mulher
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Suely Monteiro Café Filosófico: A ARTE ENVOLVENTE DE REMBRANDT
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A morte de Cristo é o sacrifício único e definitivo
A MORTE DE CRISTO É O SACRIFÍCIO ÚNICO E DEFINITIVO
613. A morte de Cristo é, ao mesmo tempo, o sacrifício pascal que realiza a redenção definitiva dos homens (485) por meio do «Cordeiro que tira o pecado do mundo» (486), e o sacrifício da Nova Aliança (487)que restabelece a comunhão entre o homem e Deus (488), reconciliando-o com Ele pelo «sangue derramado pela multidão, para a remissão dos pecados» (489).
613. A morte de Cristo é, ao mesmo tempo, o sacrifício pascal que realiza a redenção definitiva dos homens (485) por meio do «Cordeiro que tira o pecado do mundo» (486), e o sacrifício da Nova Aliança (487)que restabelece a comunhão entre o homem e Deus (488), reconciliando-o com Ele pelo «sangue derramado pela multidão, para a remissão dos pecados» (489).
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Antes do sol posto. Charles Fonseca. Fotografia
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Vira-lata
VIRA-LATA
Charles Fonseca
Não deixes ao abandono
Teu cãozinho vira-lata
De amor também se mata
Coitadinho, cão sem dono!
Cuida bem do teu cãozinho
Cachorrinho de balaio
Do amor ele é lacaio
Oh que dor sem teu carinho!
Tu já foste filhotinho
Hoje és cãozinho de porte.
Com amor, cãozinho forte,
Sem amor, cão coitadinho!
Charles Fonseca
Não deixes ao abandono
Teu cãozinho vira-lata
De amor também se mata
Coitadinho, cão sem dono!
Cuida bem do teu cãozinho
Cachorrinho de balaio
Do amor ele é lacaio
Oh que dor sem teu carinho!
Tu já foste filhotinho
Hoje és cãozinho de porte.
Com amor, cãozinho forte,
Sem amor, cão coitadinho!
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segunda-feira, março 11, 2013
A médica da UTI
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Jardim. B.
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Embora
EMBORA
Charles Fonseca.
Agora dá-me tua mão
Chega atroz o cansaço
De tanto esperar abraço,
Por ora desejo vão .
Agora fraco dos passos
A alma em agonia
Meu corpo por ar ansia,
Por ora dá-me um abraço.
Agora dou-te meu beijo
Aquele que sempre foi teu
Do amor que nunca morreu,
Por ora em dor, arquejo.
Dá-me um abraço agora
A ceifadeira espia
Minha alma ao céu aspira
Já vou meu amor, embora.
Charles Fonseca.
Agora dá-me tua mão
Chega atroz o cansaço
De tanto esperar abraço,
Por ora desejo vão .
Agora fraco dos passos
A alma em agonia
Meu corpo por ar ansia,
Por ora dá-me um abraço.
Agora dou-te meu beijo
Aquele que sempre foi teu
Do amor que nunca morreu,
Por ora em dor, arquejo.
Dá-me um abraço agora
A ceifadeira espia
Minha alma ao céu aspira
Já vou meu amor, embora.
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Greta Garbo
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domingo, março 10, 2013
MÉDICOS VERSUS PLANOS DE SAÚDE. Drauzio Varella
MÉDICOS VERSUS PLANOS DE SAÚDE
Drauzio Varella
Médicos que vivem da clínica particular são aves raríssimas. Mais de 97% prestam serviços aos planos de saúde e recebem de R$ 8 a R$ 32 por consulta. Em média, R$ 20.
Os responsáveis pelos planos de saúde alegam que os avanços tecnológicos encarecem a assistência médica de tal forma que fica impossível aumentar a remuneração sem repassar os custos para os usuários já sobrecarregados. Os sindicatos e os conselhos de medicina desconfiam seriamente de tal justificativa, uma vez que as empresas não lhes permitem acesso às planilhas de custos.
Tempos atrás, a Fipe realizou um levantamento do custo de um consultório-padrão, alugado por R$ 750 num prédio cujo condomínio custasse apenas R$ 150 e que pagasse os seguintes salários: R$ 650 à atendente, R$ 600 a uma auxiliar de enfermagem, R$ 275 à faxineira e R$ 224 ao contador. Somados os encargos sociais (correspondentes a 65% dos salários), os benefícios, as contas de luz, água, gás e telefone, impostos e taxas da prefeitura, gastos com a conservação do imóvel, material de consumo, custos operacionais e aqueles necessários para a realização da atividade profissional, esse consultório-padrão exigiria R$ 5.179,62 por mês para sua manutenção.
Voltemos às consultas, razão de existirem os consultórios médicos. Em princípio, cada consulta pode gerar de zero a um ou mais retornos para trazer os resultados dos exames pedidos. Os técnicos calculam que 50% a 60% das consultas médicas geram retornos pelos quais os convênios e planos de saúde não desembolsam um centavo sequer.
Façamos a conta: a R$ 20 em média por consulta, para cobrir os R$ 5.179,62 é preciso atender 258 pessoas por mês. Como cerca de metade delas retorna com os resultados, serão necessários: 258 + 129 = 387 atendimentos mensais unicamente para cobrir as despesas obrigatórias. Como o número médio de dias úteis é de 21,5 por mês, entre consultas e retornos deverão ser atendidas 18 pessoas por dia!
Se ele pretender ganhar R$ 5.000 por mês (dos quais serão descontados R$ 1.402 de impostos) para compensar os seis anos de curso universitário em tempo integral pago pela maioria que não tem acesso às universidades públicas, os quatro anos de residência e a necessidade de atualização permanente, precisará atender 36 clientes todos os dias, de segunda a sexta-feira. Ou seja, a média de 4,5 por hora, num dia de oito horas ininterruptas.
Por isso, os usuários dos planos de saúde se queixam: “Os médicos não examinam mais a gente”; “O médico nem olhou a minha cara, ficou de cabeça baixa preenchendo o pedido de exames enquanto eu falava”; “Minha consulta durou cinco minutos”.
É possível exercer a profissão com competência nessa velocidade? Com a experiência de quem atende doentes há quase 40 anos, posso garantir-lhes que não é. O bom exercício da medicina exige, além do exame físico cuidadoso, observação acurada, atenção à história da moléstia, à descrição dos sintomas, aos fatores de melhora e piora, uma análise, ainda que sumária, das condições de vida e da personalidade do paciente. Levando em conta, ainda, que os seres humanos costumam ser pouco objetivos ao relatar seus males, cabe ao profissional orientá-los a fazê-lo com mais precisão para não omitir detalhes fundamentais. A probabilidade de cometer erros graves aumenta perigosamente quando avaliamos quadros clínicos complexos entre dez e 15 minutos.
O que os empresários dos planos de saúde parecem não enxergar é que, embora consigam mão-de-obra barata – graças à proliferação de faculdades de medicina que privilegiou números em detrimento da qualidade -, acabam perdendo dinheiro ao pagar honorários tão insignificantes: médicos que não dispõem de tempo a “perder” com as queixas e o exame físico dos pacientes, pedem exames desnecessários. Tossiu? Raios X de tórax. O resultado veio normal? Tomografia computadorizada. É mais rápido do que considerar as características do quadro, dar explicações detalhadas e observar a evolução. E tem boa chance de deixar o doente com a impressão de que está sendo cuidado.
A economia no preço da consulta resulta em contas astronômicas pagas aos hospitais, onde vão parar os pacientes por falta de diagnóstico precoce, aos laboratórios e serviços de radiologia, cujas redes se expandem a olhos vistos pelas cidades brasileiras. Por essa razão, os concursos para residência de especialidades que realizam procedimentos e exames subsidiários estão cada vez mais concorridos, enquanto os de clínica e cirurgia são desprestigiados.
Aos médicos, que atendem a troco de tão pouco, só resta a alternativa de explicar à população que é tarefa impossível trabalhar nessas condições e pedir descredenciamento em massa dos planos que oferecem remuneração vil. É mais respeitoso com a medicina procurar outros meios de ganhar a vida do que universalizar o cinismo injustificável do “eles fingem que pagam, a gente finge que atende”.
O usuário, ao contratar um plano de saúde, deve sempre perguntar quanto receberão por consulta os profissionais cujos nomes constam da lista de conveniados. Longe de mim desmerecer qualquer tipo de trabalho, mas eu teria medo de ser atendido por um médico que vai receber bem menos do que um encanador cobra para desentupir o banheiro da minha casa. Sinceramente.
Drauzio Varella
Médicos que vivem da clínica particular são aves raríssimas. Mais de 97% prestam serviços aos planos de saúde e recebem de R$ 8 a R$ 32 por consulta. Em média, R$ 20.
Os responsáveis pelos planos de saúde alegam que os avanços tecnológicos encarecem a assistência médica de tal forma que fica impossível aumentar a remuneração sem repassar os custos para os usuários já sobrecarregados. Os sindicatos e os conselhos de medicina desconfiam seriamente de tal justificativa, uma vez que as empresas não lhes permitem acesso às planilhas de custos.
Tempos atrás, a Fipe realizou um levantamento do custo de um consultório-padrão, alugado por R$ 750 num prédio cujo condomínio custasse apenas R$ 150 e que pagasse os seguintes salários: R$ 650 à atendente, R$ 600 a uma auxiliar de enfermagem, R$ 275 à faxineira e R$ 224 ao contador. Somados os encargos sociais (correspondentes a 65% dos salários), os benefícios, as contas de luz, água, gás e telefone, impostos e taxas da prefeitura, gastos com a conservação do imóvel, material de consumo, custos operacionais e aqueles necessários para a realização da atividade profissional, esse consultório-padrão exigiria R$ 5.179,62 por mês para sua manutenção.
Voltemos às consultas, razão de existirem os consultórios médicos. Em princípio, cada consulta pode gerar de zero a um ou mais retornos para trazer os resultados dos exames pedidos. Os técnicos calculam que 50% a 60% das consultas médicas geram retornos pelos quais os convênios e planos de saúde não desembolsam um centavo sequer.
Façamos a conta: a R$ 20 em média por consulta, para cobrir os R$ 5.179,62 é preciso atender 258 pessoas por mês. Como cerca de metade delas retorna com os resultados, serão necessários: 258 + 129 = 387 atendimentos mensais unicamente para cobrir as despesas obrigatórias. Como o número médio de dias úteis é de 21,5 por mês, entre consultas e retornos deverão ser atendidas 18 pessoas por dia!
Se ele pretender ganhar R$ 5.000 por mês (dos quais serão descontados R$ 1.402 de impostos) para compensar os seis anos de curso universitário em tempo integral pago pela maioria que não tem acesso às universidades públicas, os quatro anos de residência e a necessidade de atualização permanente, precisará atender 36 clientes todos os dias, de segunda a sexta-feira. Ou seja, a média de 4,5 por hora, num dia de oito horas ininterruptas.
Por isso, os usuários dos planos de saúde se queixam: “Os médicos não examinam mais a gente”; “O médico nem olhou a minha cara, ficou de cabeça baixa preenchendo o pedido de exames enquanto eu falava”; “Minha consulta durou cinco minutos”.
É possível exercer a profissão com competência nessa velocidade? Com a experiência de quem atende doentes há quase 40 anos, posso garantir-lhes que não é. O bom exercício da medicina exige, além do exame físico cuidadoso, observação acurada, atenção à história da moléstia, à descrição dos sintomas, aos fatores de melhora e piora, uma análise, ainda que sumária, das condições de vida e da personalidade do paciente. Levando em conta, ainda, que os seres humanos costumam ser pouco objetivos ao relatar seus males, cabe ao profissional orientá-los a fazê-lo com mais precisão para não omitir detalhes fundamentais. A probabilidade de cometer erros graves aumenta perigosamente quando avaliamos quadros clínicos complexos entre dez e 15 minutos.
O que os empresários dos planos de saúde parecem não enxergar é que, embora consigam mão-de-obra barata – graças à proliferação de faculdades de medicina que privilegiou números em detrimento da qualidade -, acabam perdendo dinheiro ao pagar honorários tão insignificantes: médicos que não dispõem de tempo a “perder” com as queixas e o exame físico dos pacientes, pedem exames desnecessários. Tossiu? Raios X de tórax. O resultado veio normal? Tomografia computadorizada. É mais rápido do que considerar as características do quadro, dar explicações detalhadas e observar a evolução. E tem boa chance de deixar o doente com a impressão de que está sendo cuidado.
A economia no preço da consulta resulta em contas astronômicas pagas aos hospitais, onde vão parar os pacientes por falta de diagnóstico precoce, aos laboratórios e serviços de radiologia, cujas redes se expandem a olhos vistos pelas cidades brasileiras. Por essa razão, os concursos para residência de especialidades que realizam procedimentos e exames subsidiários estão cada vez mais concorridos, enquanto os de clínica e cirurgia são desprestigiados.
Aos médicos, que atendem a troco de tão pouco, só resta a alternativa de explicar à população que é tarefa impossível trabalhar nessas condições e pedir descredenciamento em massa dos planos que oferecem remuneração vil. É mais respeitoso com a medicina procurar outros meios de ganhar a vida do que universalizar o cinismo injustificável do “eles fingem que pagam, a gente finge que atende”.
O usuário, ao contratar um plano de saúde, deve sempre perguntar quanto receberão por consulta os profissionais cujos nomes constam da lista de conveniados. Longe de mim desmerecer qualquer tipo de trabalho, mas eu teria medo de ser atendido por um médico que vai receber bem menos do que um encanador cobra para desentupir o banheiro da minha casa. Sinceramente.
Escreva para o meu e-mail: silvafonseca@gmail.com
Armário
ARMÁRIO
Charles Fonseca
Enfim ficaram só ossos
pra aquele armário levados
escondidos pós lavados
escavados n'alma nossos
Amores tão quebrantados
qual cristais antes colossos
hoje ao pó, ja foram nossos,
não mais são, sós, olhos baços.
Charles Fonseca
Enfim ficaram só ossos
pra aquele armário levados
escondidos pós lavados
escavados n'alma nossos
Amores tão quebrantados
qual cristais antes colossos
hoje ao pó, ja foram nossos,
não mais são, sós, olhos baços.
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Renoir
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Logos
LOGOS
Charles Fonseca
Mas que coisa! Ela quer que diga algo mas como conseguir sem falo, sem o dito, o cujo? Fujo. Frontal, não, só pra cabecinha que doi sem vez, sem linha. Debando, da banda, não. Sou virtuose, ou seja sofro dessa ose na virtude. Como cantar sem assoviar se como maestro quero mesmo a maestrina a desfilar com sua banda bumbo, um prato cheio de emoção, com meu trombone de vara eu que toco flauta doce, reco reco é muito áspero, prefiro o gemido da cuica? A banda é doce, às vezes agridoce, pelas campinas espraia aroma sargaço e eu cabeçudo ordeno à batuta, és pequena, vai à luta, vibra, és de carvalho, fende os ares, a musa suscita, a musa excita, ela alaga, alagoas em flores, toca as dobras, transpõe dobrado, devagarinho.
Charles Fonseca
Mas que coisa! Ela quer que diga algo mas como conseguir sem falo, sem o dito, o cujo? Fujo. Frontal, não, só pra cabecinha que doi sem vez, sem linha. Debando, da banda, não. Sou virtuose, ou seja sofro dessa ose na virtude. Como cantar sem assoviar se como maestro quero mesmo a maestrina a desfilar com sua banda bumbo, um prato cheio de emoção, com meu trombone de vara eu que toco flauta doce, reco reco é muito áspero, prefiro o gemido da cuica? A banda é doce, às vezes agridoce, pelas campinas espraia aroma sargaço e eu cabeçudo ordeno à batuta, és pequena, vai à luta, vibra, és de carvalho, fende os ares, a musa suscita, a musa excita, ela alaga, alagoas em flores, toca as dobras, transpõe dobrado, devagarinho.
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quinta-feira, março 07, 2013
A Marinete
A MARINETE
Charles Fonseca
Não é o nome de mulher. Era o nome do ônibus que diariamente saia de meu povoado onde não havia água encanada, rede de esgoto, luz elétrica, à noite luz das estrelas ou do fifó, uma lamparina. Todo dia a marinete ia e voltava à sede do município. Estrada de barro sem cascalho pelas fazendas. Se chovia, corrente em volta dos pneus para vencer o lamaçal. E lá se ia o Renato , guarda fios dos correios. Nada guardava a não ser ir pelas campinas, beira das matas, olhando o fio do telégrafo pra ver se tinha alguma coisa a ser feita. De usual mesmo só as aves do céu a pousar pelo fio descansando de tanto voar. Quem levava a mala do correio era o motorista da marinete, coisa de grande responsabilidade. Dentro dela as cartinhas de namorados, noivos e assemelhados. Quando muito reservadas, iam seladas e registradas, não iam assim à toa, não. Só nas eleições é que a mala ia guardada por um soldado chamado “praça”, um fuzil à mão, levando os votos dos eleitores, nas cédulas datilografadas o nome dos candidatos a vereador que nesse tempo nada ganhavam a não ser a notoriedade mas esta é outra história, depois eu conto. Dia seguinte, voltava a marinete ao povoado trazendo as notícias, os pertences, tudo em paz, fim da tarde. Sessenta quilômetros de muita luta, afinal vencidos. A tarde caia, o sino dobrava, a Ave Maria.
Charles Fonseca
Não é o nome de mulher. Era o nome do ônibus que diariamente saia de meu povoado onde não havia água encanada, rede de esgoto, luz elétrica, à noite luz das estrelas ou do fifó, uma lamparina. Todo dia a marinete ia e voltava à sede do município. Estrada de barro sem cascalho pelas fazendas. Se chovia, corrente em volta dos pneus para vencer o lamaçal. E lá se ia o Renato , guarda fios dos correios. Nada guardava a não ser ir pelas campinas, beira das matas, olhando o fio do telégrafo pra ver se tinha alguma coisa a ser feita. De usual mesmo só as aves do céu a pousar pelo fio descansando de tanto voar. Quem levava a mala do correio era o motorista da marinete, coisa de grande responsabilidade. Dentro dela as cartinhas de namorados, noivos e assemelhados. Quando muito reservadas, iam seladas e registradas, não iam assim à toa, não. Só nas eleições é que a mala ia guardada por um soldado chamado “praça”, um fuzil à mão, levando os votos dos eleitores, nas cédulas datilografadas o nome dos candidatos a vereador que nesse tempo nada ganhavam a não ser a notoriedade mas esta é outra história, depois eu conto. Dia seguinte, voltava a marinete ao povoado trazendo as notícias, os pertences, tudo em paz, fim da tarde. Sessenta quilômetros de muita luta, afinal vencidos. A tarde caia, o sino dobrava, a Ave Maria.
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1718-21, Balthasar Permoser - Apotheosis of Prince Eugene Osterreichische Galerie, Vienna
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Escultura
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A dor de viver
A DOR DE VIVER
Charles Fonseca
As dores do meu viver
São dores do muito amar
São dores do desprezar
Dores são do até mais ver.
De dia eu as esqueço
De noite nas madrugadas
Acordam-me ante o nada
De amores meus sem apreço
Do bem que eles me são
Do mal que é o não vê-los
Do não, mereço desvelos,
Do sim, meu não à ilusão.
Charles Fonseca
As dores do meu viver
São dores do muito amar
São dores do desprezar
Dores são do até mais ver.
De dia eu as esqueço
De noite nas madrugadas
Acordam-me ante o nada
De amores meus sem apreço
Do bem que eles me são
Do mal que é o não vê-los
Do não, mereço desvelos,
Do sim, meu não à ilusão.
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Jardim A. 07.03.13
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Fotografia
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quarta-feira, março 06, 2013
A mala
A MALA
Charles Fonseca
Resolveu omitir a imagem do artista que de tanto ser e estar deixou de estar entre os que sendo não estão nem ai, nem em lugar algum, são imateriais. Não sendo o que pretende, parece, aparece, sem futuro, perece. Muda, não muda. Querendo ser e não sendo, vai se fazendo como se fora. Não é alma forra. É forrada, de cetim ou brim, é chinfrim. Como ficar braços dados assim? Dizia o Barão dize-me com quem andas e direi se vou contigo. O artista não vai. Apenas está arrumando a mala. Vai para outras galáxias, não fica sob o obscuro de Plutão.
Charles Fonseca
Resolveu omitir a imagem do artista que de tanto ser e estar deixou de estar entre os que sendo não estão nem ai, nem em lugar algum, são imateriais. Não sendo o que pretende, parece, aparece, sem futuro, perece. Muda, não muda. Querendo ser e não sendo, vai se fazendo como se fora. Não é alma forra. É forrada, de cetim ou brim, é chinfrim. Como ficar braços dados assim? Dizia o Barão dize-me com quem andas e direi se vou contigo. O artista não vai. Apenas está arrumando a mala. Vai para outras galáxias, não fica sob o obscuro de Plutão.
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Farinha do mesmo saco
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