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sexta-feira, agosto 21, 2020

O amor por terra. Paul Verlaine

O amor por terra

 Paul Verlaine


O vento da outra noite atirou em baixo o Amor 

que num canto do parque, o mais misterioso, 

brandindo o arco traidor, sorria, malicioso, 

e que um dia nos fez sonhar com tanto ardor! 


O vento da outra noite o derrubou! O mármore 

à brisa matinal rola, esparso. E contrista 

olhar-se o pedestal, onde o nome do artista 

se lê dificilmente entre as sombras de uma árvore. 


Oh! como é triste ver somente o pedestal 

de pé! E, no meu pobre e atormentado sonho, 

os pensamentos maus vão e vêm, no medonho 

pressentimento de um futuro ermo e fatal. 


Como é triste! E tu mesma estás enternecida 

com esse quadro, se bem que te distraia o olhar 

aquela borboleta, ouro e púrpura, a voar 

sobre as ruínas do Amor que juncam a avenida.

sábado, julho 18, 2020

Meu sonho familiar. Paul Verlaine. Poesia

Meu sonho familiar
Paul Verlaine

Meu sonho familiar
Muitas vezes, o sonho estranho me surpreende
de uma ignota mulher que eu amo e que me adora,
e que a mesma não é, certamente, a toda hora,
não sendo outra, porém, e me ama e me compreende.
Todo o meu coração deixo que ela o desvende.
Ela somente o faz transparente e o avigora,
E se eu sofro, se a dor minha fronte descora,
ela é o consolo ideal que sobre mim se estende.

É ela trigueira, ou loira, ou ruiva? – Eu o ignoro.
Seu nome? Apenas sei que ele é doce e sonoro
como o de quem se amou e da vida fugiu.

Seu olhar, como o olhar de uma estátua, é sem alma,
e tem na sua voz, grave, longínqua e calma,
a inflexão de uma voz cara que se extinguiu.

terça-feira, junho 09, 2020

CANÇÃO DO OUTONO. Paul Verlaine. Poesia

CANÇÃO DO OUTONO
Paul Verlaine

Tradução: Alphonsus de Guimaraens

Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.

Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
E chora.

Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta
Batido...

domingo, setembro 01, 2019

CANÇÃO DO OUTONO. Paul Verlaine

CANÇÃO DO OUTONO
Paul Verlaine

Tradução: Alphonsus de Guimaraens

Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.

Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
E chora.

sexta-feira, junho 08, 2018

CANÇÃO DO OUTONO. Paul Verlaine. Poesia.

CANÇÃO DO OUTONO
Paul Verlaine

Tradução: Alphonsus de Guimaraens

Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.

Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
E chora.

Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta
Batido...

segunda-feira, dezembro 12, 2016

Canção do outono. Paul Verlaine. Poesia

CANÇÃO DO OUTONO
Paul Verlaine

Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.

Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
E chora.

Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta
Batido...

sábado, abril 23, 2016

Meu sonho familiar. Paul Verlaine

Meu sonho familiar
Paul Verlaine

Muitas vezes, o sonho estranho me surpreende
de uma ignota mulher que eu amo e que me adora,
e que a mesma não é, certamente, a toda hora,
não sendo outra, porém, e me ama e me compreende.

Todo o meu coração deixo que ela o desvende.
Ela somente o faz transparente e o avigora,
E se eu sofro, se a dor minha fronte descora,
ela é o consolo ideal que sobre mim se estende.

É ela trigueira, ou loira, ou ruiva? – Eu o ignoro.
Seu nome? Apenas sei que ele é doce e sonoro
como o de quem se amou e da vida fugiu.

Seu olhar, como o olhar de uma estátua, é sem alma,
e tem na sua voz, grave, longínqua e calma,
a inflexão de uma voz cara que se extingiu.

segunda-feira, novembro 07, 2011

CHORA EM MEU CORAÇÃO
Verlaine

Chora em meu coração
como chove lá fora.
Porque esta lassidão
me invade o coração?

Oh! ruido bom da chuva
no chão e nos telhados!
Para uma alma viúva,
oh! o canto da chuva!

E chora sem razão
meu coração amargo.
Algum desgosto? - Não!
É um pranto sem razão.

E essa é a maior dor,
não saber bem por que,
sem ódio sem amor,
eu sinto tanta dor.

domingo, outubro 30, 2011

O RUIDO DOS CAFÉS
Paul Verlaine

O ruído dos cafés; a lama das calçadas; os plátanos pelo ar desfolhando as ramadas;o ônibus, furacão de rodas e engrenagens, enlameado, a ranger num rumor de ferragens e girando o olho verde e rubro das lanternas; os operários a caminho das tavernas, com os cachimbos à boca a afrontarem os guardas; paredes a ruir; telhados de mansardas; sarjetas pelo chão resvaladiço e imundo, - tal meu caminho, - mas com o paraíso ao fundo.