CARTA A VILMA
Vera Freitas
Querida amiga-irmã,
Você está certa:
Eu só escrevo por tristeza,
Paixão, insônia ou dor.
Se nada estiver moendo minha alma
Revolvendo meus sentidos
Me tirando o sono e a fome
O lápis fica imóvel
E o papel e branco me contempla
Com irônico, desafiador.
(Não sou poeta de computador.)
A alegria não faz com que eu transborde
(nem mesmo de pileque),
Expondo meus avessos, meus escuros,
Mostrando meus remendos descosidos
À luz crua do dia.
A alegria eu apenas sinto.
Passageira,
Ela desliza sobre mim, ligeira,
Me iluminando por um momento lindo
E foge na carreira.
Minha tristeza fica.
É constante, é fiel, é permanente.
Sua presença se impõe de tal maneira
Que eu tenho de escrever para suportar
E até para acreditar que ela existe
Assim tão desalmada, tão perene,
Assim tão exigente...
Só escrevendo posso amortecer
Os tombos que eu levo na corrida.
Porque sentir somente
É impossível
Não dá pra aguentar...
Por isso, receba meu abraço amigo,
Perdoe o tom lilás dos meus escritos
E esse gostinho amargo que eles tem.
Como é que poderia adivinhar
Que um dia iam ser lidos por alguém?
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sábado, dezembro 01, 2012
Carta a Vilma. Vera Freitas.
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