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terça-feira, dezembro 31, 2019

RAMALHETE ( II ). Charles Fonseca. Poesia.

RAMALHETE ( II )
Charles Fonseca

Saudade minha saudade
amor nem ódio em haver
a ver também nada ter
ver nem ouvir em verdade

Mentira, falsa humildade,
nem fé de mais nem de menos
mais, muito mais quero plenos
deixar ao partir por herdade

Mil abraços, muitos beijos,
quem sabe um ramalhete
que possa ao novo ver-te
nunca mais ter-te desejo.

CAVALGANDO Charles Fonseca

CAVALGANDO
Charles Fonseca

Eu a olho num olhar certeiro
Digo pra ela meus versos vesgos
Chamo. Crepita a chama desejo
Que aquece e a toma por inteiro.

Meio de mim instintual a quer
Como sendo outra me fascina?
Vê ela outro que a monta em cima
Ela por baixo é só mulher?

RAMALHETE ( I ) Charles Fonseca

RAMALHETE
Charles Fonseca

Uma rosa na sacada
Gerânios vão da janela
Flores o que são elas
São mulheres ou são vagas

Ilusões que voam soltas
Devaneios são imagens
São pétalas que em miragem
Junto a nós fazem-se trouxas

Ramalhetes ou corbeilles
Em provençal ou francês
Também podem ser bouquets
Lembra a língua mil mulheres.

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. Ricardo Reis

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
Ricardo Reis

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento de mais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento –
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim – à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

O PREFEITO HONESTO

Por que nossos filhos são mais resilientes do que pensamos

Por que nossos filhos são mais resilientes do que pensamos
Michael Rennier

Depois de ver como nossos seis filhos são diferentes, eis o que percebi: as crianças são incrivelmente resistentes
Eu costumava me preocupar com a possibilidade de meus filhos se machucarem com qualquer coisa. Não é que eles tenham uma vida particularmente traumática. A mãe deles e eu nunca brigamos, há muito pouco grito em nossa casa, tentamos não pressioná-los em excesso. Afinal, acho que todos os pais estão pelo menos um pouco ansiosos em criar filhos bem ajustados.
Por exemplo, nossos dois filhos mais velhos, de 10 e 12 anos, já moraram em quatro casas diferentes até agora, incluindo uma grande mudança que levou nossa família a cruzar os Estados Unidos. Eu me pergunto como isso os afetou. Na época em que nos mudamos para longe, tornamo-nos católicos e nossos filhos se tornaram católicos conosco. Essa foi uma grande mudança. Decidimos optar por estudar em casa (homeschooling), o que obviamente levanta muitas questões. Achamos que é a melhor escolha para a nossa família, mas sempre há dúvidas.

Os pais são confrontados com todo tipo de escolhas. Quanta televisão os nossos filhos devem assistir? Como alimentá-los, vesti-los, mantê-los saudáveis? Em que atividades e acampamentos de verão eles devem estar inscritos? Eles não estão ficando para trás, estão? Nossos filhos estão bem ajustados, certo?

Não é incomum ver pais tão preocupados a ponto de não deixar os filhos brincarem no parquinho. Algumas crianças passam a infância inteira sem ficar enlameadas ou ter a chance de subir em uma árvore. Não quero ser o tipo de pai que tenta controlar todos os aspectos da vida de meu filho, sempre preocupado com o roteiro perfeito para a infância.

Depois de ver como nossos seis filhos são diferentes, eis o que percebi: as crianças são incrivelmente resistentes. Eu cometi erros com elas, mas parece que os erros não as afetaram de maneira permanente, e acho que elas não guardam um rancor secreto contra mim. Eu não acho que envenenei o caminho delas para a idade adulta.

Dito isto, acredito sinceramente que os pais são importantes. Eu tento o meu melhor para ser um bom pai. Os pais são altamente influentes em seus filhos e, se não tomarmos cuidado com o que dizemos e como nos comportamos, podemos causar danos emocionais e espirituais.


Quando digo que as crianças são resilientes, há um limite, obviamente, e este limite deve sempre prezar a integridade, a saúde e o bem-estar delas.

Mas quando os pais são hiperprotetores, altamente ansiosos ou egocêntricos, quando gritam regularmente, ou manipulam os filhos, eles podem causar grandes problemas.

Já todas as pequenas coisas, como em qual casa você mora, qual escola eles frequentam, os desafios que você enfrenta em família… A maioria das crianças pode lidar com isso.

Existe um estereótipo comum de que, em qualquer família, o filho mais velho sempre é tratado com mais severidade e o mais novo sempre é mimado. Eu estou no meio de três irmãos, e meus irmãos mais velhos brincam que nossos pais lhes deram tarefas, mas deram a nosso irmão mais novo um patinete. Agora que somos todos adultos, somos praticamente os mesmos – pessoas saudáveis ​​e bem ajustadas. As pequenas diferenças em nossa educação não chegaram definir o futuro de ninguém. Estou convencido de que a razão é que nossos pais nos amaram da mesma maneira.

É disso que nossos filhos precisam de nós – amor incondicional. Se eles têm isso e sabem disso, nenhum erro dos pais, nenhuma decisão, nenhuma ansiedade superará esse amor. Compreender isso me ajudou a relaxar sobre minhas decisões de pai, porque todas são secundárias. Meus filhos estão vivendo uma infância diferente da minha, mas vão ficar bem.

Ainda não estou confiante de que sou um pai perfeito, mas esse não é o ponto. A vida de nossos filhos está além da nossa capacidade de controle e, se tentássemos fazê-lo, seria um fracasso absoluto.

O mais difícil é tratar nossos filhos como seres humanos, com seus próprios objetivos, ambições, pensamentos e sentimentos, mas uma vez que diminuímos um pouco a pressão, é incrível ver o quanto eles são capazes, o quão determinados podem ser, e como, com os pais e uma família que os ama, eles podem enfrentar qualquer desafio que a vida enviar.



ALETEA

Preparado para 2020. Uma vida bem vivida. Quase 75.


ESTRATÉGIA Nº 2.

ESTRATÉGIA Nº 2

A segunda estratégia também fora elucidada por Aristóteles em seu "Tópicos" (1, 13), e trata-se da HOMONÍMIA. Em um signo linguístico, temos o significado, ou seja, a ideia em si, e o significante, ou sua imagem acústica. A junção de ambos compõe o signo linguístico, ou seja, há a ideia e a vocalização da palavra que se juntam de forma arbitrária. Em outras palavras, uma palavra uma vez designando uma ideia, ficará "grudada" eternamente. Uma vez compreendido isso, fica muito mais fácil compreender a estratégia nº 2. Enquanto em sinônimos temos significantes diferentes com o mesmo significado, em homônimos temos significantes idênticos com diferentes significados. Comumente é usada a homonímia para desviar a atenção de algo específico, ampliando sobremaneira o alcance do conceito, que pode ter algo a ver ou simplesmente nada a ver, com o conceito original, para em seguida refutar esse alcance de forma bem agressiva, transmitindo assim a ideia de que refutamos o conceito original. Em outras palavras, usam a mesma palavra, mas refutam o conceito diferente, passando assim a ideia de terem conseguido destruir o argumento do conceito original. Peguemos como exemplo a noção de preconceito defendida por Dalrymple. Há um livro do mesmo onde este defende a ideia de que o preconceito é necessário, dado que o mesmo fornece dados para a relação com a realidade. O mesmo refuta claramente o uso do preconceito de forma destrutiva, como no caso de racismo, por exemplo, mas se apega a uma noção de um instrumento para relação com o mundo. Infelizmente o signo "preconceito" fora associado sempre a um significado pejorativo, e defender o preconceito, mesmo que seja com o outro significado, é tarefa hercúlea, e provavelmente, se tal debate ocorrer, o outro lado usará a homonímia para tentar fazer sua desconstrução. Vamos ficando atentos. Até a próxima estratégia.

André Marroig

Um casal feliz. 2015


TESTAMENTO DO HOMEM SENSATO
Carlos Pena Filho

Quando eu morrer, não faças disparates
nem fiques a pensar: “Ele era assim...”
Mas senta-te num banco de jardim,
calmamente comendo chocolates.

Aceita o que te deixo, o quase nada
destas palavras que te digo aqui:
Foi mais que longa a vida que eu vivi,
para ser em lembranças prolongada.

Porém, se um dia, só, na tarde em queda,
surgir uma lembrança desgarrada,
ave que nasce e em voo se arremeda,

deixa-a pousar em teu silêncio, leve
como se apenas fosse imaginada,
como uma luz, mais que distante, breve.

O QUE É UM SONETO? Carlos Machado

O QUE É UM SONETO?

Basicamente, há três tipos de sonetos, classificados conforme a distribuição dos versos. O primeiro é o soneto italiano ou petrarquiano (referência ao poeta florentino Francesco Petrarca, 1304-1374). Esse soneto contém duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas outras de três versos (tercetos). É a forma mais utilizada no Brasil: 4-4-3-3.

A segunda forma é o soneto inglês, ou shakespeariano, formado por três quartetos e uma estrofe de dois versos (dístico): 4-4-4-2. A terceira forma é também a menos comum: o soneto monóstrofe, com uma estrofe única de catorze versos.

Na prática, os três tipos se misturam em vários sentidos. Em geral, no soneto italiano mais comum, as rimas dos dois quartetos são apenas duas. Ou seja, nos oito versos, há quatro palavras finais com uma rima e quatro com outra. Nos tercetos, as rimas podem ser entremeadas ou postas em duas sequências do tipo ccd-ccd.

No soneto inglês, os dois quartetos em geral não têm a obrigação de ter as mesmas rimas. No dístico final, os dois versos rimam entre si. Contudo, não é raro encontrar sonetos que misturam procedimentos dessas duas formas tradicionais. O soneto com apenas uma estrofe é o menos praticado entre nós. Contudo, ele pode ser uma composição perfeitamente enquadrável numa das outras categorias, apenas apresentada sem as divisões de estrofes.

Do ponto de vista métrico (número de sílabas de cada verso), o padrão clássico é o soneto decassilábico, adotado tanto no tipo italiano como no inglês. No entanto, há sonetos com versos de outras medidas, como as redondilhas maior e menor (7 e 5 sílabas) e muitas outras variações. Há também sonetos invertidos (com os quartetos no final). Vale também lembrar os sonetos brancos (sem rimas) e ainda os sonetos com esquema rímico livre.

segunda-feira, dezembro 30, 2019

Beethoven - Moonlight Sonata (3rd Movement)

Jovem brasileiro que já foi ateu irá em missão católica ao país mais ateu do mundo

“Meu jovem, Deus te fala agora que não precisa da sua fé para Ele existir”

William Rocha resume assim a sua opinião sobre Deus na adolescência:
“Quando eu era novo criei uma mentalidade de que Deus não existia, nem anjos, santos e vida após a morte. Nada! Acreditava que a vida era apenas esta e pronto”.

As coisas mudaram para o jovem ateu de vida dissoluta quando ele foi convidado por uma tia a visitar a comunidade católica Shalom durante uma Missa pelos enfermos, presidida pelo pe. Antonio Furtado. Inspirado pela tia, William fechou os olhos e fez um desafio:

“Deus, ou quem chamam de Deus, prova que você existe. Se eu não ver, eu não vou acreditar”.

Sem saber, ele tinha feito uma oração. Abriu os olhos e observava em tom jocoso as pessoas em oração, cantando, de braços erguidos e orando em línguas.

A surpresa veio no final da adoração, quando uma ministra de oração proclamou que, naquela assembleia, existia um jovem que não acreditava em Deus. Ele estava do lado esquerdo, no final do espaço, ao lado da capela.


“Meu jovem, Deus te fala agora que não precisa da sua fé para Ele existir”.

Era uma noite de 2007, no Centro de Evangelização Shalom da Paz, em Fortaleza, CE.

Aquela proclamação questionou o jovem, que estava na localização dita pela ministra de oração. Pouco tempo depois, o padre que conduzia o Santíssimo Sacramento aproximou-se dele, traçou o sinal da cruz e tocou com a mão em seu ombro.

“Naquele momento, eu senti algo diferente. Logo me lembrei do tempo de infância no colégio católico que estudei”.

Terminada a Missa, o estudante começou a racionalizar e minimizar a experiência que tinha tido. Uma semana depois, a tia voltou a convidá-lo para a Missa. Ele foi – e ouviu, durante a adoração ao Santíssimo, a seguinte proclamação:

“Tem um jovem aqui, no meio, perto da imagem de Nossa Senhora, que antes de vir para cá disse para alguém que não acreditava em Nossa Senhora, em sua pureza e virgindade. Mas, meu filho, ela é Virgem, sim”.

William foi novamente tomado de emoção, ainda mais quando o padre, de novo, se aproximou com o Santíssimo e o tocou. Acabada a Missa, em sua mente marcada pela lógica e dúvida, William questionou aquela experiência. Foi quando decidiu ir pela terceira quinta-feira àquela Missa, mas agora sem falar nada para ninguém. Sentou-se atrás de uma árvore, como que escondido em meio à multidão de quase cinco mil pessoas.

No final da adoração ao Santíssimo, um encontro inexplicável.

“O padre, que já havia passado por onde eu estava, de repente retornou sem tocar em ninguém até chegar exatamente onde eu estava, afastando as cadeiras. Nesse momento, eu estava acocorado atrás da árvore. O padre veio e rezou em mim. Naquela Missa, eu acreditei que aquele pão era Jesus Cristo”.

Após aquela experiência marcante, William se engajou num grupo de oração da comunidade católica Shalom e trilhou um caminho de crescimento espiritual. Em 2011, fez o Vocacional Shalom e, no ano seguinte, partiu para Maceió como missionário. Em 2013 retornou a Fortaleza como postulante de segundo ano na Comunidade de Aliança. Hoje, o mestre em estudos da tradução está de malas prontas para a Suécia, onde fundará uma missão da comunidade junto com outros dois jovens: Cenildo da Costa Filho, de Curitiba, e Luis Gonzaga de Lima, de Santo Amaro, SP.


Comunidade Shalom
Ex-ateu em missão católica num dos países mais descrentes do planeta
O jovem que já foi teimosamente ateu está sendo levado pela Divina Providência justamente a um dos países mais ateus do mundo: 85% da população sueca se diz não crente, contra apenas 2% que se declaram católicos.

“A minha expectativa é altíssima. Não vejo a hora de chegar lá e viver essa experiência missionária. Sei que vamos ter muitas dificuldades com a língua, o clima frio, os poucos fiéis na Igreja Católica. Mas mais me alegra saber que vamos cultivar amizades, conhecer pessoas e fazer parte da vida delas”.

William viaja para a Suécia em janeiro de 2020.

“Nossa missão será em Estocolmo, mas, enquanto não vamos para lá, viveremos na cidade de Uppsala para aprender a língua sueca e estudar nas áreas de religião e cultura, além de conhecer as pessoas e passar por um período de inculturação”.

Foi o cardeal Arbielius, arcebispo de Estocolmo, quem solicitou o envio de missionários ao fundador e moderador geral da Comunidade Shalom, Moysés Azevedo. A conversa iniciada na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) da Polônia se formalizou em 2017, quando o cardeal enviou uma carta ao fundador do Shalom.

William Rocha, o jovem que já foi ateu e que será missionário em uma das sociedades mais ateias do mundo, finaliza:

“Já havia sido consultado para ir em missão para a Austrália, mas não deu certo. Quando surgiu a possibilidade de abrir esta missão na Suécia, o assistente internacional da comunidade, pe. Cristiano Pinheiro, me consultou e eu enviei uma carta. O pedido foi aceito e agora, em janeiro, parto em missão”.

Que Deus abençoe a missão de William, Cenildo e Luiz e ilumine o coração das pessoas a quem eles levarão o testemunho de Cristo.

A pesquisa “Ateísmo: Taxas e Padrões Contemporâneos“, do sociólogo norte-americano Phil Zuckerman, é a fonte usada para apontar a Suécia como o país de maior porcentagem de ateus no total da sua população (85%). Outras pesquisas, no entanto, adotam conceitos mais genéricos, como “população não-religiosa”, e, desta perspectiva, a China passa para o primeiro lugar, seguida pelo Japão. Há também fontes que colocam a Coreia do Norte em primeiro lugar, desconsiderando o fato determinante de que a população é obrigada pelo regime ditatorial local a professar oficialmente o ateísmo.



ALETEA

Caminhemos talvez nos vejamos depois de nos pesarmos à balança lá longe onde a vista alcança alegres felizes nós dois.

domingo, dezembro 29, 2019

O beijo de Judas. Giotto

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PROSCÊNIO. Charles Fonseca. Poesia.

PROSCÊNIO
Charles Fonseca

Pensei que ele ia morrer
tal a sua tristeza
ela disse e com certeza
quase me fui a correr
da minha obrigação
de apoiar os carentes
ainda que contra a corrente
duas vezes contra mão
todos viam em silêncio
que pobre o meu irmão
anda assim de vão em vão
palco platéia proscênio

Auto-retrato com dois círculos. Rembrandt.

Resultado de imagem para self portrait with two circles"

LAÇO. Charles Fonseca. Poesia.

LAÇO
Charles Fonseca

Meu Deus o que que faço
uma musa santa e pura
só libido em natura
não a quero mas eu traço
em verso minha surpresa
de pureza estou à beira
confesso caí no laço.

A Sagração da Primavera - Igor Stravinsky

O leão e o rato

Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado à sombra de uma boa árvore. Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou.

Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu embaixo da pata. Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de esmagá-lo e deixou que fosse embora.

Algum tempo depois, o leão ficou preso na rede de uns caçadores. Não conseguia se soltar, e fazia a floresta inteira tremer com seus urros de raiva.

Nisso, apareceu o ratinho. Com seus dentes afiados, roeu as cordas e soltou o leão.

MORAL DA HISTÓRIA: Uma boa ação ganha outra.


ESOPO

Tom Vinícius Toquinho e Miúcha 03 - Tarde em Itapoã

Alunos doam dinheiro de formatura para pagar tratamento do filho da professora

Alunos doam dinheiro de formatura para pagar tratamento do filho da professora

O dinheiro tinha sido arrecadado com a venda de rifas; caso sensibilizou empresários, que deram um final inesperado para a história
Aconteceu em Pontes e Lacerda, a quase 500 quilômetros de Cuiabá, MT. Os alunos do último ano do ensino médio de uma escola pública decidiram doar para uma professora todo o dinheiro que tinham arrecadado para a festa de formatura. O motivo: eles quiseram ajudar a pagar o tratamento de saúde do filho da professora.
O dinheiro, cujo montante não foi divulgado, foi conseguido através de vendas de rifas, organização de eventos e da economia dos próprios estudantes.

A ideia de abrir mão da festa para ajudar a professora Lucilene Ezequiel foi lançada em grupo no WhatsApp e rapidamente teve a adesão de todos. “Não pensamos tanto pelo lado de não ter uma comemoração da nossa sala. Pensamos mais em ajudar a professora que estava precisando”, disse Athur Felipe Sales Cayres, de 17 anos, ao portal G1.

A professora ficou emocionadíssima como gesto de solidariedade de seus alunos. “Só chorei, pois foi uma mistura de dó, porque sei que para eles [a formatura] é importante, e alegria, pois de alguma forma fiz diferença para eles. Temos visto tantas coisas tristes, desrespeito ao professor, que nos sentimos desmotivados, mas o que esses alunos fizeram foi tão bonito que esquecemos dessas coisas”, contou Lucilene.

O tratamento
Os estudantes se sensibilizaram com a história da professora, cujo filho de sete anos foi diagnosticado com uma doença autoimune que causa dores e feridas pelo corpo.

O tratamento é feito em outra cidade e, apesar da ajuda do governo, a família tem que bancar viagens, exames e alguns remédios. Segundo a professora, embora a doença esteja controlada, ela não tem cura.

Mais solidariedade

O exemplo de solidariedade dos estudantes correu a cidade e sensibilizou os moradores. A repercussão foi tão grande que empresários da região se reuniram e decidiram doar uma festa de formatura para os jovens. Sim, “solidariedade gera solidariedade”.



ALETEA

Michelangelo

Tondo Doni

sábado, dezembro 28, 2019

Devemos repensar nossa postura. Estamos defendendo a nossa fé ou nos expondo ao ridículo?

“”
O Pe. Gabriel Vila Verde questionou via Facebook a postura dos católicos que tendem a criticar precipitadamente a Igreja:
Você que é católico, analise comigo.

Quando um time de futebol perde, os seus torcedores, mesmo sabendo das dificuldades, defendem seu clube com unhas e dentes. O mesmo se diga da política. Os eleitores defendem seus candidatos, mesmo sabendo dos grandes defeitos.

Já na Igreja, a coisa é diferente.

Quando alguém pisa na bola, somos nós os primeiros a botar o caso na rua, expondo as feridas mais dolorosas, como se isso resolvesse a situação. Vivemos a dar tiros nos pés a todo momento, e depois perguntamos porque os outros não nos levam a sério.

Devemos repensar nossa postura. Estamos defendendo a nossa fé ou nos expondo ao ridículo?

Tchaikovsky - The Nutcracker Suite, Op 71a

Por do sol em Jequié

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Herança que recebi antecipada

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Seu dinheiro

A Loba. Jackson Pollock

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O que é melhor: ser aborrescente todos os dias o dia todo ou sentir saudade?

sexta-feira, dezembro 27, 2019

The Best of Mozart - 4 horas de música clássica Playlist para a concentr...

Juiz de garantias: abortando futuras Lava Jatos. Jorge Pontes.

Juiz de garantias: abortando futuras Lava Jatos
Jorge Pontes

A Lei 13.964/2019, que estabeleceu, entre outros pontos, a figura do juiz de garantias, o trend topic do momento, está sob intensa discussão, tanto na imprensa como nas redes sociais.

Todos buscam entender a nova figura e o seu impacto no combate à corrupção ou na salvaguarda das garantias individuais (sic). Buscam dissecar as suas filigranas jurídicas e entender vantagens e desvantagens da novidade.

Sem querer esmiuçar muito, até porque não é necessário, temos que trazer logo à baila o que de fato se intentou — no nosso ordenamento jurídico — com a criação da figura do juiz de garantias.

O objetivo era e é apenas um: abortar o nascimento de novos Moros e Bretas pelo Brasil afora.

A partir de agora, quem autorizará a quebra de sigilo, a interceptação telefônica e telemática, as buscas & apreensões e as prisões cautelares será um juiz, enquanto quem instruirá o processo e procederá ao julgamento será outro magistrado. Dois magistrados para atuar sobre os mesmos fatos…

Está com os dias contados o modelo que pariu a Operação Lava Jato, onde um juiz dedicado debruçou sua inteligência sobre a investigação policial e conheceu, por anos a fio e profundamente, os meandros e detalhes sofisticados da orcrim investigada, o seu emaranhado de esquemas, os atores, e sua dinâmica.

Sob a égide do juiz de garantias a que se refere a Lei 13.964/19 não haveria lugar para juízes como Sergio Moro ou Marcelo Bretas. O juiz que acompanhar o inquérito policial não seguirá em frente. Um outro magistrado terá obrigatoriamente de ler todo o processado, apreendendo cada detalhe, iniciando do zero o conhecimento acerca de fatos investigados, sobre provas e sobre os extensos processados que toda e qualquer investigação de corrupção sistêmica e lavagem de dinheiro produz.

Trata-se de um instituto que veio só para atrapalhar o combate à corrupção. E, ainda, não é adequado ao que está posto no nosso ordenamento, como a própria justificativa para a prevenção do juízo que antecedeu aos demais, em atuação pré-processual.

Nada justifica a criação dessa nova figura, pois, afinal, não estamos vivendo nenhuma onda de ataques ou de ameaças às garantias individuais. Muito pelo contrário, o que temos é um falso garantismo exacerbado, acompanhado de uma profunda crise moral, da “naturalização das coisas erradas”, que por sua vez desaguou na corrupção sistêmica e na consequente institucionalização da delinquência.

A criação do juiz de garantias veio na contramão do que precisamos. É mais uma medida que faz parte da grande onda de reações que essa elite política anacrônica — que ainda dita os rumos do país — vem preparando e entregando, para fazer frente à Lava Jato e ao seu legado.

A grande ironia da chegada do juiz de garantias no nosso sistema jurídico foi a forma como ele nos foi contemplado. A ideia foi embuchada no pacote anticrime do Ministro Moro, como um verdadeiro Cavalo de Tróia. Certamente foi soprado no ouvido do Deputado Marcelo Freixo, que só fez psicografar seu texto. Resta agora saber, por uma curiosidade masoquista, de que “entidade” partiu de fato essa ideia maquiavélica.

Por fim, o advento do juiz de garantias não teve outro objetivo, senão de ceifar a possibilidade do aparecimento de novos Moros e Bretas e, por conseguinte, de novas Lava Jatos. Simples assim.

Jorge Pontes é delegado da Polícia Federal e um dos autores do livro “CRIME.GOV – Quando corrupção & governo se misturam”

HERANÇA. Charles Fonseca. Poesia

HERANÇA
Charles Fonseca

saudade da gorda boiada
tantas então que já vi
nas ruas de Ibicuí
também da rua apertada
doce tempo de escola
proibida a professora
de me bater com reguada
também de usar palmatória
de rezar o padre nosso
protestantes não, o vosso
credo em nós, outra história,
não ir à missa fúnebre
morreu o pai dos pobres
Getúlio, burguês esnobe,
pai chorou por ele lúgubre
saudade vaqueiro Louro
preto asa da graúna
morto em morte miúda
testa na trave não touro
da professora Zefinha
que vinha da roça a cavalo
pro arraial apeado
o cavalo a dar aulinha
ainda falta seu Pim
homem sério taciturno
corda ao pescoço noturno
pendurado visto assim
e da professora novata
grossas coxas sob anágua
que enchia a boca d'água
condicionado estive a vara
já sabia seu destino
ensinado tenra idade
por Ana, ai que saudade,
despedindo foi-se rindo
a moça lá do cartório
redigiu meu nascimento
fez tal alongamento
pernas nuca em petitório
socorro, alguém me acuda
tirem minhas pernas pescoço
pai Clemente ainda moço
viu em flor bela tesuda
confesso roubei Salozinho
um mil réis, volte meu filho,
devolva mesmo rastilho
você errou, meu filhinho;

memórias da tenra infância
tive base no evangelho
tal que hoje eu já velho
inda lembro, bela herança.

quinta-feira, dezembro 26, 2019

No quê as mulheres erram ao serem modestas

Subestimar as conquistas pode parecer algo virtuoso, mas na verdade é o contrário

No fim de semana passado, fui juíza em uma competição de fitness para todas as idades, em Austin (EUA). Como treinadora, meu trabalho era julgar e incentivar os atletas na modalidade de escalada na rede.
Os atletas tiveram que subir em uma rede de carga, atravessá-la e depois descer pelo outro lado. Se você nunca escalou uma rede como essas, pode imaginar que não é tão difícil, mas acredite, é.


A rede está solta e os espaços entre as cordas são grandes – grandes o suficiente para um braço ou perna ficarem presos. A altura é de apenas 3 metros, mas eles parecem muito mais quando você em cima, tentando manobrar as cordas instáveis ​​ao lado de outros concorrentes.

Até os atletas de 20 anos olhavam a rede com um ar de ansiedade, antes de se lançarem sobre ela. Mas não importava quão rápido ou graciosamente eles manobrassem o obstáculo, era claramente uma das partes mais exigentes ​​da competição.

Muitas mulheres lutavam contra a rede, e as atletas mais velhas sofriam mais. Entre a instabilidade e a altura, elas estavam enfrentando um desafio físico muito maior do que os atletas mais jovens.

De fato, muitas delas admitiram ter pavor de altura quando se aproximavam da rede. Essas mulheres de 60, 65 e 68 anos subiram, atravessaram e desceram a rede de carga, com as mãos trêmulas e os olhos arregalados de medo – mas ardendo de determinação. Quando chegavam ao outro lado, eu estava exultante: “você conseguiu!” – eu gritava.


E cada mulher respondia da mesma maneira. Com um encolher de ombros e um olhar cabisbaixo, cada uma dizia: “bem, eu tentei”.

Eu assisti a centenas de atletas atacarem a rede de carga. Eu assisti a homens e mulheres se lançarem com medo, movendo-se cautelosos.

Mas as únicas que subestimaram suas conquistas foram as mulheres. Pior ainda, foram as mulheres que mais lutaram, cuja conquista foi o maior testemunho de sua coragem e determinação. Essas foram as mais críticas consigo mesmas.

Estou travando essa mesma batalha com minhas filhas de 13 e 10 anos em casa. Elas voltam para casa com uma nota muito mais alta que a anterior, claramente resultado de seu trabalho duro, mas quando tento celebrar, elas dizem: “Sim, mas…”

“Sim, mas eu ainda errei 4 questões.” “Sim, mas eu não sabia uma.” “Sim, mas ainda não é um A.” Quase escuto elas dizendo: “Sim, mas ainda não sou perfeita.”

Eu admito que faço a mesma coisa. Quando alguém elogia minha capacidade atlética ou meu desempenho no trabalho, sou rápida em apontar algum outro ponto em que costumo falhar. E eu ouço a coisa das outras mães na porta da escola.

Porque nós fazemos isso? Quando alcançamos algo, por que diminuímos imediatamente essa conquista concentrando-nos (externa ou internamente) em tudo o que ainda não realizamos?

Eu costumava pensar que era virtuoso subestimar minhas realizações. Afinal, a modéstia é uma virtude, certo? É uma virtude que ensinamos desde cedo, especialmente para as meninas. Mas muitas de nós (inclusive eu) herdamos uma compreensão equivocada da modéstia.

A palavra modéstia vem de uma palavra latina que significa “moderação, senso de honra, correção de conduta”. A modéstia está intimamente relacionada à cortesia e à elegância – duas virtudes que pouco têm a ver com nossa opinião sobre nós mesmos mas, em vez disso, relacionam-se com o respeito e a consideração dos outros.

Quando alguém percebe uma conquista e elogia você, esse elogio é um presente. É um presente dado livremente, e se você recusar aceitá-lo – ou pior, se diminuí-lo – isso é o oposto da elegância. Também é o oposto da modéstia, especialmente se você adicionar o qualificador “sim, mas”. Diminuir um elogio e, em seguida, chamar a atenção para uma fraqueza é realmente um comportamento de quem busca atenção. É como pedir um elogio em outra área. Não há nada modesto nisso.

Menosprezar nossas realizações é na verdade uma dupla ofensa à virtude. Não é apenas uma falsa modéstia, mas também uma traição à nossa própria honra e integridade. Quando trabalhamos por algo, isso é uma conquista. Deveríamos ficar alegres quando alguém percebe, ao invés de pensar com culpa em todas as outras coisas que ainda não dominamos.

Aqui está a verdade: nunca seremos perfeitas. Nunca teremos tudo sob controle. E adivinha? Tudo bem. Isso é, de fato, a vida – a mesma vida que todas as outras mulheres estão vivendo.

Todas nós enfrentamos nossos desafios com medo e ansiedade, mas devemos estar determinadas a superá-los. E essas coisas são conquistas enormes, reais e surpreendentes das quais devemos nos alegrar. Quando não fazemos isso, estamos dizendo aos outros que todo esse trabalho não importava – e pior, estamos ensinando a nós mesmas e talvez a nossos filho, a mesma coisa.


ALETEA

Hinos da nossa história parte 1

ABCEDÁRIO. Charles Fonseca. Poesia

ABCEDÁRIO
Charles Fonseca

edificilnossolar
foiláquetudocomeçou
estápraládebagdá
amorenaassimfalou
voltaemeiaumrebolado
umolhardevezemquando
emsuaancaumbomolhado
eeuquasemastruzquando
seráeunãomaisaguento
tantasêdeporteumel
vamoslogonummotel
odelreypranóspudendo

quarta-feira, dezembro 25, 2019

Dança em Bougival. Pierre-Auguste Renoir

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Não ser erudito. Charles Fonseca. Poesia.

Não ser erudito
saber onde as cobras dormem
para onde as pombas fogem
para quem não dou um grito
eis aí um mistério
descoberto passo a passo
correndo ou um tanto lasso
este seja um desiderio
ao saber que nada sei
que os outros também não
não andar de vão em vão
continuo ao além, eu hei

Pai que blinda filho bandido é o que?

Strauss Jr - STRAUSS THE BEST OF POLKAS

La vie. Pablo Picasso

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Evangelho segundo S. João 1,1-18.

Evangelho segundo S. João 1,1-18.

1 No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus.

2 No princípio estava ela com Deus. 3 Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.

4 Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5 E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6 Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7 Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz; 9 daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.

10 A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. 11 Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.

12 Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13 pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.

14 E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15 Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”.

16 De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17 Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo.

18 A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.

CANTO I - XVIII Jorge de Lima. Poesia.

CANTO I - XVIII
Jorge de Lima

Éguas vieram, à tarde, perseguidas,
depositaram bostas sob as vides.
Logo após borboletas vespertinas,
gordas e veludosas como urtigas,

sugar vieram o esterco fumegante.
Se as vísseis, vós diríeis que o composto
das asas e dos restos eram flores.
Porque parecem sexos; nesse instante,

os mais belos centauros do alto empíreo,
pelas pétalas desceram atraídos,
e agora debruçados formam círculos;
depois as beijam como beijam lírios.

CAPOEIRA ERÓTICA

terça-feira, dezembro 24, 2019

Se Deus é perfeito. São Tomás de Aquino.

Art. 1 — Se Deus é perfeito.
(Cont. Gent. I, 28; De Verit., q. 2, a. 3, ad 13; Compend. Theol., c. 20; De Div. Nom., c. 13, lect. 1.)
O primeiro discute-se assim. — Parece que não é próprio de Deus ser perfeito.
1. — Pois, "perfeito" é como quem diz — totalmente feito. Ora, a Deus não pode convir o ser feito. Logo,
nem ser perfeito.
2. Demais. — Deus é o princípio primeiro das coisas. Ora, este é imperfeito; assim, a semente é o
princípio dos animais e das plantas. Logo, Deus é imperfeito.
3. Demais. — Como já estabelecemos, a essência de Deus é o ser mesmo. Ora, parece que este é
imperfeitíssimo, pois é generalíssimo e susceptível de todas as adições. Logo, Deus não é perfeito.
Mas, em contrário, a Escritura (Mt 5, 48): Sede vós logo perfeitos como também vosso pai
celestial é perfeito.
SOLUÇÃO. — Conforme refere Aristóteles, certos filósofos antigos — os Pitagóricos e Espeusipo — não
concebiam que o princípio primeiro fosse ótimo e perfeitíssimo. E a razão é que tais filósofos
consideravam só o princípio material. Ora, o principio material primeiro é imperfeitíssimo; pois, sendo a
matéria em si mesma potencial, por força o princípio material primeiro há de ser totalmente potencial
por excelência e, portanto, totalmente imperfeito. Deus, porém, é considerado como primeiro princípio,
não material, mas, no gênero, da causa eficiente; e, então, há de necessariamente ser perfeitíssimo.
Pois, assim como, em si mesma, a matéria é potencial, assim, o agente é, em si mesmo, atual. Por onde,
o primeiro princípio ativo há de, por força, ser soberanamente ativo, e, por conseqüência, perfeito em
máximo grau. Pois, um ser é considerado perfeito na medida em que é atual; porque perfeito se chama
aquilo ao que nada falta, nos limites da sua perfeição.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Diz Gregório: Balbuciando, proclamamos como podemos
os atributos excelsos de Deus: pois, o que não é feito, não pode, propriamente, ser chamado
perfeito. Ora, como, dentre as coisas feitas, chamamos perfeita à que passa da potência para o ato, essa
palavra — perfeito — foi empregada para significar tudo aquilo a que não falta o ser atual, quer o tenha
por ser feito, quer não.
RESPOSTA À SEGUNDA. — O princípio material, que em nós existe imperfeitamente, não pode ser, em
absoluto, primeiro, mas é precedido por outro, que é perfeito. Assim, embora o sêmen seja o principio
do animal dele gerado, tem contudo, como princípio, o animal ou a planta donde deriva. Pois, antes do
potencial, há de necessariamente existir o atual, porque o ser potencial não se atualiza senão pelo que
já é atual.
RESPOSTA À TERCEIRA. — O ser em si é o mais perfeito de todos por atualizar a todos; pois, nenhum ser
é atual senão enquanto existente. Por onde, o ser em si é o que atualiza todos os outros e, mesmo, as
próprias formas. Por isso, não está para outros como o recipiente para o recebido, mas, antes, como o
recebido para o recipiente. Assim, quando designo o ser do homem, do cavalo, ou de qualquer outro
ente, considero o ser mesmo como princípio formal e como recebido; e não como um sujeito a que
sobrevém a existência.

Leonardo da Vinci.

Madona Litta, 1490 por Leonardo Da Vinci (1452-1519, Italy) | Reproduções De Pinturas Leonardo Da Vinci | WahooArt.com

A cigarra e a formiga. Esopo.

A cigarra e a formiga
A história da cigarra e da formiga talvez seja a mais famosa e difundida fábula de Esopo. A narrativa breve, de apenas um ou dois parágrafos, traz dois animais antagônicos como personagens: a formiga, símbolo do trabalho e do empenho, e a cigarra, representante da preguiça e da displicência. Enquanto a formiga pensou no longo prazo e trabalhou durante o verão para se abastecer no inverno, a cigarra, imediatista, passou o verão a cantar, sem pensar na estação que viria a seguir.

A cada bela estação uma formiga incansável levava para sua casa os mais abundantes mantimentos: quando chegou o inverno, estava farta. Uma cigarra, que todo o verão levara a cantar, achou-se então na maior miséria. Quase a morrer de fome, veio esta, de mãos postas, suplicar à formiga lhe emprestasse um pouco do que lhe sobrava, prometendo pagar-lhe com o juro que quisesse. A formiga, que não é de gênio emprestador; perguntou-lhe, pois, o que fizera no verão que não se precavera.

— No verão, cantei, o calor não me deixou trabalhar.

— Cantastes! tornou a formiga; pois agora dançai.

MORAL DA HISTÓRIA: Trabalhemos para nos livrarmos do suplício da cigarra, e não aturarmos a zombaria das formigas.

Cobra que não anda não come sapo

Feliz Natal. 2019


Evangelho segundo S. Lucas 2,1-14.

Naquele tempo, 67 Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69 Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70 como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71 para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam. 72 Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73 e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos, 74 que, sem temor e libertos das mãos dos nossos inimigos, nós o sirvamos, 75 com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias. 76 E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77 anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados. 78 Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79 para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz”.

AMOR

segunda-feira, dezembro 23, 2019

O banho morno a dois, o sabonete nú a trois, eu e ela sós a amar, ela e eu mais só depois.

Evangelho segundo S. Lucas 1,57-66.

57 Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58 Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59 No oitavo dia foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60 A mãe porém disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62 Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63 Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: “João é o seu nome”. 64 No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65 Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66 E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele.

domingo, dezembro 22, 2019

Desconfie de alguém que aperta sua mão sem lhe olhar nos olhos

Maravilhosos conselhos de vida encontrados num clássico do cinema

CLIQUE > https://pt.aleteia.org/2019/12/22/maravilhosos-conselhos-de-vida-encontrados-num-classico-do-cinema/

Caetano Veloso - Triste Bahia

O valor da consulta medica

O valor da consulta medica vai depender do tempo dispensado ao paciente .

consulta simples : 58,00 reais
(consulta simples: anamnese + exame fisico + receita)

consulta simples + presença de acompanhante mudo : 60,00 reais

consulta simples + presença de acompanhante falante : 100,00 reais

consulta elaborada: anamnese + exame fisico + receita+ relatório para INSS : 150,00

consulta elaborada PLUS :anamnese + exame fisico + receita+ relatório para INSS + atestado para atividade física : 200,00 reais

consulta elaborada MASTER : anamnese + exame fisico + receita+ relatório para INSS + atestado para atividade física : 280,00 reais

consulta elaborada GOLD :anamnese + exame fisico + receita+ relatório para INSS + atestado para atividade física + serviços de GOOGLE WORLD e CALENDÁRIOS ( respondendo pacientemente as perguntas " aonde fica a clinica que faz estes exames? Demora pra agendar ? Meu plano cobre? ) 300,00 reais

consulta elaborada Advance : anamnese + exame fisico + receita+ relatório para INSS + atestado para atividade física + serviços de GOOGLE WORLD e GOOGLE TIME ( respondendo pacientemente as perguntas " aonde fica a clinica que faz estes exames? Demora pra agendar ? Meu plano cobre? ) + resposta de 2 perguntas destinadas a consulta realizadas com outras especialidades ( POR QUE O ENDOÓCRINO PEDIU ESSE EXAME PRA MIM? 2: Por que o vascular me receitou esse remédio ? ) : 500,00 reais.

O TEMPO É PRECIOSO PARA MÉDICOS E PACIENTES , QUANDO O PACIENTE ESTÁ AGUARDANDO NA SALA DE ESPERA O TEMPO CUSTA PASSAR E DEPOIS QUE ESTÁ DENTRO DO CONSULTÓRIO MÉDICO , O PACIENTE CUSTA SAIR . (Autor desconhecido)

The Cello Song - (Bach is back with 7 more cellos) - The Piano Guys

Madame Monet em costume japonês. Claude Monet

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A DESPEDIDA. Charles Fonseca. Poesia.

ÁPORO. Carlos Drummond de Andrade. Poesia.

ÁPORO
Carlos Drummond de Andrade

Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape.

Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?

Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:

em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se.

ONTEM AO LUAR - FRANCISCO PETRÔNIO & DILERMANDO REIS

sábado, dezembro 21, 2019

Beethoven Silence

Auto-retrato, 1901 por Picasso

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OS BAGOS. Charles Fonseca. Poesia.

OS BAGOS
Charles Fonseca

os bagos do prefeito
sobre o do governador
agora não mais, acabou,
o símbolo está desfeito
sobra agora o real
findou-se o imaginado
triste Bahia, coitados,
intolerância ao final.


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Sansão Cego pelos Filisteus. Rembrandt. Pintura.

Sansão Cego pelos Filisteus