Pesquisar este blog

domingo, dezembro 22, 2019

ÁPORO. Carlos Drummond de Andrade. Poesia.

ÁPORO
Carlos Drummond de Andrade

Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape.

Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?

Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:

em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se.

Nenhum comentário:

Postar um comentário