sexta-feira, janeiro 19, 2024

As estrelas. Olavo Bilac

 As Estrelas

Quando a noite cais, fica à janela,

E contempla o infinito firmamento!

Vê que planície fulgurante e bela!

Vê que deslumbramento!

Olha a primeira estrela que aparece

Além, naquele ponto do horizonte ...

Brilha, tremula e vívida...  Parece

Um farol sobre o píncaro do monte.

             Com o crescer da treva,

Quantas estrelas vão aparecendo!

De momento em momento, uma se eleva,

E outras em torno dela vão nascendo.

Quantas agora! ...  Vê!  Noite fechada ...

Quem poderá contar tantas estrelas?

Toda a abóbada esta iluminada :

E o olhar se perde, e cansa-se de vê-las

Surgem novas estrelas imprevistas

             Inda outras mais despontam ...

Mas, acima das últimas avistas,

Há milhões e milhões que não se contam ...

             Baixa a fronte e medita:

— Como, sendo tão grande na vaidade,

Diante desta abóbada infinita

É pequenina e fraca a humanidade!

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