A MUSA
Charles Fonseca
A musa é uma mulher muito ciumenta. Quer que o artista só pense nela, só coma ela, só respire ela, abraço nela, beijo de língua, só olhe pra ela. Na é qualquer uma, como as outras pensam que são. Ela é a sã paixão, a devoção. E agora e agora? Agora é agüentar firme, faz que olha, faz que olha. Ou então me olha, molha. Por que não quero, por que não gosto, é só pra ela o meu negócio, o meu ócio, não sou beócio. Jogo de fita, mulher aflita, não agüenta o tranco, brinca e desbrinca, carrego nas tintas. Levanto o pincel não é uma brocha, é uma tocha, atocha, atocha. Eu quero a musa, mulher confusa. Ela é matéria, tão ao meu lado, não é de agora, longo caminho, a dois, a dois.
quarta-feira, abril 08, 2015
A MUSA. Charles Fonseca. Prosa
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