domingo, junho 06, 2010

MEDICINA

ESQUIZOFRENIA

COMO AS PESSOAS PODEM AJUDAR?

A rede de apoio de um paciente pode conter várias pessoas e instituições incluindo a família, seu médico, terapeutas, serviço de tratamento, centro de convivência, igreja, amigos, vizinhos e outros. Há muitas situações em que os pacientes com esquizofrenia podem precisar de ajuda de pessoas da sua família ou da comunidade. Com freqüência, uma pessoa portadora de esquizofrenia poderá resistir ao tratamento, acreditando que os delírios ou as alucinações são reais e que a ajuda psiquiátrica não é necessária. À vezes, a família ou os amigos precisam intervir e levar seu parente ou conhecido a um serviço de atendimento psiquiátrico ou a um médico para ser avaliado.
Em situações de crise, com a presença de comportamentos que representem risco para o portador de esquizofrenia ou para as pessoas a seu redor (por exemplo, o portador recusa a alimentação e está muito abatido, ou assustado e ameaçando bater nas pessoas, ou sai de casa e vaga sem destino pelas ruas), essa pessoa deve ser levada ao Pronto-Socorro (PS) mais próximo. Neste PS, mesmo que não haja psiquiatra de plantão, é obrigatório que o paciente seja avaliado. O médico que atendeu o paciente pode solicitar uma avaliação psiquiátrica numa unidade médica de referência, se achar necessário. Esta avaliação por psiquiatra pode ser necessária nos casos em que pode haver necessidade de internação psiquiátrica. O portador de esquizofrenia e seus familiares devem ser atendidos com seriedade e humanidade pela equipe de saúde: casos de negligência ou violência com o paciente durante estes atendimentos precisam ser denunciados as autoridades competentes.
Às vezes, somente os familiares ou pessoas próximas percebem a alteração no comportamento ou nas idéias. Se o paciente não está conseguindo ou não quer falar sobre o que está acontecendo com ele, estas pessoas próximas precisam fornecer informações (e tem de ser atendidas e ouvidas pelo profissional procurado para avaliar o paciente), para que os dados relevantes sejam considerados.
Em casos onde a internação se fez necessária, é muito importante garantir a continuidade do tratamento após a hospitalização. Muitos pacientes param de tomar a medicação ou largam o tratamento e isso freqüentemente leva ao retorno dos sintomas da doença. Encorajar o paciente a continuar o tratamento e assisti-lo no processo de tratamento pode influenciar positivamente sua recuperação. Sem tratamento, algumas pessoas com esquizofrenia se tornam tão psicóticas e desorganizadas que não conseguem cuidar de suas necessidades básicas como alimentação, vestuário, higiene e moradia. Muito freqüentemente, pessoas com transtornos mentais como a esquizofrenia, sem nenhum tipo de assistência ou tratamento, acabam isolando-se completamente do convívio social. Alguns se tornam moradores de rua ou terminam envolvendo-se em delitos e vão presos. Com isso, acabam não recebendo o tratamento de que tanto precisam e perpetuando o problema do isolamento e exclusão social.
As pessoas próximas aos portadores freqüentemente sentem-se inseguras quanto a como responder quando estes fazem afirmações que parecem estranhas ou são claramente falsas. Para a pessoa com esquizofrenia, crenças bizarras ou alucinações parecem ser reais – não são apenas “fantasias” ou “imaginação”. Uma maneira de lidar com isso é não contestar nem simplesmente aceitar, mas dizer para a pessoa que, embora não entendamos tal questão da mesma maneira, ou não compartilhemos das mesmas sensações, reconhecemos e acreditamos que o que está sendo vivenciado é real para ele ou ela.
Também pode ser útil, para as pessoas que convivem com o portador, anotar quais sintomas observam, os medicamentos em uso (incluindo a dosagem), bem como os efeitos observados nos tratamentos experimentados anteriormente. Ao conhecer quais medicações ajudaram e quais causaram efeitos colaterais indesejáveis no passado, familiares ou cuidadores podem ajudar os profissionais que tratam o paciente a encontrar o melhor tratamento mais rapidamente. Além disso, ao conhecer quais sintomas já estiveram presentes, os familiares ou cuidadores podem lidar melhor com as oscilações e dificuldades diárias. Isso ajuda também a identificar “sinais de alerta” – indicadores de que o paciente possa estar recaindo. Estes sinais podem ser mudanças no padrão de sono, agitação ou aumento do isolamento. Se um início de recaída é logo detectado e tratado, previne-se um novo surto e isto diminui o sofrimento e as perdas para o paciente.
Além do envolvimento com a busca e a adesão ao tratamento, os familiares, amigos e grupos de ajuda mútua dão apoio e encorajam a pessoa com esquizofrenia a recobrar suas habilidades e interesses. É importante que se ajude o portador a estabelecer objetivos alcançáveis, uma vez que a “pressão” ou a crítica e exigência repetidas expõem a pessoa a um estresse que pode levar à piora dos sintomas. A pessoa que tem esquizofrenia, como todo mundo, precisa de reconhecimento quando está fazendo as coisas de maneira boa ou correta. É sempre bom lembrar que atitudes positivas podem ser mais úteis do que críticas.
http://www.abpcomunidade.org.br/informese/exibir/?id=25

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