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segunda-feira, maio 17, 2010

Esquizofrenia

O QUE A ESQUIZOFRENIA NÃO É:

• “Dupla Personalidade”
• Fraqueza de caráter
• Preguiça
• Loucura ou psicopatia
• “encosto” ou mal espiritual
• Culpa da criação dos pais
• Deficiência mental
• Uma doença sem tratamento

As pessoas com esquizofrenia têm uma tendência a serem violentas?
Os jornais e a mídia tendem a associar doença mental e violência criminal. Entretanto, estudos indicam que, à exceção das pessoas com histórico de violência criminal anterior à doença e daquelas com problemas de abuso de álcool ou drogas, as pessoas com esquizofrenia não são particularmente propensas à violência. De maneira geral, os indivíduos com esquizofrenia não são violentos; tipicamente, eles são retraídos e preferem estar sozinhos. Os crimes violentos, em sua maioria, não são cometidos por pessoas com esquizofrenia.
O abuso de drogas aumenta significativamente o índice de violência em pessoas que têm esquizofrenia, mas também nas que não tem a doença. Pessoas com sintomas paranóides (de perseguição) e psicóticos, que podem se tornar piores se a medicação for interrompida, podem também ter um maior risco de comportamento violento. Quando ocorre a violência, esta é com maior freqüência direcionada a algum familiar ou pessoa próxima e muitas vezes ocorre em casa.

E quanto ao suicídio?
Suicídio é um risco sério para as pessoas que têm esquizofrenia. Se um indivíduo tenta cometer suicídio ou ameaça fazê-lo, é preciso buscar ajuda profissional imediatamente. O índice de suicídio é mais alto em pessoas com esquizofrenia do que na população geral. Aproximadamente 10% das pessoas que sofrem de esquizofrenia cometem suicídio, especialmente jovens do sexo masculino. Infelizmente, é muito difícil prever quais pessoas com esquizofrenia poderão tentar o suicídio.


QUAIS AS CAUSAS DA ESQUIZOFRENIA?

Não existe uma única causa da esquizofrenia. Muitas doenças, como por exemplo as doenças cardíacas, resultam de uma interação entre fatores genéticos, comportamentais e ambientais. Provavelmente o mesmo deve acontecer com a esquizofrenia. Os cientistas ainda não conhecem todos os fatores necessários para causar a esquizofrenia, mas diversos tipos de pesquisa estão sendo feitas para estudar os genes, os momentos críticos no desenvolvimento cerebral e outros fatores que podem levar à doença.

A esquizofrenia é herdada?
Já é bem conhecido que a esquizofrenia tem um caráter familiar. Pessoas que têm um parente próximo com esquizofrenia são mais propensas a desenvolver a doença do que aquelas que não têm parentes com a doença. Por exemplo, um gêmeo monozigótico (idêntico) de alguém que tem esquizofrenia tem o risco mais alto – 40 a 50% - de desenvolver a doença. Uma criança cujo pai ou mãe tem esquizofrenia tem 10% de chance de desenvolver a doença. Em comparação, na população geral o risco da esquizofrenia é de aproximadamente 1%.
Cientistas estão estudando os fatores genéticos na esquizofrenia. É provável que múltiplos genes estejam envolvidos em criar uma predisposição para desenvolver a doença. Além disso, fatores como dificuldades pré-natais (durante a gestação), como falta de nutrição intrauterina ou infecções virais, complicações perinatais (durante o parto), e vários estressores não específicos, parecem influenciar o desenvolvimento da esquizofrenia. Entretanto, ainda não sabemos como a predisposição genética é transmitida, e não se pode prever com precisão se uma determinada pessoa irá ou não desenvolver a doença.

A esquizofrenia está associada a um defeito químico no cérebro?
O conhecimento básico sobre a química cerebral e sua ligação com a doença está avançando rapidamente. Os neurotransmissores, substâncias que permitem a comunicação entre as células nervosas, têm sido desde há bastante tempo associados com o desenvolvimento da esquizofrenia. É provável (ainda não há certeza) que a doença esteja associada a algum desequilíbrio do complexo sistema de interrelações químicas do cérebro, talvez envolvendo os neurotransmissores dopamina e glutamato. Esta área de pesquisa é promissora.

A esquizofrenia é causada por uma anormalidade física do cérebro?
Há grandes avanços em tecnologia de neuroimagem que permitem que cientistas estudem a estrutura e função cerebral em indivíduos com a doença. Muitos estudos em pessoas com esquizofrenia encontraram anormalidades na estrutura cerebral (por exemplo, o aumento de cavidades cerebrais chamadas ventrículos, no interior do cérebro, e a diminuição de certas regiões cerebrais), ou na função cerebral (por exemplo, atividade metabólica diminuída em certas regiões cerebrais). Deve-se enfatizar que essas anormalidades são bastante sutis e não são características de todas as pessoas com esquizofrenia, nem ocorrem somente em indivíduos que têm essa doença. Estudos microscópicos do tecido cerebral depois da morte têm também mostrado pequenas mudanças na distribuição ou número de células cerebrais em pessoas com esquizofrenia. Parece que muitas destas mudanças (mas provavelmente não todas), estão presentes mesmo antes que o indivíduo se torne doente. A esquizofrenia pode ser, em parte, um transtorno do desenvolvimento do cérebro. Neurobiólogos do desenvolvimento, financiados pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH), descobriram que a esquizofrenia pode ser um transtorno do desenvolvimento resultante de conexões inapropriadas entre neurônios durante o desenvolvimento fetal (intra-uterino). Esses erros podem permanecer “dormentes” até a puberdade, quando mudanças no cérebro que ocorrem normalmente durante este estágio crítico da maturação interagem adversamente com as conexões falhas ou defeituosas. Essa pesquisa tem incentivado trabalhos para identificar fatores pré-natais que possam ter alguma relação com a aparente anormalidade do desenvolvimento. Em outros estudos, investigadores usando técnicas de imagem cerebral, têm encontrado evidências de mudanças bioquímicas que podem preceder os sintomas da doença, levando ao exame dos circuitos neurais que têm maior probabilidade de estar envolvidos na produção destes sintomas. Ao mesmo tempo, cientistas trabalhando em nível molecular estão explorando as bases genéticas no desenvolvimento cerebral e nos sistemas neurotransmissores que regulam as funções cerebrais.
http://www.abpcomunidade.org.br/informese/exibir/?id=25

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