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terça-feira, janeiro 23, 2007

Antônio Conselheiro. Patativa do Assaré. Poesia

ANTÔNIO CONSELHEIRO
Patativa do Assaré

Cada um na vida tem seu direito de julgar.
Como tenho o meu também, com razão quero falar
Nestes meus verso singelos , mas de sentimentos belos
Sobre um grande brasileiro, cearense, meu conterrâneo.
Líder sensato, espontâneo, nosso Antônio Conselheiro

Este cearense nasceu lá em Quixeramobim.
Sei eu sei como ele viveu , sei como foi o seu fim.
Quando em Canudos chegou, com amor organizou
Um ambiente comum, sem enredos nem engodos,
Ali era um por todos e eram todos por um

Não pode ser justiceiro e nem verdadeiro é
O que diz seu conselheiro , enganava a boa fé
O conselheiro queria acabar com a anarquia
Do grande contra o pequeno. Pregava no seu sermão
Aquela mesma missão que pregava o nazareno.

Com a sua simpatia, honestidade e brio
Ele criou na Bahia um ambiente sadio
Onde vivia tranqüilo, ensinando tudo aquilo
Que a moral cristã encerra.
Defendendo os desgraçado
Do julgo dos potentados, dominadores da terra.

Seguindo um caminho novo, mostrando a luz da verdade,
Incutia entre o seu povo, amor e fraternidade
Em favor do bem comum, ajudava a cada um
Foi trabalhador e ordeiro, derramando o seu suor.
Foi ele o líder maior do nordeste brasileiro.

Sem haver contrariedade, explicava muito bem
Aquelas mesmas verdades que o santo Evangelho tem.
Calado em sua missão contra a feia exploração
E assim, evangelizando, com um progresso estupendo
Canudos ia crescendo e a notícia se espalhando.

O pobrezinho agregado e o explorado parceiro,
Cada qual ia apressado recorrer ao Conselheiro
E o líder recebia muita gente todo dia.
Assim,Fazendo os seus planos, na luta não fracassava
Porque sabia que estava com os direitos humanos.

Mediante a sua instrução, naquela sociedade
Reinava paz e união dentro do grau de igualdade
Com a palavra de Deus ele conduzia os seus
Era um movimento humano de feição socialista,
Pois não era monarquista, nem era republicano

Desta forma, na Bahia, crescia a comunidade
E ao mesmo tempo crescia uma bonita cidade
Já Antônio Conselheiro sonhava com o luzeiro
Da aurora da nova vida. Era qual outro Moisés,
Conduzindo os seus fiéis para a terra prometida

E assim, bem acompanhado, os planos a resolver
Foi mais tarde censurado pelos donos do poder
O taxaram de fanático, e um caso triste e dramático
Se deu naquele local. O poder se revoltou
E Canudos terminou numa guerra social.

Da catástrofe sem pá o Brasil já tá ciente
Não é preciso contar pormenorizadamente tudo quanto aconteceu.
O que Canudos sofreu nós guardados na memória
Aquela grande chacina, a grande carnificinaQue entristece a nossa história

E andar pela Bahia, chegando ao dito local
Onde aconteceu um dia o drama triste e fatal,
Parece ouvir os gemidos entre os roncos e estampidos.
E em benefício dos seus , no momento derradeiro
O nosso herói brasileiro pedindo justiça a Deus.

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