Pesquisar este blog

sexta-feira, outubro 13, 2006

AS CONCHAS. Verlaine. Poesia

AS CONCHAS
Verlaine

Cada concha, no interior
dessa gruta onde a gente se ama,
tem o seu especial sabor.

Uma, a púrpura tem da chama
roubada ao nosso coração,
quando o desejo nos inflama.

Finge esta a tua lassidão
se me vês, pálida e irritada,
a olhar-te cheio de intenção.

Nesta, a tua orelha é imitada
com graça; e aquela copiou
tua nuca rósea e torneada.
Uma, porém, me perturbou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário