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quinta-feira, setembro 07, 2006

Soneto da triste fera. Ruy Espinheira Filho

SONETO DA TRISTE FERA
Ruy Espinheira Filho

Quanto mais o olhar acera,
recrudesce a noite vasta,
restando apenas à fera
as trevas em que se engasta.

Choramos, era após era,
esta carência que pasta
entre escombros de quimera
tudo aquilo que não basta

a nós, esta triste fera
que vê só o duro luzir
desta, mais fera que a fera,

condição que a vergasta:
corpo — o que nos vai trair;
e alma — o que nos devasta!

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