segunda-feira, abril 07, 2025

Vestido de Oração de Scarlett O'Hara

Na cena de abertura de "...E o Vento Levou" (1939), Scarlett O'Hara é apresentada usando o que ficou conhecido como seu "vestido de oração" - uma peça branca em camadas com um distintivo cinto vermelho. Este figurino é crucial para estabelecer imediatamente o caráter de Scarlett e o tom da narrativa.


O branco do vestido sugere pureza e inocência, criando um contraste deliberado com a natureza manipuladora de Scarlett. Quando a vemos sendo cortejada por dois pretendentes, os gêmeos Tarleton, ela está claramente se deleitando com a atenção e jogando com seus afetos. O vestido, com suas camadas delicadas, representa a feminilidade sulista tradicional - a aparência de fragilidade que mascara uma personalidade forte e determinada.


O cinto vermelho funciona como um elemento simbólico poderoso. O vermelho, cor da paixão e do desejo, interrompe a pureza do branco, sinalizando ao público que Scarlett não é a típica dama sulista. Este detalhe cromático prenuncia sua personalidade apaixonada e seu espírito rebelde que desafiará as convenções sociais ao longo da narrativa.


A designer de figurino Walter Plunkett criou esta peça para estabelecer visualmente a dualidade de Scarlett - exteriormente conformada às expectativas sociais da época, mas interiormente impulsionada por desejos e ambições próprias. O vestido representa a aristocracia sulista pré-Guerra Civil, com seu estilo elaborado refletindo a opulência e a indulgência daquela sociedade prestes a desaparecer.


O "vestido de oração" também serve como contraponto aos figurinos que Scarlett usará mais tarde na história, especialmente após as dificuldades da guerra. Esta transformação visual acompanhará sua jornada de amadurecimento e sobrevivência através de tempos tumultuados, tornando-se um elemento narrativo que transcende a simples função decorativa.


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© (Giih De Figueiredo). 

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Salvador


 

O TEMPO

 Em 1972, um cientista francês se trancou em uma caverna escura a 135 metros de profundidade por 180 dias.

Sem luz.

Sem tempo.

Sem contato humano.

Ele queria descobrir os segredos da mente humana — e o que ele descobriu foi literalmente DOBRAR O TEMPO:


Michel Siffre era um geólogo e pesquisador obcecado em entender a biologia humana em condições extremas.


Ele acreditava que a chave para desvendar a mente humana estava em sua relação com o tempo.


Para testar isso, ele criou um experimento radical.


Siffre se ofereceu para viver completamente isolado em uma caverna.


Sem relógios

Sem luz solar

Sem maneira de controlar o tempo

Ele queria descobrir:

• Como o cérebro reage ao isolamento total

• O que acontece quando você é cortado dos ciclos naturais


O mundo pensou que ele era louco.


Em 1972, Siffre desceu 135 metros de profundidade em uma caverna no Texas.


 Sem contato com o mundo exterior

Sem sol para guiar seus dias

Só ele, um saco de dormir e ferramentas para sobrevivência

A escuridão era absoluta.

O silêncio, ensurdecedor.


No começo, Siffre tentou manter uma rotina.

Ele seguiu a fome e a fadiga para decidir quando comer e dormir.


Mas sem luz ou relógios...

Seu senso de tempo começou a distorcer.


As horas pareciam minutos

Os dias se confundiam

O estado mental de Siffre se deteriorou rapidamente:

• Ele teve alucinações com sombras e vozes

• Ele ficou paranoico — convencido de que outra pessoa estava na caverna

• Seus pensamentos entraram em espiral no caos


O isolamento estava quebrando sua mente.


O que ele não sabia:

Sua equipe acima do solo estava observando tudo.


Eles registraram sua atividade para comparar com o tempo real.


Os resultados?

Siffre estava completamente desconectado da realidade.


 No mês 2, ele acreditava que 24 horas haviam se passado, quando na verdade eram quase 48.


Seu relógio interno havia desacelerado drasticamente.


Seu corpo criou um novo ritmo:

• 36 horas acordado

• 12 horas dormindo


Isso chocou os cientistas.


Os humanos evoluíram para seguir o ritmo circadiano de 24 horas definido pela luz solar.

Mas sem luz, o corpo de Siffre inventou seu próprio relógio, independente do sol.


Foi a prova de que o cérebro humano tem um sistema de tempo embutido.


Mas houve uma descoberta mais sombria.


À medida que as semanas se transformavam em meses, seu estado mental piorava:

• Ele esquecia palavras no meio da frase

• Ele lutava para lembrar fatos básicos

• Suas emoções oscilavam violentamente entre alegria e desespero


O isolamento estava reescrevendo seu cérebro.


Siffre mais tarde descreveu a experiência como:

"Um lento deslize para a loucura."


 Ele conversava com insetos para ter companhia

Ele encontrou conforto em sua própria voz

Mas o silêncio sempre retornava, esmagador e implacável

Após 180 dias, Siffre foi retirado da caverna.


Para ele, apenas 151 dias se passaram.

Ele ficou surpreso ao saber quanto tempo havia perdido.


Sem pistas externas, o cérebro perde o controle do tempo.


O experimento de Siffre revelou:

• O tempo não é apenas externo — é algo que a mente cria ativamente

• O isolamento e a privação sensorial distorcem essa capacidade, causando desorientação


Suas descobertas transformaram nossa compreensão da percepção do tempo.


Elas levaram a avanços em:

• Pesquisa do ritmo circadiano

• Exploração espacial (isolamento de astronautas)

• Saúde mental em confinamento solitário


Mas o custo foi alto.


 Siffre não saiu ileso:

• Ele sofreu perda permanente de memória

• Sua saúde mental levou anos para se recuperar

• Ele descreveu a caverna como "uma noite sem fim" que o assombrou por décadas


Ele pagou um alto preço por suas descobertas.


Apesar do trauma, Siffre continuou sua pesquisa.

Mais tarde, ele se isolou em outras cavernas para replicar suas descobertas.


Seu trabalho lançou as bases para a ciência moderna do sono e a psicologia do tempo.


Mas as questões que ele levantou permanecem:

O que é o tempo, realmente?

É uma construção do mundo externo —

Ou algo criado pela mente?


Os experimentos de Siffre mostraram que o tempo é ambos.

E que a mente detém o poder supremo de moldá-lo.


"A mente é um universo próprio." – Michel Siffre


O legado de Siffre é um lembrete:

Da resiliência e fragilidade do cérebro humano.

E como o isolamento pode revelar as profundezas do nosso mundo interior.


https://s.shopee.com.br/1LS9gijzeQ

F


 

O VERMELHO

 O vestido vermelho que Rhett Butler obriga Scarlett O'Hara a usar durante a festa de aniversário de Ashley Wilkes em ...E o Vento Levou é uma peça central no jogo simbólico do filme, carregando um denso valor visual e narrativo. Mais do que um simples figurino, ele opera como um marcador da “queda moral” de Scarlett aos olhos da sociedade de Atlanta no pós-Guerra Civil, refletindo o julgamento severo das convenções vitorianas sobre feminilidade e decoro. O vermelho, cor associada a paixão, escândalo e mulheres marginalizadas, contrasta fortemente com os tons neutros e pastéis esperados das “boas damas” da época, acentuando o isolamento de Scarlett e a forma como ela é publicamente humilhada por Rhett. Ao mesmo tempo, o vestido expõe o conflito latente no casamento dos dois protagonistas, funcionando como uma punição simbólica imposta por Rhett diante da persistência de Scarlett em alimentar sentimentos por Ashley. A força visual da cena é tamanha que enfrentou resistência da censura na época da produção cinematográfica, o que atesta seu caráter provocador. Assim, o vestido vermelho não apenas condensa as tensões entre moralidade, desejo e poder, mas também marca um ponto de inflexão na trama, revelando o desgaste das relações centrais e preparando o espectador para os desdobramentos emocionais e dramáticos que se seguem.


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© (Giih De Figueiredo). 

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Salvador


 

domingo, abril 06, 2025

Sonhar de te amar. Sonhar de ser amado é qual fio descapado, coisa linda de se ver.

O RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM


 

CARTER PARA TRUMP

"...Você tem medo que a China nos supere, e eu concordo com você. Mas você sabe por que a China nos superará? Eu normalizei relações diplomáticas com Pequim em 1979, desde essa data... você sabe quantas vezes a China entrou em guerra com alguém? Nem uma vez, enquanto nós estamos constantemente em guerra. 

Os Estados Unidos é a nação mais guerreira da história do mundo, pois quer impor aos Estados que respondam ao nosso governo e aos valores americanos em todo o Ocidente, e controlar as empresas que dispõem de recursos energéticos em outros países. 

A China, por seu lado, está investindo seus recursos em projetos de infraestrutura, ferrovias de alta velocidade intercontinentais e transoceânicos, tecnologia 6G, inteligência robótica, universidades, hospitais, portos e edifícios em vez de usá-los em despesas militares. Quantos quilômetros de ferrovias de alta velocidade temos em nosso país? Nós desperdiçamos U$ 300 bilhões em despesas militares para submeter países que procuravam sair da nossa hegemonia. A China não desperdiçou nem um centavo em guerra, e é por isso que nos ultrapassa em quase todas as áreas. 

E se tivéssemos tomado U$ 300 bilhões para instalar infraestruturas, robôs e saúde pública nos EUA teríamos trens bala transoceânicos de alta velocidade. Teríamos pontes que não colapsem, sistema de saúde grátis para os americanos não infectarem mais  milhares de americanos do que qualquer país do mundo pelo COVID-19. 

Teríamos caminhos que se mantenham adequadamente. Nosso sistema educativo seria tão bom quanto o da Coreia do Sul ou Xangai".

F


 

Edgar Allan Poe

 Esta informação sobre o sepultamento inicial de Edgar Allan Poe revela um aspecto melancólico que parece apropriado para o criador de tantas obras góticas. O fato de Poe ter sido inicialmente enterrado sem lápide nas traseiras do Westminster Hall and Burying Ground em Baltimore reflete a triste realidade de seus últimos dias.


Esta circunstância de sepultamento sem identificação ecoa elementos do próprio trabalho de Poe, onde a morte, o anonimato e o esquecimento são temas recorrentes. Há uma ironia sombria no fato de que um dos escritores mais influentes da literatura americana tenha inicialmente recebido um túmulo não marcado.


A existência atual de uma pedra marcando o local original do enterro demonstra como a apreciação por Poe cresceu significativamente após sua morte. Este reconhecimento póstumo é comum entre artistas que foram subestimados em vida, mas Poe representa um caso particularmente notável deste fenômeno.


É interessante observar a conexão entre Baltimore e Poe. Embora nascido em Boston, é Baltimore que se tornou guardiã de seu patrimônio físico. Esta cidade adotou Poe como um filho literário, transformando seu local de descanso em um santuário cultural que atrai admiradores de sua obra de todo o mundo.


O túmulo de Poe tornou-se mais que um simples marco - é um símbolo do reconhecimento tardio de seu gênio e da permanência de sua influência na literatura mundial. Que um local inicialmente esquecido e sem identificação tenha se transformado em destino de peregrinação literária é uma virada que o próprio autor, com seu apreço pelo macabro e pelo irônico, talvez apreciasse.


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© (Giih De Figueiredo). 

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P


 

São João sem Antônio José Nêumanne Pinto

“Eu fiquei tão triste, eu fiquei tão triste naquele São João. Porque você não veio, você não veio alegrar meu coração.” Esta é uma marcha junina que acompanha minha vida desde 1967, quando tinha 16 anos e dançava quadrilhas juninas marcadas em francês com sotaque sertanejo (en avant tous, en arrière) pelo leiloeiro da paróquia da Jesus, Maria e José em Uiraúna, no sertão do Rio do Peixe, Paraíba, Raimundo Josias, o popular Ganga. Quis o destino que esse sucesso do Trio Nordestino vem ao teclado do meu computador agora para lamentar o primeiro festejo junino sem seu autor, então sozinho, mas logo depois com a parceria de sua eterna companheira, Cecéu. Após haver ouvido outros êxitos da época, como De Madrugada e Brincadeira na Fogueira, ele passou a ser companhia permanente no maior São João do mundo em Campina Grande, PB. 

Nascido em Queimadas há 95 anos, ele, quando morava no Rio de Janeiro e tocava pandeiro num navio, foi a Campina Grande, onde conheceu Mary Maciel Ribeiro, a Cecéu, mãe de Maíra, em homenagem de quem escrevi uma letra que ele musicou. Essa parceria inesperada ocorreu depois que tivemos um rápido encontro no camarim de Elba Ramalho num show em São Paulo e de haver partilhado com o casal, a convite de Zé Ramalho, uma mesa no Olympia, casa de shows do bairro paulistano da Lapa. Desde então tenho gozado da amizade da dupla e de seus enormes sucessos. Tudo começou em Campina Grande. “Estava escrito nas estrelas, porque aos meus nove anos eu estudava no colégio São Vicente de Paula e já ia cantando música de Antônio Barros. Em 1971, quando nos conhecemos, ficamos sete meses conversando, e Antônio voltando para o Rio, passou esse tempo lá, quando voltou ele disse para nos unir e fazer uma dupla, porque eu já tinha alguns trabalhos feitos. E e u disse: topo”, contou Cecéu em 2020. Morando no Rio, o casal estreitou as relações com os reis da música nordestina, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, amigos que não deixaram ambos de avisar: “Não confie nesse neguim” – um sobre o outro.

Lançada pelo grupo Os 3 do Nordeste em 1974, Homem com H, da parceria do casal, foi propagada pelo cantor em escala nacional em gravação feita para o álbum Ney Matogrosso (de 1981). O título foi também o do musical produzido sobre a vida do grande cantor. O teatro desabou com o público cantando o sucesso em uníssono. Certo Dia, Antônio encontrou-se com Ney nos bastidores de uma gravação num estúdio de TV e lhe foi apresentado, enfim, ao compositor, a quem não teve dúvidas em noticiar que tinha produzido outro hit para o grande intérprete a quem apresentou Por Debaixo dos Panos. Outro baita êxito popular.

No próximo São João nós é que ficaremos tristes com a ausência de seu Antônio, mas certos de que estará zelando pelo seu grande fã clube na companhia de Jesus Cristo e outros apreciadores de seu repertório que, como ele, não estão mas entre nós.

 Jornalista e escritor

P


 

O VINHO

 Discussão sobre o jejum


14.Por esse tempo, vieram procurá-lo os discípulos de João com esta pergunta: "Por que razão nós e os fariseus jejuamos, enquanto os teus discípulos não jejuam?"


15.Jesus respondeu-lhes: "Por acaso podem os amigos do noivo estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão, quando o noivo lhes será tirado; então, sim, jejuarão.


16.Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgo torna-se maior.


17.Nem se põe vinho novo em odres velhos; caso contrário, estouram os odres, o vinho se entorna e os odres ficam inutilizados. Antes, o vinho novo se põe em odres novos; assim ambos se conservam".


Mateus 9

F


 

A INFLAÇÃO

 "Dançarei pelado na cratera da lua

Mesmo sem saber onde termina

A minha e onde começa a tua

Rebolarei embaixo da marquise

Triste trópico paraíso

Se eu dissesse que eu ia

Você ia e eu não ia

Deixa a tristeza deitar

Rolar na minha cama

Um milhão, trilhão de vezes

Reviro alegria

Salto pro amor

Um vício só pra mim não basta

É uma inflação de amor incontrolável"


(Roberto Frejat/Waly Salomão)

P


 

NÃO SOU O AUTOR

 A Dança Invisível da Arte

O sol da manhã, preguiçoso como um gato estirando-se, já pintava de um dourado suave as paredes do meu quarto. A rotina matinal me puxava para o café, para as notícias, para a engrenagem do dia. Mas antes de mergulhar no concreto dos compromissos, meus olhos vagaram pela pequena tela na parede. Uma aquarela singela, presente de um amigo artista, retratando um casario antigo sob um céu de tons lavanda e rosa.

Naquele instante fugaz, a engrenagem parou. Não havia boletos a pagar, prazos a cumprir, e-mails urgentes. Havia apenas a quietude daquela cena, a delicadeza do traço, a melancolia sutil das cores. Por um breve segundo, fui transportado para aquele lugar imaginário, sentindo o cheiro de terra molhada e ouvindo o eco distante de passos em uma rua de pedra.

É essa a magia da arte, pensei, enquanto o aroma do café finalmente me chamava de volta à realidade. Uma dança invisível que acontece entre a obra e o observador, um diálogo silencioso que transcende a lógica e a razão. Seja na pincelada vibrante de um Van Gogh, na melodia melancólica de um blues, nos versos carregados de sentimento de um poema, ou na força expressiva de uma escultura, a arte tem o poder de nos arrancar do piloto automático e nos conectar com algo mais profundo.

E não precisa ser grandioso, famoso ou caro. A arte se manifesta nas formas mais cotidianas: no grafite que colore um muro cinzento, na canção que embala o trajeto no ônibus, no bordado delicado na toalha da mesa. Ela reside no olhar atento que transforma o banal em extraordinário, na sensibilidade que encontra beleza na imperfeição.

Às vezes, confesso, me sinto intimidado pela aura que envolve certas obras e artistas. A história da arte, com seus cânones e seus "ismos", pode parecer um clube exclusivo para iniciados. Mas a verdade é que a arte é democrática em sua essência. Ela se oferece a todos que estiverem dispostos a abrir os olhos e o coração.

Não se trata de entender tecnicamente a perspectiva de um quadro renascentista ou a métrica de um soneto barroco. Trata-se de permitir que a obra nos toque, que ela evoque em nós uma emoção, uma lembrança, uma reflexão. Trata-se de se deixar levar pela melodia, pela cor, pela forma, pela palavra.

Nesse mundo cada vez mais acelerado e pragmático, onde tudo parece ter uma função e um propósito imediato, a arte se apresenta como um respiro, um oásis de contemplação. Ela nos lembra da nossa humanidade, da nossa capacidade de sentir, de imaginar, de ir além do óbvio.

Ao longo do dia, enquanto enfrentava o turbilhão de tarefas e informações, a lembrança daquela pequena aquarela persistiu como um fio sutil. Ela me recordava que, mesmo no meio do caos, existem momentos de beleza e de poesia esperando para serem descobertos. Basta um olhar mais atento, um coração mais aberto, para sentir a dança invisível da arte nos envolver e nos transportar para outros mundos, mesmo que por um instante fugaz. E talvez, seja nesses instantes que encontramos um pouco mais de nós mesmos.


P


 

O OUVIR

 IV Tiatira


18.Ao anjo da Igreja em Tiatira, escreve: Assim diz o Filho de Deus, cujos olhos parecem chamas de fogo e cujos pés são semelhantes ao bronze.


19.Conheço tua conduta: o amor, a fé, a dedicação, a perseverança e as tuas obras mais recentes, ainda mais numerosas que as primeiras.


20.Reprovo-te, contudo, pois deixas em paz Jezabel, esta mulher que se afirma profetisa: ela ensina e seduz meus servos a se prostituírem, comendo das carnes sacrificadas aos ídolos.


21.Dei-lhe um prazo para que se converta; ela, porém, não quer se converter da sua prostituição.


22.Eis que vou lançá-la num leito, e os que com ela cometem adultério, numa grande tribulação, a menos que se convertam de sua conduta.


23.Farei também com que seus filhos? morram, para que todas as Igrejas saibam que sou eu quem sonda os rins e o coração; e a cada um de vós retribuirei segundo a vossa conduta.


24.Quanto a vós, porém, os outros de Tiatira que não seguem esta doutrina, os que não conhecem "as profundezas de Satanás" — como dizem —, declaro que não vos imponho outro peso;


25.o que tendes, todavia, segurai-o firmemente até que eu venha.


26.Ao vencedor, ao que observar a minha conduta até o fim, conceder- lhe-ei autoridade sobre as nações;


27.com cetro de ferro as apascentará, como se quebram os vasos de argila —


28.conforme também eu recebi de meu Pai. Dar-lhe-ei ainda a Estrela da manhã.


29.Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas


Apocalipse 2

E


 

sábado, abril 05, 2025

Nada melhor para encolher um grupo que postar fake news em série

E


 

Fiódor Dostoiévski, Os Irmãos Karamázov

 “A maior dor que uma alma pode suportar não é a fome, a miséria ou sequer a morte — é amar em um mundo que não reconhece esse amor. É entregar o coração por inteiro e receber, em troca, apenas o eco do vazio e o peso do silêncio.


Dentro de nós, habita uma contradição dilacerante: clamamos pelo amor, mas nos escondemos dele; ansiamos pela proximidade, mas erguemos muralhas; adoramos o outro, mas duvidamos de sua verdade. Somos prisioneiros de um desejo que tanto nos salva quanto nos destrói.”


F


 

P


 

Refeição com os pecadores

10.Aconteceu que estando ele à mesa na casa, vieram muitos publicanos e pecadores e se assentaram à mesa com Jesus e seus discípulos.


11.Os fariseus, vendo isso, perguntaram aos discípulos: "Por que come o vosso Mestre com os publicanos e os pecadores?"


12.Ele, ao ouvir o que diziam, respondeu: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.


13.Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia é que eu quero, e não sacrifício. Com efeito, eu não vim chamar justos, mas pecadores".


Mateus 9

P


 

Na conjunção carnal a fala potencializa o evento.

P


 

sexta-feira, abril 04, 2025

O OUTRO LADO

 "Todo homem tem duas biografias eróticas. Normalmente, fala-se apenas da primeira: a lista de seus amores e conquistas.

A segunda biografia é provavelmente mais interessante: as muitas mulheres que desejamos e que nos escaparam, a dolorosa história de possibilidades não realizadas.

No entanto, ainda há uma terceira categoria de mulheres, secreta e perturbadora. São aquelas com quem não podíamos nem sabíamos como ter algo em comum. Gostávamos delas, elas gostavam da gente, mas, ao mesmo tempo, entendíamos imediatamente que não poderíamos tê-las, pois, ao estarmos com elas, chegaríamos do outro lado da fronteira."


Milan Kundera.

Estou liberado. Questão de tempo. Eu a relento. Apaixonado.


 

"O vírus do amor ao livro é incurável, e eu procuro inocular esse vírus no maior número possível de pessoas." - José Mindlin

P


 

TURISMO EM MACAÉ E CABO FRIO

 CLIQUE ABAIXO 

https://g1.globo.com/rj/regiao-dos-lagos/especial-publicitario/prefeitura-de-macae/capital-de-energia-e-do-orgulho-de-ser-macaense/noticia/2024/06/06/turismo-de-macae-e-destaque-em-ranking-nacional.ghtml?utm_source=share-universal&utm_medium=share-bar-app&utm_campaign=materias

F


 

TURISMO EM CABO FRIO

CLIQUE ABAIXO

https://www.folhadoslagos.com/turismo/aumento-da-taxa-de-turismo-em-cabo-frio-repercute-em-minas-gerais/21446/ 

P


 

Fitas amarelas na minha infância usavam minhas irmãs. Outras quadriculadas e eram tão belas. Cabelos anelados lembro bombóias meias brancas sapatos rosa. Saudade delas hoje distantes. Quem dera!

P


 

Filósofo Chinês Ling Yu Tang

“Você já não tem muitos anos para viver, e além disso não poderá levar nada quando for embora, por isso deve ser poupado mas sem sacrificar seu bem-estar.”

“Gaste o dinheiro que precisa ser gasto, aproveite o que precisa ser aproveitado e doe o que for possível. “

“Não se preocupe com o que acontecerá quando você for embora, porque quando você se tornar pó, não sentirá se você é elogiado ou criticado, se você é visitado no cemitério ou se você é esquecido. “

“O tempo para aproveitar a vida é este momento, e os bens que você tão dificilmente ganhou deve desfrutá-los. “

“Não se preocupe muito com seus filhos, pois eles terão seu próprio destino e encontrarão seu próprio caminho. “

“Cuide, especialmente dos seus netos, ame-os, mime-os, e tente desfrutá-los enquanto pode.”

“A vida deve ter mais coisas para trabalhar desde o berço até o túmulo. “

“Acorde diariamente para desfrutar de mais um dia de vida sem brigas com ninguém ou rancor.”

“Não espere muito dos seus filhos.”

“Os filhos, embora se preocupem com os pais, também estarão continuamente ocupados com seus trabalhos, seus compromissos e com sua própria vida. “

“Muitos filhos que não se importam com seus pais, lutarão pelos seus bens mesmo quando ainda estiverem vivos, e desejarão que logo deixem esta vida para poder herdar suas propriedades e riqueza. “

“Se você já tem 65 anos ou mais, não troque sua saúde por riqueza trabalhando em excesso, pois estará cavando sua sepultura precoce. “

“De mil hectares semeados de arroz, você só pode consumir 1/2 xícara diária, e de mil mansões, você só precisa de um espaço de 8 metros quadrados para descansar à noite, então se você tem comida e algum dinheiro para suas necessidades, não precisa de mais.”

“Tente viver feliz, pois você só tem uma vida. “

“Não se compare com os outros medindo sua fama, seu dinheiro ou seu status social, ou se ufanando por ver os filhos de quem são mais bem sucedidos, e em vez disso, desafie seus filhos a alcançar felici

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quinta-feira, abril 03, 2025

Cai a tarde serena e tristonha. Sobem do peito dos humanos as reminiscências. Aquelas que não se dizem em confidências. Brotam, voam tal qual pombas.

P


 

O único mundo da mulher é o coração do homem. Rabindranath Tagore

P


 

A PEDRA BRANCA

 III Pérgamo


12.Ao Anjo da Igreja em Pérgamo, escreve: Assim diz aquele que tem a espada afiada, de dois gumes.


13.Sei onde moras: é onde está o trono de Satanás. Tu, porém, seguras firmemente o meu nome, pois não renegaste a minha fé, nem mesmo nos dias de Antipas, minha testemunha fiel, que foi morto junto a vós, onde Satanás habita.


14.Tenho, contudo, algumas reprovações a fazer: tens aí pessoas que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balac a lançar uma pedra de tropeço aos filhos de Israel, para que comessem das carnes sacrificadas aos ídolos e se prostituíssem.


15.Do mesmo modo tens, também tu, pessoas que seguem a doutrina dos nicolaítas.


16.Converte-te, pois! Do contrário, virei logo contra ti, para combatê-los com a espada da minha boca.


17.Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas: ao vencedor darei do maná escondido, e lhe darei também uma pedrinha branca, uma pedrinha na qual está escrito um nome novo, que ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.


APOCALIPSE 2

F


 

E O VENTO LEVOU

 O filme "E o Vento Levou" (1939), um dos maiores clássicos do cinema, continua gerando debates devido à sua representação romantizada do Sul dos Estados Unidos e da escravização. Recentemente, um historiador americano revelou que houve conflitos significativos nos bastidores da produção, envolvendo roteiristas e o produtor, sobre como a escravização seria retratada no filme.  


De acordo com essa pesquisa, alguns profissionais envolvidos no roteiro buscavam apresentar uma visão mais crítica sobre a escravização, enquanto outros, incluindo o produtor, optaram por uma abordagem que minimizava as atrocidades desse sistema. Essa disputa interna evidencia que, mesmo na época, havia preocupação com a maneira como a história seria contada, embora a versão final tenha mantido uma perspectiva idealizada do Sul escravagista.  


A descoberta dessas "cenas perdidas" e dos conflitos por trás da produção reforça como decisões artísticas e comerciais podem influenciar a maneira como eventos históricos são retratados no cinema. Esse tipo de revelação permite uma reavaliação do impacto cultural de filmes icônicos e destaca a importância de analisar criticamente como o passado é representado na cultura popular.


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© (Giih De Figueiredo). 

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P


 

OS ÚLTIMOS DIAS DE POMPEIA

 A descoberta de estátuas funerárias em tamanho real em Pompeia representa um acontecimento significativo para nossa compreensão da sociedade romana pré-erupção. Estas esculturas de mármore, datadas entre 133 e 31 a.C. (período republicano tardio), oferecem uma janela para as estruturas sociais e religiosas da cidade antes de sua destruição pelo Vesúvio.


O fato de representarem um homem togado e uma mulher sugere que se trata de personagens de elevada posição social. A toga era um símbolo de cidadania e status na Roma Antiga, usado exclusivamente por cidadãos romanos livres. A presença da figura feminina, identificada como uma sacerdotisa, é particularmente reveladora do papel que as mulheres desempenhavam na vida religiosa de Pompeia.


Este achado desafia visões simplificadas sobre o papel das mulheres na sociedade romana. As sacerdotisas, embora operando em uma sociedade patriarcal, exerciam formas significativas de poder e influência através de suas funções religiosas. O culto religioso era inseparável da política e da vida cívica no mundo romano, e estas mulheres ocupavam posições que lhes conferiam autoridade e prestígio social.


A qualidade artística destas estátuas também revela o alto nível de sofisticação cultural presente em Pompeia antes da catástrofe. O período entre 133 e 31 a.C. foi marcado por grandes turbulências políticas em Roma, incluindo as guerras civis que levariam ao fim da República. É fascinante observar como, mesmo em tempos de instabilidade política, a produção artística e as práticas funerárias mantinham seu refinamento.


A preservação excepcional destas obras só foi possível devido à própria catástrofe que destruiu a cidade. A erupção do Vesúvio em 79 d.C., embora tenha causado imenso sofrimento humano, criou uma cápsula do tempo que continua a revelar detalhes impressionantes sobre a vida cotidiana, as práticas religiosas e as estruturas sociais do mundo romano.


Este achado reforça a importância contínua das escavações em Pompeia, que mesmo após séculos de investigação arqueológica, continua a surpreender os pesquisadores com descobertas que refinam nossa compreensão do mundo antigo.


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quarta-feira, abril 02, 2025

P


 

TAGORE

 Rabindranath Tagore desponta como uma das figuras mais fascinantes e versáteis da história cultural mundial. Poeta, filósofo, músico, pintor e educador, Tagore transcendeu fronteiras culturais para se tornar uma voz universal que ainda hoje ecoa com profunda relevância.


Nascido em 6 de maio de 1861, em Calcutá, no seio de uma rica família Bramânica, Tagore foi o décimo quarto filho – o caçula – de Debendranath Tagore e Sarada Ravat. Uma curiosidade pouco conhecida é que seu nome de nascimento era "Robindronath Thakur", e a versão ocidentalizada "Rabindranath Tagore" foi adotada posteriormente para facilitar seu reconhecimento internacional.


A infância de Tagore foi marcada por uma notável liberdade intelectual proporcionada por seu pai, que era líder do movimento reformista Brahmo Samaj. Esta influência moldou profundamente sua visão filosófica, que combinava elementos do pensamento hindu tradicional com ideais progressistas. Desde cedo, demonstrou extraordinário talento literário, publicando seu primeiro volume de poesia aos 17 anos.


Um aspecto intrigante de sua biografia é seu casamento, aos 22 anos, com Mrinalini Devi, que tinha apenas 10 anos na época – uma prática comum na Índia daquele período. O casal teve cinco filhos, mas a perda prematura de vários deles e da própria esposa em 1902 marcou Tagore com uma profunda experiência do luto, tema que viria a permear sua obra.


Poucos sabem que Tagore foi um crítico ferrenho do sistema educacional britânico implantado na Índia, considerando-o opressivo e desconectado das raízes culturais indianas. Em resposta, fundou em 1901 a escola Santiniketan ("Morada da Paz"), utilizando métodos revolucionários para a época: aulas ao ar livre, valorização das artes e integração entre filosofias orientais e ocidentais. Esta escola posteriormente se transformaria na Universidade Visva-Bharati, que continua ativa até hoje.


Uma curiosidade surpreendente sobre Tagore é que ele começou a pintar seriamente apenas aos 68 anos de idade, após uma crise criativa na escrita. Suas pinturas, caracterizadas por traços expressionistas e cores vibrantes, revelam uma dimensão visual de seu universo poético e hoje são altamente valorizadas no mercado de arte.


A relação de Tagore com o Ocidente foi complexa e fascinante. Enquanto criticava o imperialismo britânico, mantinha profundo apreço pela cultura ocidental. Sua amizade com figuras como Albert Einstein, William Butler Yeats, Ezra Pound e Romain Rolland demonstra seu papel como ponte entre Oriente e Ocidente. Einstein e Tagore tiveram célebres diálogos sobre a natureza da realidade, com o poeta defendendo uma visão mais intuitiva e holística em contraponto ao racionalismo científico.


Em 1913, Tagore tornou-se o primeiro não-europeu a receber o Prêmio Nobel de Literatura, principalmente por sua obra "Gitanjali" (Oferenda Lírica). A curiosidade é que ele usou o dinheiro do prêmio para financiar sua escola Santiniketan, demonstrando seu compromisso com a educação. Contudo, desiludido com o nacionalismo exacerbado que levou à Primeira Guerra Mundial, Tagore devolveu seu título de cavaleiro britânico em 1919, em protesto contra o massacre de Amritsar, onde tropas britânicas mataram centenas de indianos desarmados.


Talvez o fato mais extraordinário sobre Tagore seja sua capacidade de criar em múltiplos meios: compôs mais de 2.000 canções (formando o gênero musical "Rabindra Sangeet"), escreveu aproximadamente 100 livros de poesia, 12 romances, numerosos contos, ensaios filosóficos, peças teatrais e deixou cerca de 2.500 pinturas. Não bastasse isso, é o único autor na história a ter escrito os hinos nacionais de dois países diferentes: "Jana Gana Mana" da Índia e "Amar Shonar Bangla" de Bangladesh.


A filosofia de Tagore, expressa em aforismos como "Se você fechar a porta para todos os erros, a verdade também ficará de fora" e "Se você chorar por ter perdido o sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas", revela uma sabedoria que combina profundidade espiritual com pragmatismo humanista. Sua visão transcendeu divisões religiosas e nacionais, promovendo um universalismo que antevia a globalização cultural do século XXI.


A contribuição de Tagore permanece viva não apenas em seus escritos, mas na contínua relevância de suas ideias sobre harmonia cultural, educação holística e espiritualidade humanista – um farol para nossos tempos fragmentados, cuja luz continua a iluminar caminhos para gerações futuras.


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© (Giih De Figueiredo). 

Agradeço pelo interesse e pela divulgação dos conteúdos!

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Chamado de Mateus 9.Indo adiante, viu Jesus um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: "Segue-me". Este, levantando-se, o seguiu. Mateus 9

segunda-feira, março 31, 2025

Difícil sair de bolha política

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Henriqueta Lisboa. Vem, doce morte

Vem, doce morte. Quando queiras.

Ao crepúsculo, no instante em que as nuvens

desfilam pálidos casulos

e o suspiro das árvores - secreto -

não é senão prenúncio

de um delicado acontecimento.


Quanto queiras. Ao meio-dia, súbito

espetáculo deslumbrante e inédito

de rubros panoramas abertos

ao sol, ao mar, aos montes, às planícies

com celeiros refertos e intocados.


Quando queiras. Presentes as estrelas

ou já esquivas, na madrugada

com pássaros despertos, à hora

em que os campos recolhem as sementes

e os cristais endurecem de frio.


Tenho o corpo tão leve (quando queiras)

que a teu primeiro sopro cederei distraída

como um pensamento cortado

pela visão da lua

em que acaso - mais alto - refloresça.

F


 

Na escolinha não tive massinha. Pra desenhar só um gato felpudo. Eis tudo.

domingo, março 30, 2025

P


 

A COROA

 II Esmirna


8.Ao Anjo da Igreja em Esmirna, escreve: Assim diz o Primeiro e o Último, aquele que esteve morto mas voltou à vida.


9.Conheço tua tribulação, tua indigência — és rico, porém! — e as blasfêmias de alguns dos que se afirmam judeus mas não são — pelo contrário, são uma sinagoga de Satanás!


10.Não tenhas medo do que irás sofrer. Eis que o Diabo vai lançar alguns dentre vós na prisão, para serdes postos à prova. Tereis uma tribulação de dez dias. Mostra-te fiel até à morte, e eu te darei a coroa da vida.


11.Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas: o vencedor de modo algum será lesado pela segunda morte.


APOCALIPSE 2

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O CANDEEIRO

 Era uma vez o escuro,


e fez-se a luz,

a tênue luz de um candeeiro,


então questionei:

— Mal se divulga um vulto?


O candeeiro flamejou:

— Para quem está no breu

qualquer lampejo é alumbramento.


Hélio Pólvora

P


 

sábado, março 29, 2025

CARTA A ÉFESO

 I. Éfeso


1.Ao Anjo da Igreja em Éfeso, escreve: Assim diz aquele que segura as sete estrelas em sua mão direita, o que anda em meio aos sete candelabros de ouro.


2.Conheço tua conduta, tua fadiga e tua perseverança: sei que não podes suportar os malvados: puseste à prova os que se diziam apóstolos


2.Conheço tua conduta, tua fadiga e tua perseverança: sei que não podes suportar os malvados: puseste à prova os que se diziam apóstolos — e não são — e os descobriste mentirosos.


3.És perseverante, pois sofreste por causa do meu nome, mas não esmoreceste.


4.Devo reprovar-te, contudo, por teres abandonado teu primeiro amor.


5.Recorda-te, pois, de onde caíste, converte-te e retoma a conduta de outrora. Do contrário, virei a ti e, caso não te convertas, removerei teu candelabro de sua posição.


6.Tens de bom, contudo, o detestares a conduta dos nicolaítas, que também eu detesto.


7.Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas: ao vencedor, conceder-lhe-ei comer da árvore da vida que está no paraíso de Deus.


APOCALIPSE 2

A


 

Não só de galho em galho também de nuvem em nuvem aqui os astros fulgem e os olho maravilhado.

quinta-feira, março 27, 2025

Dia faustoso quando a ouço a patativa de Cristo que alegre que eu fico ao ouví-la sorrio gostoso.

F


 

H. DOBAL OS CAVALOS DA NOITE

Os cavalos da noite galopando 

de crinas soltas contra a luz da lua  

eram fantasmas breves dominando  

os sonhos de um menino solitário. 


Um menino sem forças contra a noite  

sonhava os seus cavalos assustados  

e se inventava cavaleiro andante  

dono dos seus caminhos pela vida. 


Campeava as distâncias descuidado  

e armado pelo sono ia amansando  

no coração da treva os seus temores. 


E revivia a noite no mistério 

dos árdegos cavalos renovando  

o seu campo de sonho solitário.

P


 

Só para visitantes do blog. Ela me reabilitou.

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OS CANDELABROS

 Visão preparatória


9.Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, encontrava-me na ilha de Pat- mos, por causa da Palavra de Deus e do Testemunho de Jesus.


10.No dia do Senhor fui movido pelo Espírito, e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, ordenando:


11.Escreve o que vês, num livro, e envia-o às sete Igrejas: a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia".


12.Voltei-me para ver a voz que me falava; ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro


13.e, no meio dos candelabros, alguém semelhante a um filho de Homem, vestido com uma túnica longa e cingido à altura do peito com um cinto de ouro.


14.Os cabelos de sua cabeça eram brancos como lã branca, como neve; e seus olhos pareciam uma chama de fogo.


15.Os pés tinham o aspecto do bronze quando está incandescente no forno, e sua voz era como o estrondo de águas torrenciais.


16.Na mão direita ele tinha sete estrelas, e de sua boca saía uma espada afiada, com dois gumes. Sua face era como o sol, quando brilha com todo seu esplendor.


17.Ao vê-lo, caí como morto a seus pés. Ele, porém, colocou a mão direita sobre mim assegurando: "Não temas! Eu sou o Primeiro e o Último,


18.o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da Morte e do Hades.


19.Escreve, pois, o que viste: tanto as coisas presentes como as que deverão acontecer depois destas.


20.Quanto ao mistério das sete estrelas que viste em minha mão direita e aos sete candelabros de ouro: as sete estrelas são os Anjos das sete Igrejas, e os sete candelabros as sete Igrejas.


APOCALIPSE 1

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quarta-feira, março 26, 2025

A magia

Eu venho desse reino generoso,

onde os homens que nascem dos seus verdes

continuam cativos esquecidos

e contudo profundamente irmãos

das coisas poderosas, permanentes

como as águas, os ventos e a esperança.

Vem ver comigo o rio e as suas leis.

Vem aprender a ciência dos rebojos,

vem escutar os cânticos noturnos

no mágico silêncio do igapó

coberto por estrelas de esmeralda.

- Thiago de Mello, no livro "Mormaço na floresta". Civilização Brasileira, 1981.

P


 

Dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos? José Saramago

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Cura de um paralítico

1.E entrando em um barco, ele atravessou e foi para a sua cidade.


2.Aí lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama. Jesus, vendo tão grande fé, disse ao paralítico: "Tem ânimo, meu filho; os teus pecados te são perdoados. "


3.Ao ver isso alguns dos escribas diziam consigo: "Está blasfemando".


4.Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: "Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações?


5.Com efeito, que é mais fácil dizer 'Teus pecados são perdoados', ou dizer 'Levanta-te e anda'?


6.Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem poder na terra de perdoar pecados. . . " disse então ao paralítico: "Levanta-te, toma tua cama e vai para casa".


7.Ele se levantou e foi para casa.


8.Vendo o ocorrido, as multidões ficaram com medo e glorificaram a Deus, que deu tal poder aos homens.


Mateus 9

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Riquesa. Guimarães Rosa

Veio ao meu quarto um besouro

de asas verdes e ouro,

e fez do meu quarto uma joalharia...

terça-feira, março 25, 2025

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I. As cartas às Igrejas da Ásia

4.João, às sete Igrejas que estão na Ásia: a vós graça e paz da parte d' "Aquele-que-é, Aquele-que-era e Aquele-que-vem", da parte dos sete Espíritos que estão diante do seu trono,


5.e da parte de Jesus Cristo, a Testemunha fiel, o Primogênito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e que nos lavou de nossos pecados com seu sangue,


6.e fez de nós uma Realeza e Sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele pertencem a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém.


7.Eis que ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, até mesmo os que o transpassaram, e todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim! Amém!


8.Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, "Aquele-que-é, Aquele- que-era e Aquele-que-vem", o Todo-poderoso.


APOCALIPSE

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segunda-feira, março 24, 2025

Personagem

Teu nome é quase indiferente

e nem teu rosto já me inquieta.

A arte de amar é exactamente

a de se ser poeta.


Para pensar em ti, me basta

o próprio amor que por ti sinto:

és a ideia, serena e casta,

nutrida do enigma do instinto.


O lugar da tua presença

é um deserto, entre variedades:

mas nesse deserto é que pensa

o olhar de todas as saudades.


Meus sonhos viajam rumos tristes

e, no seu profundo universo,

tu, sem forma e sem nome, existes,

silêncio, obscuro, disperso.


Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,

teu coração, tua existência,

tudo - o espaço evita e consome:

e eu só conheço a tua ausência.


Eu só conheço o que não vejo.

E, nesse abismo do meu sonho,

alheia a todo outro desejo,

me decomponho e recomponho.


Cecília Meireles, in 'Viagem'

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João Cabral de Melo Neto O Relógio

1.


Ao redor da vida do homem

há certas caixas de vidro,

dentro das quais, como em jaula,

se ouve palpitar um bicho.


Se são jaulas não é certo;

mais perto estão das gaiolas

ao menos, pelo tamanho

e quadradiço de forma.


Uma vezes, tais gaiolas

vão penduradas nos muros;

outras vezes, mais privadas,

vão num bolso, num dos pulsos.


Mas onde esteja: a gaiola

será de pássaro ou pássara:

é alada a palpitação,

a saltação que ela guarda;


e de pássaro cantor,

não pássaro de plumagem:

pois delas se emite um canto

de uma tal continuidade


que continua cantando

se deixa de ouvi-lo a gente:

como a gente às vezes canta

para sentir-se existente.


2.


O que eles cantam, se pássaros,

é diferente de todos:

cantam numa linha baixa,

com voz de pássaro rouco;


desconhecem as variantes

e o estilo numeroso

dos pássaros que sabemos,

estejam presos ou soltos;


têm sempre o mesmo compasso

horizontal e monótono,

e nunca, em nenhum momento,

variam de repertório:


dir-se-ia que não importa

a nenhum ser escutado.

Assim, que não são artistas

nem artesãos, mas operários


para quem tudo o que cantam

é simplesmente trabalho,

trabalho rotina, em série,

impessoal, não assinado,


de operário que executa

seu martelo regular

proibido (ou sem querer)

do mínimo variar.


3.


A mão daquele martelo

nunca muda de compasso.

Mas tão igual sem fadiga,

mal deve ser de operário;


ela é por demais precisa

para não ser mão de máquina,

a máquina independente

de operação operária.


De máquina, mas movida

por uma força qualquer

que a move passando nela,

regular, sem decrescer:


quem sabe se algum monjolo

ou antiga roda de água

que vai rodando, passiva,

graçar a um fluido que a passa;


que fluido é ninguém vê:

da água não mostra os senões:

além de igual, é contínuo,

sem marés, sem estações.


E porque tampouco cabe,

por isso, pensar que é o vento,

há de ser um outro fluido

que a move: quem sabe, o tempo.


4.


Quando por algum motivo

a roda de água se rompe,

outra máquina se escuta:

agora, de dentro do homem;


outra máquina de dentro,

imediata, a reveza,

soando nas veias, no fundo

de poça no corpo, imersa.


Então se sente que o som

da máquina, ora interior,

nada possui de passivo,

de roda de água: é motor;


se descobre nele o afogo

de quem, ao fazer, se esforça,

e que êle, dentro, afinal,

revela vontade própria,


incapaz, agora, dentro,

de ainda disfarçar que nasce

daquela bomba motor

(coração, noutra linguagem)


que, sem nenhum coração,

vive a esgotar, gôta a gôta,

o que o homem, de reserva,

possa ter na íntima poça.

P


 

domingo, março 23, 2025

Os endemoninhados gadarenos

28.Ao chegar ao outro lado, ao país dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois endemoninhados, saindo dos túmulos. Eram tão ferozes que ninguém podia passar por aquele caminho.


29.E eis que se puseram a gritar: "Que queres de nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?"


30.Ora, a certa distância deles havia uma manada de porcos que estava pastando.


31.Os demônios lhe imploravam, dizendo: "Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos".


32.Jesus lhes disse: "Ide". Eles, saindo, foram para os porcos e logo toda a manada se precipitou no mar, do alto de um precipício, e pereceu nas águas.


33.Os que os apascentavam fugiram e, dirigindo-se à cidade, contaram tudo o que acontecera, inclusive o caso dos endemoninhados.


34.Diante disso, a cidade inteira saiu ao encontro de Jesus. Ao vê-lo, rogaram-lhe que se retirasse do seu território.


Mateus 8