quinta-feira, julho 03, 2025

A CRÔNICA

 "Ah, que palavras carregadas de emoção e mistério! Charles Fonseca evoca um turbilhão de sentimentos com essa breve passagem.

Sinto a melancolia pairando sobre as perguntas "Por que não fiz o convite? Por que ela não o fez?". Há um peso de oportunidade perdida, um lamento por algo que poderia ter sido, mas não foi. A frase "Nunca haverá outra vez" intensifica essa sensação de finalidade, de um momento irrepetível que se esvaiu.
A imagem da "rosa claro avermelhada" que resiste na memória é poderosa. Uma única lembrança vívida em meio a um mar de ausências. A cor sugere uma delicadeza, talvez um amor ou uma paixão suavemente colorida, mas que permanece como uma marca indelével.
A tríade "o leito, a chama, a lembrança do que não houve" é particularmente pungente. O leito sugere intimidade, a chama, paixão, mas tudo culmina na "lembrança do que não houve", um paradoxo que ressalta a intensidade de algo que existiu apenas na potencialidade ou na imaginação.
Finalmente, a descrição sensorial do "gemido o grito o mais fundo" seguido pelo sono exausto da outra pessoa introduz uma atmosfera de intimidade física e emocional, talvez um clímax de sentimentos que, ironicamente, coexiste com a ausência do convite e do encontro pleno.
Em suma, Charles Fonseca pinta um quadro de anseio, de oportunidades perdidas e de memórias persistentes, onde a intensidade do que não aconteceu parece tão forte quanto a realidade de um momento íntimo. É uma reflexão sobre as nuances do desejo, da hesitação e do impacto duradouro das possibilidades não concretizadas.

P


 

Não é doença. É circunstância. Parou no tempo. Não gosta de mulher.

P


 

Um anjo anuncia a queda de Babilônia

1.Depois disso, vi outro Anjo descendo do céu; tinha um grande poder e a terra ficou iluminada com a sua glória.


2.Ele então gritou com voz poderosa: "Caiu! Caiu Babilônia, a Grande! Tornou-se moradia de demônios, abrigo de todo tipo de espíritos impuros, abrigo de todo tipo de aves impuras e repelentes,


3.porque ela embriagou as nações com o vinho do furor da sua prostituição; com ela se prostituíram os reis da terra, e os mercadores da terra se enriqueceram graças ao seu luxo desenfreado".


APOCALIPSE 18

Marcello Tupynambá - Que Sodade!... (Ely Camargo e conjunto) 1918

Emily Dickinson

 656

Conhecido por “outono”,
Ostenta um matiz sanguíneo;
Por sobre a colina, uma artéria,
Veias beirando o caminho.

Nas aleias, grandes glóbulos
E — oh! — o aguaceiro colorido
(Se os ventos entornam a cisterna
E a chuva escarlate é vertida)

Respinga os chapéus e forma
Poças rubras, lá embaixo;
Vai-se, então, qual rosa em torvelinho
Sobre rodas encarnadas.

P


 

quarta-feira, julho 02, 2025

Quanto mais você lê noticia mais atordoado você fica. Oremos.

Marcello Tupynambá - São Paulo Futuro (Alexandre Dias, piano). 1918

DEZ TOSTÕES

Perceberam que não girava bem, que minha bola era quadrada, tiveram pena não me disseram nada, isto é que é querer bem.

Há outras versões, são de velhos carnavais, ainda perduram que tais, não valem dez tostões.

P


 

Angélica Freitas EU DURMO COMIGO

 Angélica Freitas


EU DURMO COMIGO


eu durmo comigo / deitada de bruços eu durmo comigo / virada pra direita eu durmo comigo / eu durmo comigo abraçada comigo / não há noite tão longa em que não durma comigo / como um trovador agarrado ao alaúde eu durmo comigo / eu durmo comigo debaixo da noite estrelada / eu durmo comigo enquanto os outros fazem aniversário / eu durmo comigo às vezes de óculos / e mesmo no escuro sei que estou dormindo comigo / e quem quiser dormir comigo vai ter que dormir do lado.

2 DE JULHO


 

«Um homem é um homem, no que não vê e no que consome.» (João Guimarães Rosa)

P


 

terça-feira, julho 01, 2025

«Não sei de pássaros / não conheço a história do fogo.» (Alejandra Pizarnik) *

P


 

Parábola do fermento

33.Contou-lhes outra parábola: "O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e pôs em três medidas de farinha, até que tudo ficasse fermentado".


As multidões só entendem parábolas

34.Jesus falou tudo isso às multidões por parábolas. E sem parábolas nada lhes falava,


35.para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei a boca em parábolas;proclamarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.


Explicação da parábola do joio

36.Então, deixando as multidões, entrou em casa. E os discípulos chegaram-se a ele, pedindo-lhe: "Explica-nos a parábola do joio no campo".


37.Ele respondeu: "O que semeia a boa semente é o Filho do Homem.


38.O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno.


39.O inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos.


40.Da mesma forma que se junta o joio e se queima no fogo, assim será no fim do mundo:


41.o Filho do Homem enviará seus anjos e eles apanharão do seu Reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade


42.e os lançarão na fornalha ardente. Ali haverá choro e ranger de dentes.


43.Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. O que tem ouvidos, ouça!


MATEUS 13

Grupo o Passos no Choro | NHÁ MARUCA FOI SE IMBORA | 1919. CLIQUE ABAIXO

segunda-feira, junho 30, 2025

O GRILO

"Há silêncio; mas é um silêncio que respira com a respiração tranquila do mar e, no meio do fino e estridente ruído de um grilo, de forma insistente, de forma incessante repisa o fato de sua própria perfeição profunda." - Aldous Huxley

F


 

O TROFÉU. Charles Fonseca

Ao fim e ao cabo todos pecaram

cada qual ao seu modo

o medo de não entrar no céu

a terra com seu exemplo

o templo a escola a rua ao léu 

foi de tirar o chapéu 

o meneio de referência 

e o achatado infante como troféu

P


 

FIM E COMEÇO. Wislawa Szymborska

Depois de cada guerra

alguém tem que fazer a faxina.

Colocar uma certa ordem

que afinal não se faz sozinha.


Alguém tem que jogar o entulho

para o lado da estrada

para que possam passar

os carros carregando os corpos.


Alguém tem que se atolar

no lodo e nas cinzas

em molas de sofás

em cacos de vidro

e em trapos ensanguentados.


Alguém tem que arrastar a viga

para apoiar a parede,

pôr a porta nos caixilhos,

envidraçar a janela.


A cena não rende foto

e leva anos.

E todas as câmeras já debandaram

para outra guerra.


As pontes têm que ser refeitas,

e também as estações.

De tanto arregaçá-las,

as mangas ficarão em farrapos.


Alguém de vassoura na mào

ainda recorda como foi.

Alguém escuta

meneando a cabeça que se safou.

Mas ao seu redor

já começam a rondar

os que acham tudo muito chato.


Às vezes alguém desenterra

de sob um arbusto

velhos argumentos enferrujados

e os arrasta para o lixão.


Os que sabiam

o que aqui se passou

devem dar lugar àqueles

que pouco sabem.

Ou menos que pouco.

E por fim nada mais que nada.


Na relva que cobriu

as causas e os efeitos

alguém deve se deitar

com um capim entre os dentes

e namorar as nuvens.

P


 

DE MINHA CONCHA

 [DE MINHA CONCHA]

De minha concha ouço todos que chegam
Seminua vejo os primeiros amantes
Os mais belos causam-me fulgor
Os menos belos, nostalgia
Não resisto aos mais vulneráveis
Suas mandíbulas de ouro fascinam-me:
triturem-me, peço-lhes

O dilúvio desses olhos aterroriza

No matadouro mais próximo, entregam-se
novos e velhos corpos
(entre línguas de felpa, o divino se mostra)



	  Então repito:

	  toca-me, ar
	  toca-me, água
	  toca-me, fogo
	  toca-me, terra
	  toca-me, éter



			  Eis o inevitável:
			  quedo-me

MARIZE CASTRO

P


 

O PAPADO

 Sucessão de São Pedro: Há Indícios de Papas Imediatamente Após?

Sim, existem fortes indícios de que houve sucessores de São Pedro como bispos de Roma logo após sua morte. Embora o título formal de "Papa" como o conhecemos hoje tenha se desenvolvido ao longo dos séculos, a ideia de uma liderança singular em Roma, exercida por um sucessor de Pedro, é bem atestada historicamente.

Primeiros Séculos e as Listas Episcopais

Os principais indícios vêm das listas episcopais antigas, que registram os bispos de Roma em sucessão contínua a partir de São Pedro. As mais importantes incluem:

 * Ireneu de Lyon (século II): Em sua obra Adversus Haereses, Irineu apresenta uma lista de bispos romanos, começando com Pedro e Paulo, e chegando até a sua própria época. Ele enfatiza a sucessão apostólica como garantia da ortodoxia da fé. Ele menciona Lino, Anacleto (ou Cleto) e Clemente como os primeiros sucessores diretos de Pedro.

 * Eusébio de Cesareia (século IV): Em sua História Eclesiástica, Eusébio, considerado o "pai da história da Igreja", compila diversas fontes e também apresenta uma lista de bispos de Roma, corroborando as informações de Irineu.

 * Outras Fontes: Outros escritores eclesiásticos, como Tertuliano e Optato de Milevo, também fazem referência à sucessão apostólica em Roma e à importância dos seus primeiros bispos.

Essas listas, embora possam apresentar pequenas variações em nomes ou ordens em alguns pontos, convergem na ideia de que houve uma linha ininterrupta de liderança na Igreja de Roma desde os apóstolos.

O Caso de Clemente de Roma

Um dos nomes mais significativos entre os primeiros sucessores de Pedro é Clemente de Roma. Ele é tradicionalmente considerado o terceiro ou quarto bispo de Roma, e sua Primeira Epístola aos Coríntios (escrita por volta de 95-97 d.C.) é um documento crucial. Nesta carta, Clemente exerce uma autoridade pastoral sobre a comunidade de Corinto, que estava em discórdia, intervindo para restaurar a ordem. Isso é um forte indício de que o bispo de Roma já desfrutava de uma proeminência e autoridade reconhecidas em outras comunidades cristãs, mesmo em um período tão recuado.

Desenvolvimento do Conceito de Primazia Papal

É importante notar que a primazia papal como a entendemos hoje (com o Bispo de Roma sendo o chefe universal da Igreja Católica) não surgiu de uma vez. Ela foi um desenvolvimento gradual ao longo dos séculos, impulsionada por uma combinação de fatores teológicos, históricos e políticos. No entanto, os indícios dos primeiros séculos demonstram que a comunidade cristã de Roma, e seu bispo, ocupavam uma posição de grande importância e respeito desde os tempos apostólicos, em virtude de sua conexão com os apóstolos Pedro e Paulo e da preservação da ortodoxia da fé.

Em suma, embora a terminologia e as estruturas eclesiásticas fossem diferentes das atuais, a evidência histórica aponta para a existência de bispos em Roma que sucederam a São Pedro e exerceram uma forma inicial de liderança e autoridade sobre a Igreja.

ASPAS 

A


 

«Um homem é um homem, no que não vê e no que consome.» (João Guimarães Rosa)

sábado, junho 28, 2025

P


 

Deus já foi dormir mas inda estou sem sono. Chá de camomila de erva doce de capim santo, o que você me indica?

Coração que implora - Grupo O Passos no Choro. 1918

F


 

O simbolismo da Besta e da Prostituta

8.A Besta que viste existia, mas não existe mais; está para subir do Abismo, mas caminha para a perdição. Os habitantes da terra, cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo, ficarão admirados ao ver a Besta, pois ela existia, não existe mais, mas reaparecerá.


9.Aqui é necessário a inteligência que tem discernimento: as sete cabeças são sete montes sobre os quais a mulher está sentada. São também sete reis,


10.dos quais cinco já caíram, um existe e o outro ainda não veio, mas quando vier deverá permanecer por pouco tempo.


11.A Besta que existia e não existe mais é ela própria o oitavo e também um dos sete, mas caminha para a perdição.


12.Os dez chifres que viste são dez reis que ainda não receberam um reino. Estes, porém, receberão autoridade como reis por uma hora apenas, juntamente com a Besta.


13.Tais reis têm um só desígnio: entregar seu poder e autoridade à Besta.


14.Farão guerra contra o Cordeiro, mas o Cordeiro os vencerá, porque ele é Senhor dos senhores e Rei do reis, e com ele vencerão também os chamados, os escolhidos, os fiéis".


15.E continuou: "As águas que viste onde a Prostituta está sentada são povos e multidões, nações e línguas.


16.Os dez chifres que viste e a Besta, contudo, odiarão a Prostituta e a despojarão, deixando-a nua: comerão suas carnes e a entregarão às chamas,


17.pois Deus lhes colocou no coração realizar o seu desígnio: entregar sua realeza à Besta, até que as palavras de Deus estejam cumpridas.


18.A mulher que viste, enfim, é a Grande Cidade que está reinando sobre os reis da terra".


APOCALIPSE 17

sexta-feira, junho 27, 2025

Banda do Batalhão Naval - O BOI NO TELHADO - José Monteiro - Odeon R-121... 1918

Parábola do grão de mostarda

31.Propôs-lhes outra parábola, dizendo: "O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo.


32.Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce é a maior das hortaliças e torna-se árvore, a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos".


MATEUS 13

SALVADOR


 

quinta-feira, junho 26, 2025

O ANJO TORTO

 “Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! Ser ‘gauche’ na vida.”

- Carlos Drummond de Andrade, do poema "Sete Faces"/in: Alguma Poesia, 1930.


F


 

Naquela terra enterrei sonhos. A cada sonho um pé de cacau. Meu bem meu bem meu mau. Foi demais, sonho medonho.

 Charles Fonseca 

P


 

Digite a palavra chuva no espaço acima

Bahiano A BARATINHA Mário São João Rabelo Gravação de 1917

E


 

quarta-feira, junho 25, 2025

O meu viver

Chama-se a vida a um martírio certo

Em que a alma vive se morrer não pode,

É crer que há vida p'ra o arbusto seco,

Que as folhas todas para o chão sacode.


Dizer que eu vivo... e minha mãe perdi,

Minha alma geme e o coração de amores,

É crer que um filho, sem a mãe... sozinho,

Também existe, com pungentes dores.


Dizer que vivo, se ausente existo

Da amante terna, tão formosa e pura,

E crer que triste desgraçado preso

Vive também lá na masmorra escura.


Quero despir-me desta vida má,

Quero ir viver com minha mãe nos céus,

Quero ir cantar os meus amores todos,

Quero depois em ti pensar, meu Deus!

- Machado de Assis, em "Obra Completa - Machado de Assis", vol. III, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

P


 

Devagar se vai ao longe.

Marcello Tupynambá - São Paulo Futuro (Alexandre Dias, piano). 1917

O CASTIGO DE BABILÔNIA

A grande Prostituta

1.Um dos Anjos das sete taças veio dizer- me: "Vem! Vou mostrar-te o julgamento da grande Prostituta que está sentada à beira de águas copiosas:


2.os reis da terra se prostituíram com ela, e com o vinho da sua prostituição embriagaram-se os habitantes da terra".


3.Ele me transportou então, em espírito, ao deserto, onde vi uma mulher sentada sobre uma Besta escarlate cheia de títulos blasfemos, com sete cabeças e dez chifres.


4.A mulher estava vestida com púrpura e escarlate, adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; e tinha na mão um cálice de ouro cheio de abominações; são as impurezas da sua prostituição.


5.Sobre a sua fronte estava escrito um nome, um mistério: "Babilônia, a Grande, a mãe das prostitutas e das abominações da terra".


6.Vi então que a mulher estava embriagada com o sangue dos, santos e com o sangue das testemunhas de Jesus. E vendo-a, fiquei profundamente admirado.


7.O Anjo, porém, me disse: "Por que estás admirado? Eu te explicarei o mistério da mulher e da Besta com sete cabeças e dez chifres que a carrega.


O simbolismo da Besta e da Prostituta

8.A Besta que viste existia, mas não existe mais; está para subir do Abismo, mas caminha para a perdição. Os habitantes da terra, cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo, ficarão admirados ao ver a Besta, pois ela existia, não existe mais, mas reaparecerá.


9.Aqui é necessário a inteligência que tem discernimento: as sete cabeças são sete montes sobre os quais a mulher está sentada. São também sete reis,


10.dos quais cinco já caíram, um existe e o outro ainda não veio, mas quando vier deverá permanecer por pouco tempo.


11.A Besta que existia e não existe mais é ela própria o oitavo e também um dos sete, mas caminha para a perdição.


12.Os dez chifres que viste são dez reis que ainda não receberam um reino. Estes, porém, receberão autoridade como reis por uma hora apenas, juntamente com a Besta.


13.Tais reis têm um só desígnio: entregar seu poder e autoridade à Besta.


14.Farão guerra contra o Cordeiro, mas o Cordeiro os vencerá, porque ele é Senhor dos senhores e Rei do reis, e com ele vencerão também os chamados, os escolhidos, os fiéis".


15.E continuou: "As águas que viste onde a Prostituta está sentada são povos e multidões, nações e línguas.


16.Os dez chifres que viste e a Besta, contudo, odiarão a Prostituta e a despojarão, deixando-a nua: comerão suas carnes e a entregarão às chamas,


17.pois Deus lhes colocou no coração realizar o seu desígnio: entregar sua realeza à Besta, até que as palavras de Deus estejam cumpridas.


18.A mulher que viste, enfim, é a Grande Cidade que está reinando sobre os reis da terra".


- APOCALIPSE 17 -

F


 

História Divertida

 Era uma vez, em 1620, um grupo de pessoas chamado os Puritanos, que estavam cansados de viver em um lugar onde suas crenças religiosas não eram respeitadas. Eles queriam um novo começo, uma terra onde pudessem adorar a Deus à sua maneira, sem perseguições. Assim, resolveram embarcar em uma jornada épica a bordo de um navio chamado Mayflower.


O Mayflower não era exatamente um navio de luxo. Com apenas 27,5 metros de comprimento e 7,5 metros de largura, ele parecia mais adequado para carregar barris de vinho do que 102 pessoas, incluindo crianças, além da tripulação. Apesar das condições apertadas, os Puritanos encararam a aventura com coragem, levando seus sonhos, algumas roupas e talvez um ou dois queijos bem envelhecidos.


A travessia foi tudo menos tranquila. O Atlântico Norte era conhecido por suas ondas gigantes e tempestades ferozes. Em uma dessas noites, o navio foi tão sacudido que uma das vigas de suporte começou a rachar. Felizmente, um dos passageiros trouxe uma imprensa de madeira (usada para fabricar barris) e conseguiu usá-la para reforçar a estrutura do Mayflower. Não era o que chamamos de "reparo profissional", mas funcionou!


Além das tempestades, havia o desafio da comida. Após algumas semanas, os biscoitos duros, conhecidos como "hardtack", se tornaram um cardápio fixo. Estes biscoitos eram tão duros que se diziam capazes de quebrar dentes. Mas como não havia dentistas a bordo, o truque era molhá-los em água para amolecer.


Apesar das dificuldades, os Puritanos também encontraram momentos de humor. Um jovem marinheiro que zombava constantemente dos passageiros por serem religiosos sofreu o karma instantâneo: ficou gravemente doente e teve que depender dos mesmos Puritanos para sobreviver. Ele mudou sua atitude rapidamente.


Curiosamente, o navio também foi palco de um nascimento! Uma mulher chamada Elizabeth Hopkins deu à luz um menino, que foi chamado de Oceanus, em homenagem ao vasto oceano que o trouxe ao mundo.


Depois de nove semanas no mar, o Mayflower finalmente avistou terra: era a América do Norte! O alívio foi geral, mas a aventura estava longe de terminar. Os Puritanos não desembarcaram de imediato, pois precisavam decidir como governariam sua nova comunidade. Assim, elaboraram o famoso "Mayflower Compact", um documento pioneiro que estabelecia um governo baseado em decisões coletivas.


Moral da História

A viagem do Mayflower foi uma prova de coragem, fé e improvisação. Apesar das adversidades, os Puritanos conseguiram alcançar seu objetivo e fundar a colônia de Plymouth. A história deles nos ensina que, mesmo em espaços apertados e situações difíceis, a determinação humana pode superar quase tudo – desde tempestades até biscoitos indestrutíveis!


Texto: Giih De Figueiredo

História Divertida.


Referências:


"Of Plymouth Plantation" - Livro de William Bradford, um dos líderes da expedição e governador da colônia de Plymouth, que escreveu sobre os eventos da viagem e a fundação da colônia em primeira mão.


Plimoth Patuxet Museums (antigo Plimoth Plantation) - Um museu histórico dedicado à história dos colonos do Mayflower e das interações com os povos indígenas Wampanoag. O site oficial e seus recursos educacionais são excelentes fontes para detalhes sobre a viagem e a vida dos colonos: Plimoth Patuxet Museums.


Mayflower Society - A sociedade genealógica oficial dedicada aos descendentes dos passageiros do Mayflower também fornece informações detalhadas sobre os passageiros, o navio e a jornada: The Mayflower Society.


National Geographic - Oferece artigos sobre a viagem, os desafios enfrentados pelos Puritanos e o impacto dessa migração no desenvolvimento dos Estados Unidos.


Smithsonian Magazine - Publica análises históricas sobre o Mayflower e sua importância cultural e histórica.

P


 

OS NETOS

 📌"Sim, tenho a certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis." 

Rachel de Queiroz.


P


 

terça-feira, junho 24, 2025

OS POETAS

 "Quando o verde dos teus olhos

 Se espalhar na plantação."

(Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga)


"Havia balões no ar

 Xote e baião no salão

 E no terreiro o teu olhar

 Que incendiou meu coração."

(José Fernandes e Luiz Gonzaga)


"Sou como rês desgarrada

 Nessa multidão boiada caminhando a êsmo."

 (Gilberto Gil e Dominguinhos)

F


 

Parábola do joio

24.Propôs-lhes outra parábola: "O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo.


25.Enquanto todos dormiam, veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e foi-se embora.


26.Quando o trigo cresceu e começou a granar, apareceu também o joio,


27.Os servos do proprietário foram procurá-lo e lhe disseram: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Como então está cheio de joio?'


28.Ao que este respondeu: 'Um inimigo é que fez isso'. Os servos perguntaram-lhe: 'Queres, então, que vamos arrancá-lo?'


29.Ele respondeu: 'Não, para não acontecer que, ao arrancar o joio, com ele arranqueis também o trigo.


30.Deixai- os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifeiros: 'Arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado; quanto ao trigo, recolhei-o no meu celeiro'".


MATEUS 13

Mário de Azevedo - MARICOTA SAI DA CHUVA - Marcello Tupynambá-Arlindo Leal. 1917

F


 

Qual a sua opinião sobre este blog?

P


 

segunda-feira, junho 23, 2025

APOCALIPSE 16

 1.Ouvi depois uma forte voz que vinha do templo, dizendo aos sete Anjos: "Ide e derramai pela terra as sete taças do furor de Deus".


2.O primeiro saiu e derramou sua taça pela terra. E uma úlcera maligna e dolorosa atingiu as pessoas que traziam a marca da Besta e as que adoravam a sua imagem.


3.O segundo derramou sua taça pelo mar... E este se transformou em sangue, como de um morto, de modo que todos os seres que viviam no mar morreram.


4.O terceiro derramou sua taça pelos rios e pelas fontes... E transformaram-se em sangue.


5.Ouvi então o Anjo das águas dizer: "Justo és 'Aquele- que-é e Aquele-que-era', ó Santo, porque julgaste estas coisas;


6.pois estes derramaram sangue de santos e profetas, e tu lhes deste sangue para beber. Eles o merecem!"


7.Ouvi então que o altar dizia: "Sim, Senhor, Deus todo-poderoso, teus julgamentos são verdadeiros e justos".


8.O quarto derramou sua taça sobre o sol... E a este foi permitido abrasar os homens com fogo.


9.Os homens, então, abrasados por um calor intenso, puseram-se a blasfemar contra o nome do Deus, que tem poder sobre tais pragas. Mas não se converteram para lhe tributar glória...


10.O quinto derramou sua taça sobre o trono da Besta.. E o seu reino ficou em trevas: os homens mordiam a língua de dor,


11.e blasfemaram contra o Deus do céu por causa de suas dores e úlceras. Mas não se converteram de sua conduta...


12.O sexto derramou sua taça sobre o grande rio Eufrates... E a água do rio secou, abrindo caminho aos reis do Oriente.


13.Nisto vi que da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram três espíritos impuros, como sapos.


14.São, com efeito, espíritos de demônios: fazem maravilhas e vão até aos reis de toda a terra, a fim de reuni-los para a guerra do Grande Dia do Deus todo-poderoso.


15.(Eis que eu venho como um ladrão: feliz aquele que vigia e conserva suas vestes, para não andar nu e deixar que vejam a sua vergonha.)


16.Eles os reuniram então no lugar que, em hebraico, se chama "Harmagedôn".


17.O sétimo, finalmente, espalhou sua taça pelo ar... Nisto saiu uma forte voz do templo, dizendo: "Está realizado!"


18.Houve então relâmpagos, vozes, trovões, e um forte terremoto; um terremoto tão violento como nunca houve desde que o homem apareceu sobre a terra.


19.A Grande Cidade se dividiu em três partes, e as cidades das nações caíram. Deus se lembrou então de Babilônia, a Grande, para lhe dar o cálice do vinho do furor da sua ira.


20.As ilhas todas fugiram e os montes desapareceram;


21.do céu caiu sobre os homens um granizo pesado, como chuva de talentos. E os homens blasfemaram contra Deus por causa da praga do granizo, pois o seu flagelo é muito grande

P


 

LER ORAÇÕES

"Gosto de ler orações. Orações e poemas são a mesma coisa: palavras que se pronunciam a partir do silêncio, pedindo que o silêncio nos fale. A se acreditar em Ricardo Reis, é no silêncio que existe no intervalo das palavras que se ouve a voz de “um Ser qualquer, alheio a nós“, que nos fala. O nome do Ser? Não importa. Todos os nomes são metáforas para o Grande Mistério inominável que nos envolve. Gosto de ler orações porque elas dizem as palavras que eu gostaria de ter dito mas não consegui. As orações põem música no meu silêncio."

sábado, junho 21, 2025

MISTÉRIOS DO CATOLICISMO

ASPAS 

No Catolicismo, a palavra "mistério" pode ter dois significados principais, ambos fundamentais para a fé:

1. Mistérios da Fé (Dogmas)

Esses são verdades reveladas por Deus que a Igreja Católica professa e que, por sua natureza divina, não podem ser plenamente compreendidas pela razão humana. São pontos centrais da doutrina que devem ser aceitos pela fé. Eles não são "segredos" a serem desvendados, mas realidades profundas que a mente humana não consegue abarcar em sua totalidade, por serem parte da própria natureza de Deus ou de Sua ação salvífica.

Os principais mistérios da fé incluem:

 * A Santíssima Trindade: Este é o mistério central da fé católica. Significa que há um só Deus em três Pessoas distintas e co-iguais: Pai, Filho (Jesus Cristo) e Espírito Santo. Cada Pessoa é plenamente Deus, mas não são três deuses. É um mistério que desafia a lógica humana, mas é a base da compreensão cristã de Deus.

 * A Encarnação: O mistério de que Jesus Cristo, o Filho de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, se fez homem, assumindo a natureza humana sem deixar de ser divino. Ele nasceu de Maria Virgem e viveu como um homem, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

 * A Redenção: O mistério de que Jesus Cristo, por sua paixão, morte na cruz e ressurreição, salvou a humanidade do pecado e da morte, oferecendo a possibilidade da vida eterna.

 * A Ressurreição de Jesus Cristo: A crença de que Jesus ressuscitou dos mortos com seu corpo glorificado, vencendo a morte e confirmando sua divindade e a promessa da vida eterna para aqueles que creem.

 * A Eucaristia (Presença Real de Cristo): O mistério de que, na celebração da Missa, sob as aparências de pão e vinho, estão verdadeiramente presentes o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, sua alma e sua divindade.

Existem também dogmas marianos, que são mistérios relacionados à Virgem Maria e seu papel na história da salvação:

 * Imaculada Conceição: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original.

 * Virgindade Perpétua de Maria: Maria foi virgem antes, durante e depois do parto de Jesus.

 * Maternidade Divina: Maria é verdadeira Mãe de Deus (Theotokos).

 * Assunção de Maria: Maria foi levada de corpo e alma ao céu após o término de sua vida terrena.

2. Mistérios do Rosário (Eventos da Vida de Jesus e Maria)

Estes são momentos significativos da vida de Jesus Cristo e da Virgem Maria que os fiéis meditam durante a oração do Terço ou do Rosário. Ao contrário dos dogmas, estes não são mistérios no sentido de verdades incompreensíveis, mas sim "mistérios" no sentido de eventos sagrados sobre os quais se medita e se contempla.

Eles são divididos em quatro grupos, cada um com cinco "mistérios":

a) Mistérios Gozosos (Alegres)

Contemplam a encarnação e a infância de Jesus. São rezados às segundas e sábados.

 * A Anunciação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora.

 * A Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel.

 * O Nascimento de Jesus em Belém.

 * A Apresentação de Jesus no Templo.

 * A Perda e o Encontro de Jesus no Templo.

b) Mistérios Luminosos

Contemplam a vida pública de Jesus. Foram adicionados pelo Papa São João Paulo II em 2002. São rezados às quintas-feiras.

 * O Batismo de Jesus no Rio Jordão.

 * A Autorrevelação de Jesus nas Bodas de Caná.

 * O Anúncio do Reino de Deus e o Convite à Conversão.

 * A Transfiguração de Jesus no Monte Tabor.

 * A Instituição da Eucaristia.

c) Mistérios Dolorosos

Contemplam a Paixão e Morte de Jesus. São rezados às terças e sextas-feiras.

 * A Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras.

 * A Flagelação de Jesus.

 * A Coroação de Espinhos.

 * Jesus Carrega a Cruz para o Calvário.

 * A Crucifixão e Morte de Jesus na Cruz.

d) Mistérios Gloriosos

Contemplam a Ressurreição de Jesus e a glorificação de Maria e do Espírito Santo. São rezados às quartas e domingos.

 * A Ressurreição de Jesus.

 * A Ascensão de Jesus ao Céu.

 * A Descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos.

 * A Assunção de Nossa Senhora ao Céu.

 * A Coroação de Nossa Senhora como Rainha do Céu e da Terra.

Em suma, os "mistérios da fé" são verdades divinas profundas que transcendem a compreensão humana, enquanto os "mistérios do Rosário" são eventos da vida de Jesus e Maria que são contemplados na oração. Ambos são pilares essenciais da espiritualidade e doutrina católica.

ASPAS 

F


 

AUTISMO

ASPAS 

É importante esclarecer que não existe uma medicação específica para tratar o autismo em si, seja em crianças, adultos ou idosos. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento com características persistentes em comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento.

Medicamentos para Comorbidades Associadas ao Autismo

A medicação é utilizada para gerenciar e amenizar sintomas e comorbidades que frequentemente acompanham o TEA, e que podem se manifestar ou se agravar na velhice. Em idosos com autismo, o tratamento farmacológico se concentra em aliviar condições como:

 * Irritabilidade e Agressividade: Sintomas comportamentais que podem impactar significativamente a qualidade de vida do indivíduo e de seus cuidadores.

 * Ansiedade: Distúrbio comum que pode ser exacerbado em pessoas com TEA, especialmente em situações de mudança de rotina ou ambiente.

 * Depressão: A depressão pode ser uma comorbidade significativa em autistas, especialmente aqueles com maior consciência de suas dificuldades sociais.

 * Insônia e Distúrbios do Sono: Problemas de sono são frequentes no TEA e podem piorar com a idade.

 * Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Se presente, pode ser tratado com medicação específica.

 * Convulsões: Alguns indivíduos com autismo podem desenvolver epilepsia, que requer tratamento anticonvulsivante.

Classes de Medicamentos Mais Utilizadas

As classes de medicamentos mais frequentemente usadas para esses sintomas em idosos com autismo são as mesmas que seriam usadas em outras faixas etárias, mas sempre com cautela e doses ajustadas devido à sensibilidade do organismo idoso:

 * Antipsicóticos Atípicos (ou Neurolépticos): São as medicações mais estudadas e utilizadas para o manejo da irritabilidade, agressividade, agitação e comportamentos repetitivos graves. Os mais comuns são a risperidona e o aripiprazol. Em idosos, a dose inicial costuma ser menor e o aumento gradual, com monitoramento rigoroso devido aos possíveis efeitos colaterais. O Neuleptil (periciazina) também é mencionado como opção para melhora de quadros mentais e distúrbios de comportamento em idosos.

 * Antidepressivos (especialmente Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina - ISRS): Usados para tratar ansiedade, depressão e comportamentos repetitivos. Exemplos incluem a fluoxetina, sertralina, citalopram.

 * Ansiolíticos: Podem ser usados para crises de ansiedade agudas, mas seu uso em idosos é mais restrito devido ao risco de sedação, quedas e dependência.

 * Estabilizadores de Humor: Em alguns casos, para controle de oscilações de humor ou irritabilidade intensa.

 * Indutores do Sono: Para problemas de insônia, a melatonina é frequentemente considerada por ser um hormônio que regula o ciclo do sono e apresentar menos efeitos colaterais em comparação a outros medicamentos em idosos. Em casos mais severos, clonidina ou guanfacina podem ser indicadas.

Abordagem no Idoso com Autismo

O tratamento farmacológico em idosos com TEA deve ser altamente individualizado e sempre sob supervisão médica especializada, considerando:

 * Comorbidades Clínicas: Idosos geralmente têm outras condições de saúde (hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, etc.) que podem interagir com os medicamentos.

 * Polifarmácia: Muitos idosos já tomam múltiplos medicamentos, aumentando o risco de interações medicamentosas.

 * Sensibilidade a Efeitos Colaterais: O metabolismo e a eliminação dos medicamentos podem ser alterados no idoso, tornando-os mais sensíveis a efeitos adversos.

 * Terapias Não Farmacológicas: São cruciais e devem ser a base do tratamento. Isso inclui terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, psicoterapia (como Terapia Cognitivo-Comportamental - TCC), e estratégias para manejo sensorial e ambiental. O objetivo é promover a autonomia, comunicação e bem-estar.

Em resumo, não há "a medicação mais usada" para o autismo em si, mas sim um conjunto de medicamentos que são empregados para tratar os sintomas e comorbidades associados ao TEA em idosos, sempre com uma abordagem cuidadosa e individualizada.

ASPAS

EVANGELHO DO DIA 21


 

Explicação da parábola do semeador

18.Ouvi, portanto, a parábola do semeador.


19.Todo aquele que ouve a Palavra do Reino e não a entende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Esse é o que foi semeado à beira do caminho.


20.O que foi semeado em lugares pedregosos é aquele que ouve a Palavra e a recebe imediatamente com alegria,


21.mas não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando surge uma tribulação ou uma perseguição por causa da Palavra, logo sucumbe.


22.O que foi semeado entre os espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas os cuidados do mundo e a sedução da riqueza sufocam a Palavra e ela se torna infrutífera.


23.O que foi semeado em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a entende. Esse dá fruto, produzindo à razão de cem, de sessenta e de trinta".


Mateus 13

F


 

Uma noite, sentei a beleza no meu colo. — E a achei amarga. — E injuriei-a.» (Arthur Rimbaud) *

P


 

Encontrei pedra à beira-mar e com ela espalho espuma branca ao céu azul onde brilham astros serenos e os há além muito além além de lá.

 Charles Fonseca 

NANÃ

É triste a flor que desabrocha sem carinho

E sem carícia do sereno da manhã…

Assim nasceu, lá no sertão, minha Nanã,

Sem uma luz que iluminasse o seu caminho.

 

Com o pobre pai a morar num tosco ninho,

A desventura foi a sua negra irmã,

Enquanto a sorte protegia a cortesã,

A desdita lhe dava um pão magro e mesquinho.

 

Depois veio a seca cruel e assoladora,

Contra aquela linda florzinha encantadora

E a coitada morreu, mirrada pela fome.

 

Hoje, um poeta chora triste esta saudade

E as aves cantam a chamar na solidão:

Nanã! Nanã! Nanã! seu doce e belo nome.



– Patativa do Assaré, em ‘Melhores Poemas‘. Seleção e prefácio Cláudio Portella. Global Editora, 2012

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sexta-feira, junho 20, 2025

NASCEU O REDENTOR


 

PORQUE UMA DE MIM CHAMA

porque uma de mim chama

mas a outra hesita


porque uma de mim espera a noite

mas a outra guarda a manhã


porque se cruzam na passagem, e uma olha

mas a outra desvia


porque permaneci no meio, e

o amor deita sombra em minha boca —

e numa de mim quero dizê-lo

mas na outra calá-lo


na outra, este medo de ferir com a voz


Mar Becker

BELA CIDADE


 

SALVADOR


 

Então sei bem a regra. O coração não maltrate deste poeta e quem sabe é mútuo este trato de nos amar vida eterna.

 Charles Fonseca 

P


 

VEREDAS

“E de repente eu estava gostando dele, num descomum, gostando ainda mais do que antes, com meu coração nos pés, por pisável; e dele o tempo todo eu tinha gostado. Amor que amei – daí então acreditei.”

.

- João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas

P


 

quinta-feira, junho 19, 2025

O FLAGELO

 1.Ouvi depois uma forte voz que vinha do templo, dizendo aos sete Anjos: "Ide e derramai pela terra as sete taças do furor de Deus".


2.O primeiro saiu e derramou sua taça pela terra. E uma úlcera maligna e dolorosa atingiu as pessoas que traziam a marca da Besta e as que adoravam a sua imagem.


3.O segundo derramou sua taça pelo mar... E este se transformou em sangue, como de um morto, de modo que todos os seres que viviam no mar morreram.


4.O terceiro derramou sua taça pelos rios e pelas fontes... E transformaram-se em sangue.


5.Ouvi então o Anjo das águas dizer: "Justo és 'Aquele- que-é e Aquele-que-era', ó Santo, porque julgaste estas coisas;


6.pois estes derramaram sangue de santos e profetas, e tu lhes deste sangue para beber. Eles o merecem!"


7.Ouvi então que o altar dizia: "Sim, Senhor, Deus todo-poderoso, teus julgamentos são verdadeiros e justos".


8.O quarto derramou sua taça sobre o sol... E a este foi permitido abrasar os homens com fogo.


9.Os homens, então, abrasados por um calor intenso, puseram-se a blasfemar contra o nome do Deus, que tem poder sobre tais pragas. Mas não se converteram para lhe tributar glória...


10.O quinto derramou sua taça sobre o trono da Besta.. E o seu reino ficou em trevas: os homens mordiam a língua de dor,


11.e blasfemaram contra o Deus do céu por causa de suas dores e úlceras. Mas não se converteram de sua conduta...


12.O sexto derramou sua taça sobre o grande rio Eufrates... E a água do rio secou, abrindo caminho aos reis do Oriente.


13.Nisto vi que da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram três espíritos impuros, como sapos.


14.São, com efeito, espíritos de demônios: fazem maravilhas e vão até aos reis de toda a terra, a fim de reuni-los para a guerra do Grande Dia do Deus todo-poderoso.


15.(Eis que eu venho como um ladrão: feliz aquele que vigia e conserva suas vestes, para não andar nu e deixar que vejam a sua vergonha.)


16.Eles os reuniram então no lugar que, em hebraico, se chama "Harmagedôn".


17.O sétimo, finalmente, espalhou sua taça pelo ar... Nisto saiu uma forte voz do templo, dizendo: "Está realizado!"


18.Houve então relâmpagos, vozes, trovões, e um forte terremoto; um terremoto tão violento como nunca houve desde que o homem apareceu sobre a terra.


19.A Grande Cidade se dividiu em três partes, e as cidades das nações caíram. Deus se lembrou então de Babilônia, a Grande, para lhe dar o cálice do vinho do furor da sua ira.


20.As ilhas todas fugiram e os montes desapareceram;


21.do céu caiu sobre os homens um granizo pesado, como chuva de talentos. E os homens blasfemaram contra Deus por causa da praga do granizo, pois o seu flagelo é muito grande.


Apocalipse 16

quarta-feira, junho 18, 2025

F


 

«Não sei de pássaros, / não conheço a história do fogo. / Mas creio que minha solidão deveria ter asas.» (Alejandra Pizarnik) *

Francisco Alves - O PÉ DE ANJO - Sinhô - 1920

Vinicius de Moraes

"Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura

Essa intimidade perfeita com o silêncio

Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo

- Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido..." -


 

F


 

terça-feira, junho 17, 2025

BAILE DA SAUDADE

As memórias dançam, bêbadas,

falam alto, trocam datas

no secreto escuro limbo

de nossos desejos,

os mais inconfessáveis.


    Mudam-nos de lugar, as memórias.


As memórias se abraçam,

interpretam papéis, rodam à baila

confundem fatos, nomes

inventam outros, inexistentes riem

para dar sentido à trama

mesmo que infame, sempre alegre


    de nossas trajetórias pessoais.


Quando uma delas se fixa

congelada num canto

paralisada, olhando o nada

não mexa, não toque

não vá despertá-la agora:


    ela pode acabar com a festa.


Marcelo Godoi

Mário Reis - FALA MEU LOURO (Papagaio Louro) - Sinhô. 1920

Por que Jesus fala em parábolas

10.Aproximando-se os discípulos, perguntaram-lhe: "Por que lhes falas em parábolas?"


11.Jesus respondeu: "Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não.


12.Pois àquele que tem, lhe será dado e lhe será dado em abundância, mas ao que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado.


13.É por isso que lhes falo em parábolas: porque vêem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender.


14.É neles que se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Certamente haveis de ouvir, e jamais entendereis. Certamente haveis de enxergar, e jamais vereis.


15.Porque o coração deste povo se tornou insensível. E eles ouviram de má vontade, e fecharam os olhos, para não acontecer que vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e entendam com o coração, e se convertam, e assim eu os cure.


16.Mas felizes os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.


17.Em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis e não ouviram.


Mateus 13

P


 

segunda-feira, junho 16, 2025

LORCA

"Ele estava pálido e suas mãos tremiam. Sim, ele estava com medo porque era tudo tão inesperado. Quis falar, e seus lábios frios mal puderam articular as palavras de pasmo que lhe causava a vista de todos aqueles homens preparados para matá-lo. Havia estrelas infantis a balbuciar preces matinais no céu deliqüescente. Seu olhar elevou-se até elas e ele, menos que nunca, compreendeu a razão de ser de tudo aquilo. Ele era um pássaro, nascera para cantar."

- Vinicius de Moraes

F


 

domingo, junho 15, 2025

Patativa do Assaré

 "Aqui de longínqua serra / De Camões o que direi? / Quer na paz ou quer na guerra / que ele foi grande eu bem sei / exaltou a sua terra mais do que seu próprio rei / e por isso é sempre novo no coração do seu povo / e eu, que das coisas terrestres tenho bem poucas noções / porque no tive dos mestres as preciosas lições / só tenho flores silvestres pra coroa de Camões / veja a minha pequenez ante o bardo português."

P


 

Charles Baudelaire

“Quem de nós não sonhou, em dias de ambição, com o milagre de uma prosa poética, musical, sem ritmo e sem rima, bastante maleável e variada para adaptar-se aos movimentos líricos da alma, às ondulações da fantasia, aos sobressaltos da consciência?” — escreve Baudelaire ao contemporâneo e amigo Arsène Houssay

P


 

«Não sei de pássaros, / não conheço a história do fogo. / Mas creio que minha solidão deveria ter asas.» (Alejandra Pizarnik)

Ja te digo - Pixinguinha. 1919

PASSAGEM PARA O INORGÂNICO

uma folha se desgarra da árvore e cai

outra folha cai

e outra


o vento

quando vem

arranca as folhas secas


a velhice

é como uma folha seca

que se desprendeu


na calçada

os transeuntes caminham

sobre um tapete de folhas


ainda há algo de belo nisso

assim como vemos beleza

num fóssil


RUY PROENÇA

P


 

SAUDADE

SAUDADE ... — Que será.. eu não sei... tenho buscado

em certos dicionários poeirentos e antigos

e outros livros que ocultam o significado

dessa doce palavra de perfis ambíguos.


Dizem que as montanhas são azuis como ela,

que nela empalidecem longínquos amores,

e um nobre e bom amigo meu (e das estrelas)

nomeia com os cílios e as mãos em tremores.


E no Eça de Queiroz sem olhar a adivinho,

o segredo se evade em sua doçura e sede,

com essa mariposa, corpo em desalinho,

Sempre longe - tão longe! - das minhas calmas redes.


Saudade... tens, vizinho, o real significado

dessa palavra branca que, peixe, se evade?

Não... trem na boca seu tremor delicado...

Saudade...


- Pablo Neruda

sábado, junho 14, 2025

JACOB - DESPERTAR DA MONTANHA. 1919

F


 

OS IDOSOS

“O idoso não é um estranho. O idoso somos nós: cedo ou tarde, mas, inevitavelmente, mesmo que não pensemos nisso. E se nós não aprendermos a tratar bem os idosos, do mesmo modo seremos tratados.” - Papa São Francisco

Marcello Tupynambá - O matuto (Roberto Fioravante).1918

«Nada me desassossega / mais que o sossego.» (Ronaldo Costa Fernandes)

P


 

sexta-feira, junho 13, 2025

As sete pragas das sete taças

5.Depois disto, vi abrir-se o templo da tenda do Testemunho que está no céu,


6.e dele saíram os sete Anjos com as sete pragas. Estavam vestidos de linho puro, resplandecente, e cingidos à altura do peito com cintos de ouro.


7.Um dos quatro Seres vivos entregou aos sete Anjos sete taças de ouro, cheias do furor do Deus que vive pelos séculos dos séculos.


8.O templo se encheu de fumaça por causa da glória de Deus e do seu poder, de modo que ninguém podia entrar no templo, até que estivessem consumadas as sete pragas dos sete Anjos.


- APOCALIPSE 15 -

F


 

quinta-feira, junho 12, 2025

LITERATURA UNIVERSAL

 ASPAS 

Grandes clássicos da literatura universal são obras que transcendem o tempo e as barreiras culturais, continuando a ressoar com leitores de diferentes gerações e lugares. Eles são aclamados por sua profundidade temática, estilo literário inovador, personagens memoráveis e a capacidade de nos fazer refletir sobre a condição humana.

O que torna uma obra um "clássico"?

Não existe uma fórmula exata, mas algumas características são recorrentes em obras que atingem esse status:

 * Relevância atemporal: Abordam temas universais como amor, morte, moralidade, poder, justiça, e a natureza humana, que permanecem pertinentes independentemente da época.

 * Influência: Têm um impacto significativo na literatura subsequente, na cultura, no pensamento filosófico e até mesmo na linguagem.

 * Qualidade literária: Apresentam uma escrita excepcional, com domínio da linguagem, estrutura narrativa, desenvolvimento de personagens e uso de recursos estilísticos.

 * Profundidade: Oferecem múltiplas camadas de interpretação, permitindo que o leitor descubra novos significados a cada releitura.

 * Reconhecimento crítico e público: São amplamente estudadas e celebradas por acadêmicos e, ao mesmo tempo, continuam a ser lidas e apreciadas por um vasto público.

Exemplos de Clássicos da Literatura Universal (e por que são importantes)

É impossível listar todos, mas aqui estão alguns exemplos que representam a diversidade e a riqueza desse universo:

 * "Dom Quixote de La Mancha" (Miguel de Cervantes, 1605/1615): Considerado por muitos o primeiro romance moderno, é uma obra-prima da sátira e da comédia que explora a linha tênue entre a loucura e a genialidade, a realidade e a ilusão. Sua influência na forma como contamos histórias é imensa.

 * "Hamlet" (William Shakespeare, c. 1603): Uma das tragédias mais famosas de Shakespeare, "Hamlet" mergulha nas profundezas da vingança, loucura, moralidade e traição. Os dilemas existenciais do Príncipe Hamlet ("Ser ou não ser?") são universalmente reconhecíveis.

 * "Orgulho e Preconceito" (Jane Austen, 1813): Um romance que, sob a superfície de uma comédia romântica de costumes, faz uma crítica afiada às convenções sociais, ao casamento por interesse e à posição da mulher na sociedade do século XIX, tudo isso com um humor perspicaz e personagens inesquecíveis como Elizabeth Bennet e Mr. Darcy.

 * "Moby Dick" (Herman Melville, 1851): Mais do que uma história de caça a uma baleia branca, é uma saga épica sobre obsessão, destino, bem e mal, e a relação do homem com a natureza. É uma obra densa e simbólica que desafia o leitor.

 * "Crime e Castigo" (Fiódor Dostoiévski, 1866): Uma profunda investigação psicológica sobre culpa, moralidade, redenção e a natureza do crime. Dostoiévski explora a mente atormentada de Raskólnikov e as consequências de suas ações, influenciando gerações de escritores e pensadores.

 * "Cem Anos de Solidão" (Gabriel García Márquez, 1967): Um marco do realismo mágico, que narra a saga da família Buendía e da cidade de Macondo, misturando o fantástico com o cotidiano. É uma meditação sobre a história, a memória e a solidão, com uma linguagem exuberante e inconfundível.

Por que ler os clássicos ainda hoje?

Ler clássicos é uma forma de nos conectar com o passado, entender o presente e até mesmo vislumbrar o futuro. Eles nos oferecem:

 * Perspectivas profundas: Ao explorar dilemas e emoções humanas que não mudam, eles nos ajudam a entender a nós mesmos e aos outros.

 * Desenvolvimento do pensamento crítico: A complexidade e as múltiplas camadas dos clássicos incentivam a análise, a interpretação e a reflexão.

 * Enriquecimento cultural e linguístico: Ampliam nosso vocabulário, aprimoram nossa capacidade de expressão e nos expõem a diferentes estilos e épocas literárias.

 * Um senso de continuidade: Nos conectam a uma conversa que vem sendo travada por séculos, sobre o que significa ser humano.

Muitos clássicos podem parecer desafiadores à primeira vista, mas o esforço de mergulhar em suas páginas é recompensado com uma experiência literária rica e transformadora. Se você está começando a explorar, considere qual tema ou período histórico mais te atrai e aventure-se!

ASPAS 


Quem São Eles?, Sinhô - Vol.1 - O Pé De Anjo, Bahiano - 1918

P


 

Gemem os violoncelistas, vibra minh'alma ao arrepio do mano a mano eu desconfio que amo a tez, nossas mucosas desaguam.

 Charles Fonseca 

quarta-feira, junho 11, 2025

terça-feira, junho 10, 2025

Incrível é meu cachorro, que coloco café com leite pra ele, ele bebe o leite e deixa o café!

 Da Internet 

P


 

Explicação da parábola do joio

36.Então, deixando as multidões, entrou em casa. E os discípulos chegaram-se a ele, pedindo-lhe: "Explica-nos a parábola do joio no campo".


37.Ele respondeu: "O que semeia a boa semente é o Filho do Homem.


38.O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno.


39.O inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos.


40.Da mesma forma que se junta o joio e se queima no fogo, assim será no fim do mundo:


41.o Filho do Homem enviará seus anjos e eles apanharão do seu Reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade


42.e os lançarão na fornalha ardente. Ali haverá choro e ranger de dentes.


43.Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. O que tem ouvidos, ouça!


Mateus 13

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De repente do nada um suspiro em salvas. Aflora o inconsciente traiçoeiro. Não era pra agora tento um floreio. De nada vale a musa repara.

 Charles Fonseca 

F


 

Florbela Espanca

 "Amo-te com alma que não cabe em mim, com olhos que choram mesmo sorrindo. Amo-te com medo, com fome, com pressa. E se me perguntas por quê, não sei dizer, só sei sentir. E isso já me basta."



P