Blog do Charles Fonseca

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quinta-feira, novembro 21, 2024

Salvador


 

quarta-feira, novembro 20, 2024

E SE TUDO

E se tudo terminar em amor? E se não por que não continuarmos assim. Uma vontade de te ver sem fim. E tu a me querer todos os dias do nascente ao sol se por.

P


 

AS MORADAS

Tenho uma relação especial com moradias. 

A de Ibicuí onde tinha medo da chamada privada. Onde enterrei no quintal a cabeça de uma galinha e fiquei acompanhando a evolução. 

Em Jequié onde virei plantador de hortaliças e plantas ornamentais adubadas com estrume de vaca. Ou do mamoeiro atacado por uma praga e acompanhei o mesmo até seus últimos dias. 

Já em Vitória da Conquista uma morada em que o fundo do quintal tinha por parede o muro do cemitério. 

Em Salvador onde por curto período abriguei minha avó até que fui morar em Camaçari numa casa onde vinham até minha janela as filhas do delegado de polícia da cidade. Voltei pra Salvador onde morei num apartamento chic com a família de origem. Aí meu pai me flagrou dando um amasso nos peitinhos de uma amiguinha. Nem é bom lembrar o apertamento que moramos na Avenida Sete de Setembro. No Areial de Baixo num AP com vista maravilhosa para a Baía de Todos os Santos. 

Depois, amigos, na Avenida Centenário onde fui síndico de edifício. Nunca mais caio noutra. Embora tenha construído a guarita e posto grades na entrada dele. Saí prestigiado.

Sozinho no Edifício Morada do Sol Nascente por oito meses vi os mais belos por do sol de que tenha lembrança.

Aqui viro a página. E encerro. Não é hora de mexer num passado tumultuado. Depois eu volto.

ROBERTO CARLOS. DETALHES


 

F


 

A CANHOTA. Dr José de Almeida Sampaio

Uma consulta que atendi quando trabalhava no Hospital Salvador: Dr. estou com dor no ombro com dificuldade de levantar o braço.

Após exame solicitei à época um Rx da articulação escápulo umeral direita.

Pois a suspeita era de bursite. (Na época não existia ressonância magnetica).

Ao entregar a solicitação a paciente não aceitou.

Lhe expliquei que estava solicitando um Rx do ombro direito. Então lhe me falou: mas Dr. eu sou canhota!


Dr. José de Almeida Sampaio

O REI PELÉ


 

ELE TAMBÉM CHORAVA

Que experiência aquela! Ler perante o clérigo o Credo Niceio-constatinopolitano. As faltas confessadas. E o complemento após a leitura concedido. A alma lavada. Em nome de Jesus Cristo. Confessai as vossas faltas uns aos outros. O mandamento bíblico. E ao ler eu lacrimejava. E dele ouvia o respirar ofegante. Acho que também chorava.

A


 

E JEQUIÉ DORMIA

 Era no tempo da adolescência. A vaidade à flor da pele. Na igreja evangélica concurso eventual de conhecimento bíblico. E eu lia os livros sagrados. Domingo de manhã Alírio Roló era o professor que ficava à frente do grupo. Geralmente eu ganhava o primeiro lugar. E Narciso a si olhava. E Alírio sorria. Mas o professor era namorador. Correu a boca miúda que ele teria feito mal a uma virgem. Que horror! A hipocrisia, o disse me disse. Nunca mais vimos Alírio. Ah ele havia colhido um lírio. E entrou no seu lugar outro professor. Muito risonho também. Tão amigo de uma irmã em Cristo que fugiu com ela para São Paulo. Toda sexta-feira à noite eu pregava o Evangelho na porta de sua Loja Quadros na praça da feira. Os roceiros com seus panacuns, também chamados de caçuás com suas hortaliças, verduras, etc. para vender no dia seguinte na feira. E eu pregava sobre a graça. A de Cristo. O matuto escutava. A seguir o grupo de adolescentes cantava um hino. E íamos embora. E Jequié dormia.


 

UMA SÓ MULHER

Mais de 360 visualizações por dia. Média do mês passado. De graça recebido de graça dado. Assim é meu blog, minha alegria. Faça o seu pelo Google é só dizer o que quer, ter um Gmail, uma só mulher e vamos que vamos, faça barulho.

Salvador


 

TARDOS

Aqui eu vim para sofrer disse à mulher perfumados ao subir o elevador, desastrado, saiu de sua boca sem querer. Um ato falho, uma verdade, estava inscrito no inconsciente como missão por que seria eis a questão e tudo foi um mar de eventos tardos.

P


 

O clínico geral. Edmilson Rocha

"Atendendo em um ambulatôrio, um pai truxe o filho para consulta: magro, anêmico, baixo peso e estatura. Aoós o exame, requerido os exames, o pai falou: ' Dr. , quando eu era pequeno fui seu cliente, tomei um remédio para vermes que me deixou tonto, tinha gosto de gasolina. O senhor pergontou se eu comia barro, eu neguei, mas eu comia." EDIMILSON ROCHA.

Salvador


 

AS ARATACAS

E de repente em revoada uma algazarra o que é isso estas aratacas trazem aviso de algo melhor em gargalhada que não sobe do peito dos humanos tal a pletora de soluços contidos ainda bem que temos amigos que nos e hospedam são como irmãos.

A


 

Que mês difícil este em curso seguindo o péssimo anterior mas o atravessamos foi por amor que continuamos, no peito soluço.

P


 

Há com assombro te digo há uma sombra sobre teu colo mil beijinhos a sombra implora de sobre ti negues, peço contrito.


 

«De repente a mentira / põe os seus ovos de ouro em nossa algibeira.» (Francisco Carvalho) *

NELSON GONÇALVES. Naquela mesa


 

15.Tu, Senhor, Deus de piedade e compaixão, lento para a cólera, cheio de amor e fidelidade, 16.volta-te para mim, tem piedade de mim! Concede tua força ao teu servo, e tua salvação ao filho de tua serva:

 Salmos 86

Nelson Mandela


 

O PERDÃO. Nelson Mandela

 “Depois de me tornar presidente, pedi a alguns membros da minha escolta para ir passear pela cidade. Após o passeio, fomos almoçar num restaurante.

Sentamo-nos num dos mais centrais, e cada um de nós pediu o que lhe apetecia. Depois de um tempo de espera, apareceu o empregado trazendo os nossos menus. Foi aí que eu percebi que na mesa que estava na nossa frente, havia um homem sozinho, a espera de ser atendido.

Quando foi servido, eu disse a um dos meus soldados: Pede aquele senhor que se junte a nós.

O soldado foi e transmitiu-lhe o meu convite. O homem levantou-se, pegou no prato e sentou-se ao meu lado.

Enquanto comia as suas mãos tremiam constantemente e não levantava a cabeça do seu prato. Quando terminamos, ele despediu-se de mim sem olhar, apertei-lhe a mão e partiu.

O soldado comentou:

Madiba, esse homem devia estar muito doente, já que as suas mãos não paravam de tremer enquanto comia.

- Não, não estava doente! A razão dos seus tremores é outra. Eles olharam para mim de forma estranha e eu expliquei-lhes:

- Aquele homem era o guarda da minha cela na prisão onde eu estava; muitas vezes, depois das torturas a que me submetiam, eu gritava e chorava pedindo um pouco de água, ele vinha, humilhava-me, ria-se de mim e em vez de me dar água, urinava na minha cabeça.

Não, ele não estava doente, estava assustado e tremia talvez porque esperava que eu, agora que sou presidente da África do Sul, o mandasse prender e lhe fizesse o mesmo que ele me fez; torturá-lo e humilhá-lo. Mas eu não sou assim, essa conduta não faz parte do meu caráter, nem da minha ética. Mentes que procuram vingança destroem estados, enquanto as que procuram a reconciliação constroem nações."

Nelson Mandela

Fonte: Entrevista ao diário londrino The Observer, em na sua casa de Cape Town em 2007.

P


 

E se tudo terminar em amor?

terça-feira, novembro 19, 2024

F


 

A DISCRIÇÃO

Conheço olhar de saudade um suspiro sincero como sempre o é, lembrança de Nick a mangueira de pé e eu em silêncio ainda medito

no que ví, coitado do neto, não sabe o que penso só a versão do que lhe contam ou infere, então e a tudo e por nada silencio discreto.

A ECOLOGIA


 

Ia postar aqui um poema mas de tão medíocre fiz uma desistência.

SOZINHO. CAETANO VELOSO


 

CURSO DE METAFÍSICA


 

UNGUENTO

Assim eu me retiro desta terra eu não aguento para traumas peço unguento aquele que teu corpo encerra. Guarda para este pobre bardo unta os meus carentes versos, em ais gemo controverso vou fundo eu bato vate.

MORRO DE SÃO PAULO. BAHIA


 

ANDARES

Neste quarto andar tive dores. Num outro oitavo fui coitado. Mais outra vez num outro oitavo. O oito a mim se achega, a vista de Salvador! Foi no Areal de Baixo ali estive em alturas o azul da Baía, a formosura, dali saí pra sempre eu cabisbaixo.

P


 

Rio de Janeiro. Tijuca.


 

O TOM DA VOZ

 "Um tópico interessante!


Sim, é comum que os bandidos mudem o tom da fala para se disfarçar ou evitar serem identificados. Isso pode ser feito por várias razões, incluindo:


1. *Evitar reconhecimento*: Ao mudar o tom da fala, o bandido pode evitar ser reconhecido por vítimas ou testemunhas que o tenham ouvido antes.

2. *Disfarçar a identidade*: A mudança no tom da fala pode ajudar o bandido a disfarçar sua identidade e evitar ser associado a outros crimes.

3. *Intimidar ou enganar*: Em alguns casos, o bandido pode mudar o tom da fala para intimidar ou enganar as vítimas, tornando-as mais vulneráveis.


Algumas técnicas utilizadas pelos bandidos para mudar o tom da fala incluem:


1. *Alterar a entonação*: Mudar a entonação da voz pode alterar significativamente o tom da fala.

2. *Usar um sotaque diferente*: Adotar um sotaque diferente pode ajudar o bandido a se disfarçar e evitar ser reconhecido.

3. *Falar mais baixo ou mais alto*: Mudar o volume da voz pode alterar o tom da fala e torná-lo menos reconhecível.

4. *Usar uma voz mais rouca ou mais aguda*: Alterar a qualidade da voz pode ajudar o bandido a se disfarçar e evitar ser reconhecido.

É importante notar que, embora os bandidos possam tentar mudar o tom da fala, os especialistas em análise de voz e linguagem podem ser capazes de identificar características únicas da voz que possam ajudar a identificar o bandido." IA

Salvador


 

22.Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23.mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.

 Gálatas 5

segunda-feira, novembro 18, 2024

CANTO GREGORIANO


 

CLAUDE DEBUSSY NOTURNO


 

P


 

Por do sol aquele esplendor Mansão do Sol Nascente aquela dor. Aquele tapete felpudo um pisar sobre o meu peito bairro da Graça esdrúxulo ali morreu um amar sem jeito.

P


 

«Vamos, todos, brincar de cacto / na areia da nossa tristeza.» (Cassiano Ricardo)

P


 

3.Iahweh fez grandes coisas por nós, por isso estamos alegres.

 Salmos 126

P


 

A FUGA DA CIDADE AMADA

Não, pra mim já foi além do suportável, mais do que a dor dos escravos, foi invencível o desejo de a ti fugir do execrável, não mais, cidade presépio, foi imbatível

o não querer mais a ti voltar, sofrer miséria de em a ti estando não ser visto, no faz de conta gato e sapato ao lixo, demais cidade amada, não mais a ti amar.

P


 

domingo, novembro 17, 2024

ATÉ

De ti vou levar ao paraíso a não ser esta lembrança amarga, esta saudade que a mim trava, eu aqui vivo sem ti tão triste. 

Já está próxima a partida, mulher não chores agora, tampouco o faças na tua história, é o que a ti desejo, até da tua vida rires.


 

A VONTADE SANTA

Impressionante como foi o comer pelas beiradas aquilo que foi feito em cheio numa tarde de domingo e sem permeio, ao vivo, na paixão avermelhada

a tonalidade do tapete macio, era dia de céu nublado, mês de junho não diria que só fruto de cio, foi vontade da Santíssima Trindade.

P


 

De tanto ver, ouvir dizer, inferir, suspeitar ou comprovar desisti de reunir congregar abraçar até beijar e sorrir.

Jesús é comunista? Padre Françoá Costa


 

«Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!» (Alberto Caeiro) *

P


 

ALAMBIQUE

Aí conheci Rosinha. Carnaval 1966. De alambique em alambique de barro. Confesso bebi mais de três. 

Cidade de Paramirim ai que saudade que dá. Tudo quase ingênuo ai de mim. Vontade de voltar lá.

P


 

Como nasce uma crônica? Ignácio de Loyola Brandão

Há décadas, eu voltava da Jornada de Literatura de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, evento criado pela professora Tania Rösing.


Ninguém no Brasil conseguiu superar a grandeza daqueles encontros que, nos últimos tempos, colocava oito mil pessoas na plateia, vindas de todo o Brasil.


As jornadas foram extintas por “ordem” de um reitor da universidade, enciumado com o sucesso de Tânia, notável pau para toda obra.


Fiz escala em Porto Alegre e no café do aeroporto Salgado Filho encontrei Antonio Callado, Otto Lara Resende, Fernando Sabino e Moacyr Scliar.


Disseram: “Estávamos falando de crônica. Para você, como elas nascem?”. Para um, era uma visão, uma lembrança, uma palavra, um rosto na janela, assim por diante.


Lembrei disso em uma cidade, há poucos dias, no interior. Depois de uma fala, uma estudante indagou:


– Como uma pessoa sabe que tem uma crônica na cabeça?


Outra emendou:


– Última questão. O senhor tem 88 anos e não tem voz de velho.


– O que é voz de velho?


– Voz frágil, hesitante. O senhor falou e respondeu a perguntas por duas horas e está firme. Qual o segredo? Nunca fumou? Nem bebeu? Nunca usou drogas? Faz exercícios todos os dias? É regrado, disciplinado? Caminha? Corre? Tem regime alimentar? Dorme bem? Levanta cedo? É disciplinado no comer?...


– Nada disso, sou ansioso, como bem, bebo vinho, nunca fumei, não tenho disciplina nenhuma.


– E como chegou assim a esta idade?


– Ora! Não morri!


Uma gargalhada.

P


 

A primeira virtude de uma primeira dama é se respeitar. A segunda virtude é não envergonhar o país.

F


 

Há sempre um alguém a amar e ser amado. Sempre há um que não valeu a pena. Que é melhor ter tido como experiência do que é bom, justo, perfeito a ser alcançado.

GAL COSTA. MEU BEM MEU MAL


 

F


 

Aqui você pode comentar abaixo de cada postagem. Aguardo o seu comentário.

P


 

9.Não te ordenei: Sê firme e corajoso? Não temas e não te apavores, porque Iahweh teu Deus está contigo por onde quer que andes."

 Josué 1

sábado, novembro 16, 2024

Salvador


 

Exibir cidadania de pais de primeiro mundo diz muito quanto a pessoa é.

E


 

Amigos a demora é pouca a saudade de vocês é amarga. É qual absinto o gole, o travo, o meu agradecer. Quando chegar a hora peço ouvir de um de vocês o Novo Testamento, eu bato asas.

P


 

Mulher não levaste em conta a dor tão rústica de quem te deu amor, a vida plácida. Alçaste voo e deixaste apática quem silente te viu partir qual garça esdrúxula.

CAMINHEMOS. FRANCISCO ALVES


 

«A sombra do berço traça na parede / uma gaiola enorme.» (Elizabeth Bishop)

P


 

Dicionários do meu pai. Chico Buarque

Pouco antes de morrer, meu pai me chamou ao escritório e me entregou um livro de capa preta que eu nunca havia visto. Era o dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Ficava quase escondido, perto dos cinco grandes volumes do dicionário Caldas Aulete, entre outros livros de consulta que papai mantinha ao alcance da mão numa estante giratória. Isso pode te servir, foi mais ou menos o que ele então me disse, no seu falar meio grunhido. Era como se ele, cansado, me passasse um bastão que de alguma forma eu deveria levar adiante. E por um bom tempo aquele livro me ajudou no acabamento de romances e letras de canções, sem falar das horas em que eu o folheava à toa; o amor aos dicionários, para o sérvio Milorad Pavic, autor de romances-enciclopédias, é um traço infantil no caráter de um homem adulto.


Palavra puxa palavra, e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um passatempo (desenfado, espairecimento, entretém, solaz, recreio, filistria). O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar nos meus dedos. Encostei-o na estante das relíquias ao descobrir, num sebo atrás da Sala Cecilia Meireles, o mesmo dicionário em encadernação de percalina. Por dentro estava em boas condições, apesar de algumas manchas amareladas, e de trazer na folha dc rosto a palavra anauê, escrita a caneta-tinteiro.


Com esse livro escrevi novas canções, decifrei enigmas, fechei muitas palavras cruzadas. E ao vê-lo dar sinais de fadiga, saí de sebo em sebo pelo Rio de Janeiro para me garantir um dicionário analógico de reserva. Encontrei dois, mas não me dei por satisfeito, fiquei viciado no negócio. Dei de vasculhar livrarias país afora, só em São Paulo adquiri meia dúzia de exemplares,e ainda arrematei o último à venda na Amazon.com antes que algum aventureiro o fizesse.


Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João Ubaldo Ribeiro que ao que me consta também tem um, quiçá carcomido pelas traças (brocas, carunchos, gusanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiro.

A horas mortas, eu corria os olhos pela minha prateleira repleta de livros gêmeos, escolhia um a esmo e o abria a bel-prazer. Então anotava num Moleskine as palavras mais preciosas, a fim de esmerar o vocabulário com que eu embasbacaria as moças e esmagaria meus rivais.


Chico Buarque

P


 

Só ela me viu a alma esquálida, a morada nua, a favela, a rua, eu já não era a não ser uma réstea pálida.

JOHN FIELD NOTURNO


 

Touro sentado


 

13.Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos.

 São João 15

Salvador


 

A beira mar, a viraçâo marinha, a casa nova, a família nuclear, ninguém a atrapalhar o que é privado, o meu espaço, a alma minha.

sexta-feira, novembro 15, 2024

P


 

Ao fim veio a vassoura a bruxa veio; mandou solerte meu nome; a gata ao pé escreve e pisado foi, que coisa louca!

P


 

Poema sobre a Velhice Por José Saramago

Quantos anos eu tenho?

O que importa isso?

Tenho a idade que escolho e que sinto!

A idade em que posso gritar sem temor o que penso,

fazer o que desejo sem receio de errar,

pois trago comigo a experiência dos anos vividos

e a força inabalável das minhas convicções.


Não importa quantos anos tenho,

não quero saber disso!

Alguns dizem que estou velho,

outros afirmam que estou no auge.

Mas não são os números que definem a minha vida,

não é o que dizem,

mas sim o que o meu coração sente

e o que a minha mente dita.


Tenho os anos suficientes para gritar minhas verdades,

fazer o que quero,

reconhecer velhos erros,

corrigir rotas e valorizar vitórias.

Já não preciso ouvir:

“Você é jovem demais, não vai conseguir”,

ou “Você está velho demais, o seu tempo já passou”.


Tenho a idade em que as coisas são vistas com serenidade,

mas com o desejo incessante de continuar crescendo.

Tenho os anos em que os sonhos

podem ser tocados com os dedos,

e as ilusões se transformam em esperança.


Tenho os anos em que o amor,

às vezes, é uma chama ardente,

ansiosa para se consumir no fogo de uma paixão.

Outras vezes, é um porto de paz,

como o pôr do sol que se reflete nas águas tranquilas do mar.


Quantos anos eu tenho?

Não preciso contar,

pois os desejos que alcancei,

os triunfos que obtive,

e as lágrimas que derramei pelas ilusões perdidas,

valem mais do que qualquer número.


O que importa se fiz cinquenta, sessenta ou mais?

O que realmente importa é a idade que sinto,

a força que tenho para viver sem medo,

seguir meu caminho com a experiência adquirida

e o vigor dos meus sonhos.


Quantos anos eu tenho?

Isso não importa!

Tenho os anos suficientes para não temer mais nada,

e para fazer o que quero e sinto.

A idade? Não importa quantos anos ainda tenho,

porque aprendi a valorizar o essencial

e a carregar comigo apenas o que realmente importa!

CHOPIN. NOTURNO


 

A


 

TILLY

Cheguei. Chegamos. Longa foi a caminhada. É enfim a mulher amada. Que me resgatou. Nos amamos.

Quanto sofremos até aqui. Quanta luta, muitas vitórias. Pequenos arranhos na nossa história. De mãos dadas eu e Tilly.

A


 

AOS AMASSOS

Defronte ao Fórum Ruy Barbosa namorei Iná. Que bela mulher! Entre um amasso e outro descansávamos exaustos! Só nós dois. Sem casais ao lado. Sem ladrões. Nos intervalos a política. Ela a querer a revolução socialista e eu pequeo burguês...

A BANHISTA



 

 O quadro Bather (1864), de William-Adolphe Bouguereau, é uma obra que exemplifica a técnica e o ideal estético da pintura acadêmica francesa do século XIX. Bouguereau, conhecido por suas representações altamente detalhadas e idealizadas da figura humana, utiliza aqui um refinamento técnico que demonstra a influência da tradição clássica, além de uma abordagem sentimental e idealizadora que permeia suas obras. A pintura faz parte da coleção do Museu de Belas Artes de Ghent, na Bélgica, e destaca-se pela suavidade das linhas, realismo, e a precisão anatômica que eram marcas do artista.


Em Bather, Bouguereau recorre ao tratamento cuidadoso das texturas e ao jogo de luz e sombra para produzir uma imagem de serenidade e pureza. A figura feminina é representada com um acabamento altamente polido, quase fotográfico, característico do hiper-realismo acadêmico que Bouguereau ajudou a consolidar na França da época. Seu foco em uma estética idealizada e em temas mitológicos ou pastorais reflete o gosto da sociedade burguesa, que valorizava representações artísticas da beleza e da pureza clássica, em contraste com as inovações modernistas que começavam a emergir no períodoa métodos tradicionais e detalhados para alcançar a perfeição técnica em suas obras. Ele produzia estudos preparatórios minuciosos e seguia técnicas de pintura em camadas finas de esmaltes para criar a profundidade e realismo desejados, elementos visíveis em Bather na precisão do tratamento da pele e dos contornos anatômicos. A composição possui uma harmonia formal onde cada detalhe é meticulosamente trabalhado, desde a suavidade das curvas femininas até a representação delicada do cenário natural, que circunda e emoldura a figura da banhista, destacando sua presença serena .


Bouguereau foi um dos mais proeminentes pintores acadêmicos do século XIX, e sua obra foi amplamente elogiada por críticos da época, sendo muito requisitada por colecionadores da elite europeia. No entanto, à medida que o século avançava, a sua pintura foi sendo cada vez mais desvalorizada pelos modernistas, que viam no academismo de Bouguereau uma resistência às novas abordagens e um afastamento da realidade social. A obra Bather pode ser interpretada como um reflexo das tensões entre o tradicionalismo da Academia e os movimentos de vanguarda que se insurgiam no final do século XIX, especialmente o Impressionismo, que propunha uma ruptura com o realismo idealizado e buscava retratar a vida cotidiana de forma mais espontânea .


Atualmente, o trabalhoalorizado, e ele é considerado um mestre da técnica e da composição, cujas obras oferecem uma janela para os valores estéticos e culturais de sua época. Bather, em particular, continua a ser uma peça importante na coleção do Museu de Belas Artes de Ghent, atraindo admiradores pela sua técnica refinada e pela representação idealizada da feminilidade que marcou profundamente a arte acadêmica do século XIX.


Referências:


Nochlin, Linda. The Invention of Bouguereau: The Paradox of Academic Painting in Nineteenth-Century France. Art History Journal, 1994.


Facos, Michelle. An Introduction to Nineteenth-Century Art. Routledge, 2011.


Cogeval, Guy, et al. Bouguereau and the Realism Ideal. Musée d’Orsay, 2013.


Ross, Kristine. In the Shadow of Bouguereau: Reassessing French Academic Painting. The Art Bulletin, 1990.


Mainardi, Patricia. Art and Politics of the Second Empire: The Universal Expositions of 1855 and 1867. Yale University Press, 1987.


Giih De Figueiredo





22.Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23.mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.

 Gálatas 5

Vou comprar esta casa. A minha amada vai fazer a decoração dela. Vou ficar à janela. E nós dois a ouvir a passarada.


 

quinta-feira, novembro 14, 2024

Quando há escassez de diálogo ou até fuga ao mesmo há conteúdos encobertos há mentira disfarçada.

P


 

Tenha sempre anotado os Telefones/WhatsApp de dois advogados criminalistas e dois de advocacia civil.

SAO JOAO BATISTA. Leonardo da Vinci


 


Este famoso acervo do Louvre fez parte da exposição de sucesso do Museu sobre Leonardo, inaugurada em outubro de 2019 e coincidiu com o 500º aniversário da morte do grande homem.


A exposição reuniu várias das maiores pinturas de Leonardo, além das cinco pinturas atestadas de Leonardo que já possui.


- - -


Sempre há ambiguidade com Leonardo, não apenas ambiguidade de gênero e androginia, mas também ambiguidade textual e contextual.


O claro-escuro é intenso.


 O sutil sfumato exagera a natureza misteriosa deste retrato. 


São João Batista emerge de um vazio escuro como breu.


De onde ele veio? 

Para o que ele está apontando?


Por que Leonardo o retratou de forma tão ambígua?

D


 

À ÚLTIMA

Agora sobre ti escrevo, mulher de minha vida, que foi áspera antes de te ver,  eu em diáspora dos que pensava meus, tanto degredo!

Agora a ti escrevo mulher amada antes que sobre mim fechem a memória, esta levo de ti, a nossa história, te levo em meu peito à última morada.

TOM JOBIM. CHEGA DE SAUDADE


 

D


 

Salma lembranças de Vitória da Conquita. Ali perdi foi uma derrota. A casa azul claro a noite escura havia portão ou censura e tudo acabou foi amor raro.

P


 

Acontece que a queda foi rápida ante os oitenta. Só três. Ninguém aguenta viver só, só a dois, mais nem talvez.

ARISTÓTELES E SÃO TOMÁS DE AQUINO


 

F