quarta-feira, agosto 06, 2025

O Retorno de Ulisses a Ítaca

"O retorno de Ulisses a Ítaca é o momento culminante da Odisseia, o célebre poema épico atribuído a Homero. Após lutar por dez anos na Guerra de Troia, Ulisses — também conhecido como Odisseu — enfrenta uma longa e atribulada jornada de mais dez anos pelos mares, enfrentando monstros, deuses enfurecidos e tentações perigosas. Seu destino final, no entanto, sempre foi o mesmo: voltar para casa.


Ao chegar em Ítaca, com a ajuda da deusa Atena, Ulisses é disfarçado como um velho mendigo. A estratégia permite que ele observe discretamente o que ocorreu em sua ausência e planeje seus próximos passos. Ele descobre que seu palácio foi tomado por dezenas de pretendentes, homens que, acreditando-o morto, passaram a disputar a mão de sua esposa Penélope e o controle do trono.


Penélope, porém, manteve-se fiel durante os vinte anos de ausência. Para adiar o casamento com qualquer um dos pretendentes, ela inventou que só escolheria um novo marido quando terminasse de tecer um manto — e, todas as noites, desfazia em segredo o que havia tecido durante o dia.


Ulisses reencontra seu filho, Telêmaco, agora um jovem adulto. Juntos, pai e filho traçam um plano para recuperar o trono e restaurar a ordem. Ainda disfarçado, Ulisses participa de uma competição de arco organizada por Penélope. O desafio consistia em encordoar o arco de Ulisses e acertar um alvo com precisão — uma tarefa impossível para os pretendentes. Ulisses é o único a conseguir, revelando assim sua identidade verdadeira. Em seguida, com a ajuda de Telêmaco e de alguns servos leais, executa todos os invasores do palácio.


Penélope, desconfiada no início, apenas reconhece Ulisses plenamente após um teste que envolve o leito conjugal, construído por ele próprio e impossível de ser movido. Esse leito simboliza o amor e a fidelidade que sustentaram o casal mesmo após tantos anos de separação e sofrimento.


O retorno de Ulisses não é apenas físico. É também simbólico: representa o fim das provações, a restauração da justiça, o reencontro com o que é essencial e o triunfo da inteligência, da esperança e da fidelidade. É, sem dúvida, um dos momentos mais emocionantes e significativos da literatura clássica."

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