ASPAS
ELA FOI ASSASSINADA PELO PRÓPRIO NOIVO COM UMA BALA CONFECCIONADA COM AS ALIANÇAS DO NOIVADO.
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Uma das mais intrigantes histórias da velha Bahia, onde a realidade e fantasia, se completam.
Ela era Júlia Fetal.
A jovem de 20 anos.
Uma morte planejada.
Covardemente assassinada, pelo próprio noivo.
Um tiro no coração.
Uma "bala de ouro".
Uma das versões baseadas na oralidade popular, aponta que a bala foi confeccionada, com as próprias alianças do noivado.
O crime ocorreu no século 19.
O ano era 1847.
Júlia Fetal morava no centro da capital baiana, na Avenida Sete, próximo da Praça da Piedade.
O assassinato chocou toda a Bahia.
E o assunto foi tema de rodas de conversas, nos becos e ladeiras da capital baiana, durante longos anos.
Hoje entraria para a história da cidade como crime de feminicídio, pois o termo não ser utilizado na época.
Júlia Fetal era muito prendada.
Religiosa.
Tocava piano.
Falava línguas como francês e o inglês.
Seu professor de língua estrangeira era João Estanislau da Silva Lisboa.
Jovem de 28 anos que acabou tornando-se seu noivo.
Relatos da época, apontam que, como muitas jovens, Júlia Fetal gostava das noitadas de Salvador.
Vivia sempre em festas.
O escritor Jorge Amado registrou em um dos seus romances que Júlia Fetal namorava todos.
E que não nascera para ser noiva, mas amante.
O professor José Estanislau, louco de amor (?), enciumado e sentindo-se rejeitado, acabou matando a própria noiva, com um tiro no coração, com uma "bala de ouro".
Nada justificaria o crime.
Nada!
O assassino foi julgado e condenado.
12 anos de prisão.
Cumpriu pena no Forte do Barbalho, na capital baiana.
Na época, o crime ganhou tanta repercussão, que houve uma interferência do D. Pedro II.
O Imperador ofereceu o indulto (perdão) para o criminoso.
O professor/noivo não aceitou o indulto imperial.
E fez questão de cumprir toda a pena na cadeia.
João Estanislau tinha um ritual: na cela do Forte do Barbalho, todo mês, na data que ocorreu o crime, vestia-se todo de preto.
E ficava em silêncio total.
Dizia que era luto por Júlia Fetal.
Os restos mortais da jovem, encontram-se na Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Salvador, ao lado do túmulo de Catarina Paraguaçu.
Em 2018, a história de Júlia Fetal virou tema de novela de época, na Rede Globo, Espelho da Vida, mas com um detalhe curioso, onde a trama foi ambientada em Minas Gerais, e não em Salvador onde ocorreu a tragédia.
Foi comprovado na ápoca que a bala que assassinou Júlia Fetal, não era de ouro.
Era de prata.
Há quem diga que era de chumbo.
Mas durante muito tempo, a tradição oral, foi perpetuando a versão da bala de ouro.
E acredito que passará para "todo sempre", como crime da bala de ouro.
A bala encontra-se em exposição permanente no Instituto Feminino da Bahia.
As mechas do cabelo da jovem assassinada, também.
História levada aos palcos...
A história de Júlia Fetal foi levada aos palcos com a montagem A Mulher de Roxo e Outras Histórias da Bahia, com texto e direção de Adson Brito do Velho, onde a atriz Bianca Rocha, viveu Júlia Fetal, e seu noivo, João Estanislau, interpretado por Alexandro Beltrão
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