quinta-feira, agosto 07, 2025

A BALA DE OURO

ASPAS 

ELA FOI ASSASSINADA PELO PRÓPRIO NOIVO COM UMA BALA CONFECCIONADA COM AS ALIANÇAS DO NOIVADO. 

Professor https://www.facebook.com/adsonbrito.brito

Instagram https://www.instagram.com/adsonbritodovelho/

Uma das mais intrigantes histórias da velha Bahia, onde a realidade e fantasia, se completam.

Ela era Júlia Fetal. 

A jovem de 20 anos.

Uma morte planejada. 

Covardemente assassinada, pelo próprio noivo.

Um tiro no coração.

Uma "bala de ouro".

Uma das versões baseadas na oralidade popular, aponta que a bala foi confeccionada, com as próprias alianças do noivado.

O crime ocorreu no século 19.

O ano era 1847.

Júlia Fetal morava no centro da capital baiana, na Avenida Sete, próximo da Praça da Piedade. 

O assassinato chocou toda a Bahia.

E o assunto foi tema de rodas de conversas, nos becos e ladeiras da capital baiana, durante longos anos.

Hoje entraria para a história da cidade como crime de feminicídio, pois o termo não ser utilizado na época.

Júlia Fetal era muito prendada.

Religiosa.

Tocava piano.

Falava línguas como francês e o inglês. 

Seu professor de língua estrangeira era João Estanislau da Silva Lisboa.

Jovem de 28 anos que acabou tornando-se seu noivo.

Relatos da época, apontam que, como muitas jovens, Júlia Fetal gostava das noitadas de Salvador.

Vivia sempre em festas.

O escritor Jorge Amado registrou em um dos seus romances que Júlia Fetal namorava todos.

E que não nascera para ser noiva, mas amante.

O professor José Estanislau, louco de amor (?), enciumado e sentindo-se rejeitado, acabou matando a própria noiva, com um tiro no coração, com uma "bala de ouro".

Nada justificaria o crime.

Nada!

O assassino foi julgado e condenado.

12 anos de prisão.

Cumpriu pena no Forte do Barbalho, na capital baiana.

Na época, o crime ganhou tanta repercussão, que houve uma interferência do D. Pedro II.

O Imperador ofereceu o indulto (perdão) para o criminoso.

O professor/noivo não aceitou o indulto imperial.

E fez questão de cumprir toda a pena na cadeia.

João Estanislau tinha um ritual: na cela do Forte do Barbalho, todo mês, na data que ocorreu o crime, vestia-se todo de preto.

E ficava em silêncio total.

Dizia que era luto por Júlia Fetal.

Os restos mortais da jovem, encontram-se na Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Salvador, ao lado do túmulo de Catarina Paraguaçu.

Em 2018, a história de Júlia Fetal virou tema de novela de época, na Rede Globo, Espelho da Vida, mas com um detalhe curioso, onde a trama foi ambientada em Minas Gerais, e não em Salvador onde ocorreu a tragédia. 

Foi comprovado na ápoca que a bala que assassinou Júlia Fetal, não era de ouro.

Era de prata.

Há quem diga que era de chumbo. 

Mas durante muito tempo, a tradição oral, foi perpetuando a versão da bala de ouro.

E acredito que passará para "todo sempre", como crime da bala de ouro.

A bala encontra-se em exposição permanente no Instituto Feminino da Bahia. 

As mechas do cabelo da jovem assassinada, também.

História levada aos palcos...

A história de Júlia Fetal foi levada aos palcos com a montagem A Mulher de Roxo e Outras Histórias da Bahia, com texto e direção de Adson Brito do Velho, onde a atriz Bianca Rocha, viveu Júlia Fetal, e seu noivo, João Estanislau, interpretado por Alexandro Beltrão 

ASPAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário