Quando o corpo da criança deu à praia, o céu começou a chorar estrelas e a lua se vestiu de preto. De paisagens desconhecidas, submersas na orla do tempo e da salsugem, surgiram então velhos pescadores e o envolveram num lençol de espumas, onde os peixes e as conchas haviam escrito o código das águas mais profundas.
De manhã, uma onda lançou-o à praia, onde o aguardava a multidão em delírio. A claridade embebia seu perplexo, absorto perfil de sal e pânico.
O bairro do Leblon viveu um dia de festa.
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