sábado, junho 21, 2025

NANÃ

É triste a flor que desabrocha sem carinho

E sem carícia do sereno da manhã…

Assim nasceu, lá no sertão, minha Nanã,

Sem uma luz que iluminasse o seu caminho.

 

Com o pobre pai a morar num tosco ninho,

A desventura foi a sua negra irmã,

Enquanto a sorte protegia a cortesã,

A desdita lhe dava um pão magro e mesquinho.

 

Depois veio a seca cruel e assoladora,

Contra aquela linda florzinha encantadora

E a coitada morreu, mirrada pela fome.

 

Hoje, um poeta chora triste esta saudade

E as aves cantam a chamar na solidão:

Nanã! Nanã! Nanã! seu doce e belo nome.



– Patativa do Assaré, em ‘Melhores Poemas‘. Seleção e prefácio Cláudio Portella. Global Editora, 2012

Leia outros poemas👇

Nenhum comentário:

Postar um comentário