[DE MINHA CONCHA]
De minha concha ouço todos que chegam Seminua vejo os primeiros amantes Os mais belos causam-me fulgor Os menos belos, nostalgia Não resisto aos mais vulneráveis Suas mandíbulas de ouro fascinam-me: triturem-me, peço-lhes O dilúvio desses olhos aterroriza No matadouro mais próximo, entregam-se novos e velhos corpos (entre línguas de felpa, o divino se mostra) Então repito: toca-me, ar toca-me, água toca-me, fogo toca-me, terra toca-me, éter Eis o inevitável: quedo-me
MARIZE CASTRO
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