sábado, junho 21, 2025

AUTISMO

ASPAS 

É importante esclarecer que não existe uma medicação específica para tratar o autismo em si, seja em crianças, adultos ou idosos. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento com características persistentes em comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento.

Medicamentos para Comorbidades Associadas ao Autismo

A medicação é utilizada para gerenciar e amenizar sintomas e comorbidades que frequentemente acompanham o TEA, e que podem se manifestar ou se agravar na velhice. Em idosos com autismo, o tratamento farmacológico se concentra em aliviar condições como:

 * Irritabilidade e Agressividade: Sintomas comportamentais que podem impactar significativamente a qualidade de vida do indivíduo e de seus cuidadores.

 * Ansiedade: Distúrbio comum que pode ser exacerbado em pessoas com TEA, especialmente em situações de mudança de rotina ou ambiente.

 * Depressão: A depressão pode ser uma comorbidade significativa em autistas, especialmente aqueles com maior consciência de suas dificuldades sociais.

 * Insônia e Distúrbios do Sono: Problemas de sono são frequentes no TEA e podem piorar com a idade.

 * Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Se presente, pode ser tratado com medicação específica.

 * Convulsões: Alguns indivíduos com autismo podem desenvolver epilepsia, que requer tratamento anticonvulsivante.

Classes de Medicamentos Mais Utilizadas

As classes de medicamentos mais frequentemente usadas para esses sintomas em idosos com autismo são as mesmas que seriam usadas em outras faixas etárias, mas sempre com cautela e doses ajustadas devido à sensibilidade do organismo idoso:

 * Antipsicóticos Atípicos (ou Neurolépticos): São as medicações mais estudadas e utilizadas para o manejo da irritabilidade, agressividade, agitação e comportamentos repetitivos graves. Os mais comuns são a risperidona e o aripiprazol. Em idosos, a dose inicial costuma ser menor e o aumento gradual, com monitoramento rigoroso devido aos possíveis efeitos colaterais. O Neuleptil (periciazina) também é mencionado como opção para melhora de quadros mentais e distúrbios de comportamento em idosos.

 * Antidepressivos (especialmente Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina - ISRS): Usados para tratar ansiedade, depressão e comportamentos repetitivos. Exemplos incluem a fluoxetina, sertralina, citalopram.

 * Ansiolíticos: Podem ser usados para crises de ansiedade agudas, mas seu uso em idosos é mais restrito devido ao risco de sedação, quedas e dependência.

 * Estabilizadores de Humor: Em alguns casos, para controle de oscilações de humor ou irritabilidade intensa.

 * Indutores do Sono: Para problemas de insônia, a melatonina é frequentemente considerada por ser um hormônio que regula o ciclo do sono e apresentar menos efeitos colaterais em comparação a outros medicamentos em idosos. Em casos mais severos, clonidina ou guanfacina podem ser indicadas.

Abordagem no Idoso com Autismo

O tratamento farmacológico em idosos com TEA deve ser altamente individualizado e sempre sob supervisão médica especializada, considerando:

 * Comorbidades Clínicas: Idosos geralmente têm outras condições de saúde (hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, etc.) que podem interagir com os medicamentos.

 * Polifarmácia: Muitos idosos já tomam múltiplos medicamentos, aumentando o risco de interações medicamentosas.

 * Sensibilidade a Efeitos Colaterais: O metabolismo e a eliminação dos medicamentos podem ser alterados no idoso, tornando-os mais sensíveis a efeitos adversos.

 * Terapias Não Farmacológicas: São cruciais e devem ser a base do tratamento. Isso inclui terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, psicoterapia (como Terapia Cognitivo-Comportamental - TCC), e estratégias para manejo sensorial e ambiental. O objetivo é promover a autonomia, comunicação e bem-estar.

Em resumo, não há "a medicação mais usada" para o autismo em si, mas sim um conjunto de medicamentos que são empregados para tratar os sintomas e comorbidades associados ao TEA em idosos, sempre com uma abordagem cuidadosa e individualizada.

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