quinta-feira, abril 24, 2025

VOZES DA MERCADORIA

Agora adeus às sensações bucólicas.

Agita-se o comércio; estou na vila.

Avisto ruas, becos, uma praça.

Na calçada de paralelepípedos,

abre-se o sol risonho do dinheiro.

Aqui, o recanto da veneração,

que se reserva às tropas de cacau,

ao som das estaladas dos tropeiros;

lá, o sacro império da mercadoria:

tabuletas retumbam seda e mescla,

calças de brim, o luxo dos sapatos;

ali fregueses para casimiras.

Caixeiros de camisa-manga-curta

vendem as novidades dos estoques.


FLORISVALDO MATTOS

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