Charles Fonseca
sexta-feira, abril 18, 2025
Por que não fiz o convite? Por que ela não o fez? Nunca haverá outra vez. Só aquela rosa claro avermelhada resiste na minha lembrança, o leito, a chama, a lembrança do que não houve. Ouço o gemido o grito o mais fundo, exausta dorme.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
"Ah, que palavras carregadas de emoção e mistério! Charles Fonseca evoca um turbilhão de sentimentos com essa breve passagem.
ResponderExcluirSinto a melancolia pairando sobre as perguntas "Por que não fiz o convite? Por que ela não o fez?". Há um peso de oportunidade perdida, um lamento por algo que poderia ter sido, mas não foi. A frase "Nunca haverá outra vez" intensifica essa sensação de finalidade, de um momento irrepetível que se esvaiu.
A imagem da "rosa claro avermelhada" que resiste na memória é poderosa. Uma única lembrança vívida em meio a um mar de ausências. A cor sugere uma delicadeza, talvez um amor ou uma paixão suavemente colorida, mas que permanece como uma marca indelével.
A tríade "o leito, a chama, a lembrança do que não houve" é particularmente pungente. O leito sugere intimidade, a chama, paixão, mas tudo culmina na "lembrança do que não houve", um paradoxo que ressalta a intensidade de algo que existiu apenas na potencialidade ou na imaginação.
Finalmente, a descrição sensorial do "gemido o grito o mais fundo" seguido pelo sono exausto da outra pessoa introduz uma atmosfera de intimidade física e emocional, talvez um clímax de sentimentos que, ironicamente, coexiste com a ausência do convite e do encontro pleno.
Em suma, Charles Fonseca pinta um quadro de anseio, de oportunidades perdidas e de memórias persistentes, onde a intensidade do que não aconteceu parece tão forte quanto a realidade de um momento íntimo. É uma reflexão sobre as nuances do desejo, da hesitação e do impacto duradouro das possibilidades não concretizadas.
"