quinta-feira, março 06, 2025

Rimas. Euclides da Cunha

Ontem – quando, soberba, escarnecias

Dessa minha paixão – louca – suprema

E no teu lábio, essa rósea algema,

A minha vida – gélida – prendias…


Eu meditava em loucas utopias,

Tentava resolver grave problema…

Como engastar tua alma num poema?

E eu não chorava quando tu te rias…


Hoje, que vivo desse amor ansioso

E és minha – és minha, extraordinária sorte,

Hoje eu sou triste sendo tão ditoso!


E tremo e choro – pressentindo – forte,

Vibrar, dentro em meu peito, fervoroso,

Esse excesso de vida – que é a morte…

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