sexta-feira, março 07, 2025

A Coroa de Rosas. Eugênio de Castro

A fim, oculto amor, de coroar-te,

de adornar tuas tranças luminosas,

uma coroa teci de brancas rosas,

e fui pelo mundo afora, a procurar-te.


Sem nunca te encontrar, crendo avistar-te

nas moças que encontrava, donairosas,

fui-as beijando e fui-lhes dando rosas

da coroa feita com amor e arte.


Trago, de caminhar, os membros lassos,

acutilam-me os ventos e as geadas,

já não sei o que são noites serenas…


Sinto que vais chegar, ouço-te os passos,

mas ai! nas minhas mãos ensangüentadas

uma coroa de espinhos trago apenas!

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