domingo, fevereiro 09, 2025

Pobre Amor de Aluísio Azevedo

Calcula, minha amiga, que tortura!

Amo-te muito e muito, e, todavia,

Preferira morrer a ver-te um dia

Merecer o labéu de esposa impura!


Que te não enterneça esta loucura,

Que te não mova nunca esta agonia,

Que eu muito sofra porque és casta e pura,

Que, se o não foras, quanto eu sofreria!


Ah! Quanto eu sofreria se alegrasses

Com teus beijos de amor, meus lábios tristes,

Com teus beijos de amor, as minhas faces!


Melhores presentes para os seus entes queridos

Persiste na moral em que persistes.

Ah! Quanto eu sofreria se pecasses,

Mas quanto sofro mais porque resistes!

Nenhum comentário:

Postar um comentário