terça-feira, janeiro 07, 2025

OS COLEGAS

Um dos modos que uso para viver mais é manter contato com os colegas. Mando meus poeminhas meus cantos as leituras no YouTube versículos da Bíblia. Aqui é acolá uma frase poética de autores consagrados. Agora reiniciando meus cantos de hinos que me marcaram a vida familiar e eclesial. E a me lembrar dos colegas a começar daquele que vi morando no Garcia em Salvador e com visitas das empregadas domésticas das redondezas a reverenciar seu pinto frangote e galo a cantar hinos ao amor todos carentes deste. Outro a ouvir os demais na porta do Hospital das Clínicas da Ufba, conselheiro vitalício do Conselho Regional de Medicina. E um a inventar apelidos aos demais o dele Vaca Prenha. Um nos anos 90, Pezão, abriu as portas de sua clínica para mim quando o plano Collor me abateu faltando duas promoções para chegar ao teto da carreira profissional numa estatal orgulho dos brasileiros. Quatro anos depois voltei recebendo todos os salários atrasados, décimos terceiros, férias, aa promoções devidas, a alma lavada. E aquele dito Galo de Bozó onde estudamos juntos Clínica Médica toda uma Semana Santa em Itapoã com o casal de colegas de turma. Daquele colega que como eu andou a admirar os olhos verdes da morena de seios fartos enquanto eu antes dele por dois anos vivi uma experiência tórrida com uma outra que não quis levar adiante duas gravidezes para meu lamento. Outro colega que saindo do Barbalho em Salvador andava até o Colégio Central da Bahia parcos 2,5 km. ida e volta e eu com ele o Coxinha como viria a ser conhecido por agarrar as pernas da obstetra em ação quando o alvo era a paciente para não cair da cama, mais tarde político do interior e deputado estadual, resumindo. Daquele que pouco convivi pois assistia às aulas e corria para o trabalho no laboratório do compulsivo Dr. Estácio Gonzaga. E daquele colega tido como de direita que numa festa do Diretório Academico depos de umas caipirinhas foi convidado a deixar a festa tal as gaitadas que nesta pronunciou. Falar em direita após o golpe militar de 1964 um que passou a andar de paletó com um 38 ou 32 na cintura ou debaixo do sovaco e se transformou num grande cirurgião da cabeça e pescoço. A colega de óculos e vestido verde esmeralda que frequentava o Restaurante dos Universitários onde almoçava. A colega que sempre andou de mão fechada diziam que por modéstia, alegre e comunicativa. Falar em mulher aquela que me atraiu ao seu ninho para um só encontro acho que ficou satisfeita. O chamado Pescocinho que ainda hoje cultiva sua amizade comigo. O apelidado Todo Feio de alma bela e que com o chegar dos anos a mãe natureza o burilou. Aquela de aventou me ver em Cabo Frio e silenciou. O que ficou de cueca em plena porta da venerável Faculdade de Medicina e que veio a ser deputado estadual por sete legislaturas. E seu opositor na Assembléia que conheceu meu pai na adolescência na Escola Dominical da comunidade eclesial que frequentava, que após o discurso de formatura como orador oficial da turma sumiu por alguns dias: é que a ditadura endureceu com o AI 5; que sabe das minhas andanças na UCEB e ACA organizações esquerdistas onde fui frequentador obscuro. Teve um que aos empurrões teimou em ser meu melhor amigo. Enfim cito com alegria o colega que conseguiu visitar todas as unidades de saúde estadual da Bahia, funcionário público exemplar. Do que gostava de derrubar policial repressor nas passeatas estudantis chamado o Máscara de Ferro: seu guarda roupa continha mais livros políticos que calças e cuecas. Do Bem-te-vi baleado que desfilava com a colega namorada como seu trunfo de glória. Do Tira que como militar ajudou a retirar da cadeia colegas que cometeram delito de opinião. E aquele baixinho que nos medievais trotes de então mostrou um revólver na cintura e ficou livre. Estes são os mais marcantes para mim. Se me lembrar de outros vou incluí-los a posteriori.

Um comentário:

  1. Lembro das pixações nos quartos cheios de beliches na residência universitária no Corredor da Vitória, de onde fui resgatado da invasão da "Justa" e acomodado em um puteiro defronte do corpo de bombeiros, na Bauxz dos Sapateiros: Che Guevara! EL Guerrillero!

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