O filme "O Mágico de Oz" (1939) representa um marco na história do cinema, e o processo de testes de figurino de Judy Garland é particularmente fascinante. A atriz, então com apenas 16 anos, estava prestes a interpretar Dorothy Gale, papel que definiria sua carreira e se tornaria icônico na cultura pop. Os testes de figurino eram uma parte crucial da pré-produção, pois precisavam capturar a essência de uma personagem que transitaria entre o Kansas em preto e branco e o colorido mundo de Oz.
O vestido azul e branco que se tornaria tão reconhecível passou por várias iterações antes de chegar à versão final. Os produtores e figurinistas precisavam encontrar um equilíbrio entre a simplicidade de uma garota do Kansas rural e uma heroína de um mundo fantástico. A escolha do tecido, do comprimento e do estilo precisava funcionar tanto nas sequências em sépia quanto nas coloridas, considerando que o filme utilizaria o revolucionário processo Technicolor.
Vale ressaltar que o estúdio MGM mantinha um rigoroso controle sobre a imagem de Garland. Durante as filmagens, a jovem atriz foi submetida a dietas restritivas e tinha que usar aparatos para parecer mais jovem, incluindo uma cinta para esconder suas formas naturais. Esses aspectos revelam o lado obscuro da indústria cinematográfica da época, especialmente em relação ao tratamento das atrizes jovens.
O processo de figurino também precisava considerar aspectos práticos: o vestido precisava resistir a longas horas de filmagem, sequências de dança e efeitos especiais. A durabilidade era tão importante quanto a estética, especialmente considerando as várias semanas de filmagem e as cenas de ação que a personagem enfrentaria em sua jornada.
Hoje, o vestido de Dorothy é considerado uma das peças mais icônicas do guarda-roupa cinematográfico, e os testes de figurino iniciais representam um momento crucial no desenvolvimento visual de um dos filmes mais influentes já feitos. O cuidado com os detalhes e a atenção à caracterização visual contribuíram significativamente para criar uma personagem que continua ressoando com frequência mais de 80 anos depois.
Giih De Figueiredo
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