Sábio. Deu carinho e reverência a ela. Que chegou aos 96. Sábia aquela mulher. Sempre hostilizada pela nora. E ela sorria. E era encaminhada a passar temporadas na casa de parentes dos filhos. Consegui que o meu fosse conhecê-la. Já quase cega abençoou Bilu o cãozinho pequinês agarrando-o pelo focinho. Com o fêmur fraturado aos 90 nunca mais andou. E enquanto pôde costurava palhaços que os amigos raros que lhe iam dar carinho compravam. Chegou o dia da partida. Ela só com o filho idoso a cuidar dela. Fui chamado em socorro funéreo. A peguei pelos braços e ele pelas pernas e a colocamos no caixão. Não me lembro de mais nada. A dor do feito ou do deixado de fazer foi recalcada ao inconsciente. Lá se foi minha avó Mariquinha.
quarta-feira, janeiro 22, 2025
MARIQUINHA ADEUS
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