quarta-feira, janeiro 29, 2025

A Berlim de Vinícius de Moraes

 

Vós os vereis surgir da aurora mansa

Firmes na marcha e uníssonos no brado

Os heróicos demônios da vingança

Que vos perseguem desde Stalingrado.


As mãos queimadas do fuzil candente

As vestes podres de granizo e lama

Vós os vereis surgir subitamente

Aos heróicos prosélitos do Drama.


De início mancha tateante e informe

Crescendo às sombras da manhã exangue

Logo o vereis se erguer, o Russo enorme

Sob um sol rubro como um punho em sangue.


E ao seu avanço há de ruir a Porta

De Brandemburgo, e hão de calar os cães

E então hás de escutar, Cidade Morta

O silêncio das vozes alemãs.

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