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domingo, outubro 06, 2024

HOPPER. Ronaldo Costa Fernandes

 




Em Hopper, não há a solidão que todos dizem.


Aquele casal na lanchonete,

as moças no quarto

ou no vagão de trem

estão imobilizados de vida

— de vida tão grave

que nada escapa (como nos buracos negros)

de seu campo de gravidade.


Ali estão os autômatos de Hopper

em sua fantástica viagem em torno de si mesmo.


Não é a vida americana

que é criticada.

O que nos desnorteia em Hopper

— e nos fascina —

é que nos vemos na lanchonete,

na parada de ônibus ou no vagão de trem.

Estamos imobilizados — hopperianos —

em têmpera e colorido,

fixos na tela do tempo,

e, irremediavelmente, presos a nós mesmos,

a vida como um quadro americano

do qual não podemos escapar.

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