O bairro Cajazeiras. Dois mil e três. Uma colega de curso de psicanálise que fiz talvez por dois anos. Ela poucos meses. Silente, cabelos compridos, esbelta. Me houve por bem convidá-la para jantar. Acreditava que ela usaria a última flor do Lacio, a bela e inculta língua de Camões, para me falar de sua alma. O corpo talvez viesse a falar em ais ou gemidos inexprimíveis. Como não falou fui inspirado a levá-la para casa. Era em Cajazeiras um bairro novo de Salvador à época cinco setores de prédios. Hoje tem quinze. Classe operária digamos assim. Fui até o setor três ou quatro não me lembro. Deixei a lady em seu domicílio. Agradeço a ela a gentileza de pedir ao irmão que me acompanhasse no seu carro até a saída do bairro por ser muito perigoso. A vida de homem só à busca de companhia pode ser um tanto perigosa.
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