domingo, dezembro 17, 2023

A RODA GIRA.

No povoado só minha mãe lia previamente o jornal editado nacionalmente pela denominação evangélica onde se congregava. Aos domingos tinha a ascendência de resenhar os artigos de fundo organizacional ou teológicos mais complexos. Ela e meu pai sempre cantavam um dueto de algum hino ele na segunda voz contralto ela no soprano. Ainda ela debatia todo sábado com o padre que ia aos correios onde ela a chefe e ele morria de dar risada das altercações que tinha que ouvir. Já meu pai me dizia não ter livros para ler a não ser um volumoso dicionário cheio de figuras desenhadas a bico de pena provavelmente de pato no original. Destes mistérios tipográficos confesso ignorá-los. Aos domingos de vez em quando meu pai me levava para as roças a pé e lá reunido com outros irmãos na fé pregava o evangelho de Cristo. Ela me dizia que eu iria ser pastor ou médico. Optei pela medicina. Mas desconfio que seria feliz sendo um clérigo protestante católico romano ou copta ou ortodoxo. Mas a vida é de viés. Tenho dois filhos que são meus amores. Outros vou me referir em outra resenha. Só os do bem. Mas não fiquem à espera. O mundo gira.

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