Voltei a Jequié na Bahia em férias dos estudos no Colégio Estadual da Bahia hoje dito Central. Cinco da manhã embarquei no "vapor" da Companhia de Navegação Baiana de Salvador até depois da ilha de Itaparica em São Roque do Paraguaçu. Aí começava a Estrada de Ferro Nazaré. Mais barato ir na segunda classe onde os bancos de madeira nos lembrava do conforto alcochoado dos da primeira classe à frente. Café com pão bolacha não era o ruído do trem. Comigo nem bolacha nem pão. Havia comprado três mangas espada para a viagem. E as paisagens. E a fuligem da lenha queimada da locomotiva "Maria Fumaça". E a fome. Uma manga por café da manhã. Uma por almoço. Uma por jantar. Cheguei em Jequié perto da meia noite. Desnorteado após saltar do vagão vaguei por rua oposta à que morava. Seria o sono? Teria sido a fome? Enfim, voltei à casa dos meus pais. Era casa não rebocada. Paredes de adobe. Blocos de barro não cozido a partir da terra molhada. Iria completar meus quinze anos. A adolescência. O lenho. O fogo. A chama.
segunda-feira, julho 03, 2023
O LENHO. O FOGO. A CHAMA. Charles Fonseca
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