ANTES DO RISO
Era silenciosa a oficina
do meu avô.
Curtir o couro entre
as correias e suas aparas
abissais, era coisa
pra mil séculos
de esperas.
Tudo tinha um aroma
de sol nascendo.
Ainda mais no tempo da festa,
quando os netos ruidosos
com rastro de lavanda
invadiam a oficina
depois do café da manhã.
Os olhinhos brilhando
diante da destreza do avô,
do silêncio do avô,
da carne dura do seu sorriso.
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