debruço-me na ponte, olho o rio que sangra minha infância; me despeço de mim — lá, do que fui, do que somente fui, não mais serei. Na Rua do Apertucho, com tristeza, me despeço de mim, dos meus amigos. Imperceptível traço do destino, com palavras escritas nas paredes, resiste na água quieta (minha tia Dasdores, debruçada na janela, olha a chuva batendo nos gramados). Do necessário roxo dos telhados desce o gado manso do tempo, rumo ao fundo do rio chifrando ausências.
quinta-feira, junho 08, 2023
ÁGUA PRETA. Florisvaldo Matos. Poesianet
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