Aos dezesseis anos fui morar com uma tia em Salvador. Era um pardieiro. Era um beco. Rua Alfredo Requião 17 conforme constou no meu convite de formatura embora já morasse de graça no Corredor da Vitória hoje o metro quadrado mais caro da cidade. Voltemos. Do quarto que dormia com mais dois primos se via os fundos do Convento do Carmo e a igreja correspondente. Nesta me casei. Mas aí é outra longa história. Depois de décadas voltei para rever o pardieiro. Foi demolido. No andar de baixo havia uma senhora que dava o santo e pelos buracos do assoalho de madeira subia um doce cheiro de incenso. Eu a bisbilhotava enquanto já meio embriagada gritava Êparrei!
domingo, janeiro 23, 2022
Êparrei! Charles Fonseca
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