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domingo, agosto 08, 2021

TERNURA. Charles Fonseca

TERNURA

Charles Fonseca

o vento zune ao lado de mim e é frio
como os que em minha vida já tanto quebrou arestas
olho a rua deserta pela fresta
da janela lembro delas e sorrio

por elas minh'alma correu lágrimas
amargas que ao disfarce foram risos
outras vezes um moço bom siso
meu livro de vida, tantas páginas

contém às vezes um ai outras extensas lamúrias
chatas de ler quem não as sofreu até pode rir
no entanto em todo dia há porvir
há páginas de intensa ternura

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