sábado, outubro 17, 2020

O PANGARÉ. Charles Fonseca. Poesia

O PANGARÉ 

Charles Fonseca 


como resisti por décadas 
o espancar de um pangaré 
num livro de Dostoievski 
em meio a porcas misérias 

e agora carcomido 
será que por casca grossa 
ultrapasso, tão ferido, 
também cavalgo a carroça 

desta vida tantos anos 
ao chicote da paixão 
insisti, bruta tesão, 
redimido, outros planos.

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