quarta-feira, setembro 30, 2020

CARINHO. Charles Fonseca

 

CARINHO 
Charles Fonseca 

que belo o teu joelho, 
que sonora esta palavra, 
fazer poema é uma lavra 
que atiça em mim desejos 

de estar com minha caneta 
já de logo enrijecida 
daquela da tal antiga 
pena de pato, tinteiro, 

a ti me dou por inteiro 
a mim recebe, papel, 
a mim absorve, meu mel, 
goza, amor, o travesseiro 

a nós espera quietinho 
o edredom que a nós cubra 
ereto em versos desnuda 
o que há só em nós. Carinho.

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