terça-feira, agosto 11, 2020

O TYGRE. William Blake

O TYGRE 
William Blake 

 Tradução: Augusto de Campos 

Tygre! Tygre! Brilho, brasa 
que a furna noturna abrasa, 
que olho ou mão armaria tua feroz symetrya? 
Em que céu se foi forjar o fogo do teu olhar?
 
Em que asas veio a chama? 
Que mão colheu esta flama? 
Que força fez retorcer em nervos todo o teu ser? 
E o som do teu coração de aço, que cor, que ação? 

Teu cérebro, quem o malha? 
Que martelo? Que fornalha o moldou? 
Que mão, que garra 
seu terror mortal amarra? 

Quando as lanças das estrelas 
cortaram os céus, ao vê-las, 
quem as fez sorriu talvez? 
Quem fez a ovelha te fez? 

Tygre! Tygre! Brilho, brasa 
que a furna noturna abrasa, 
que olho ou mão armaria 
tua feroz symmetrya?

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