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quarta-feira, abril 15, 2020

O Nascimento da Ópera Lírica e seus desdobramentos

O Nascimento da Ópera Lírica e seus desdobramentos
I. - O que é Ópera Lírica ?


Ópera (em italiano: significa obra, em latim, plural de "opus", obra) é um gênero artístico teatral que consiste em um drama encenado acompanhada de música, ou seja, composição dramática em que se combinam música instrumental e canto, com presença ou não de diálogo falado. Os cantores são acompanhados por um grupo musical, que em algumas óperas pode ser uma orquestra sinfônica completa.





O desenvolvimento das estruturas musicais anteriormente pelos mestres flamengos e venezianos serviu de suporte para que, no Barroco, surgisse uma nova forma musical, a ópera.


O drama é apresentado utilizando os elementos típicos do teatro, tais como cenografia, vestuários e atuação. No entanto, a letra da ópera (conhecida como libreto) é normalmente cantada em lugar de ser falada. A ópera é também o casamento perfeito entre a música e o teatro.

Origem

A ópera surgiu no início do séc. XVII, na Itália para definir as peças de teatro musical, às quais se referia, com formulações universais como dramma per música (drama musical) ou favola in música (fábula musical), espécie de diálogo falado ou declamado acompanhado por uma orquestra.

Devido seu local de origem, a maior parte das óperas é encenada em latim ou italiano. Suas origens remontam as tragédias gregas e cantos carnavalescos italianos do séc. XIV.

A primeira obra considerada uma ópera, data aproximadamente do ano 1594 em Florença no final do Renascimento. Chamada Dafne (está atualmente desaparecida) escrita por Jacopo Peri e Rinuccini, para um círculo elitista de humanistas florentinos, conhecido como a Camerata. Dafne foi uma tentativa de reviver uma tragédia grega clássica, como parte de uma ampla reaparição da antiguidade que caracterizou o Renascimento. Um trabalho posterior de Peri, Eurídice - escrita para as bodas de Henrique IV e Maria de Médicis, em 1600 - é a primeira ópera que sobreviveu até a atualidade.

II. - Ópera Italiana

Na Itália, três cidades deram importantes contribuições para o desenvolvimento da ópera.
Roma aperfeiçoou os Coros;
Nápoles o "bel canto", ou seja, a arte de cantar, e;
Veneza a música instrumental.

A escola considerada mais importante foi de Veneza, onde surgiu o primeiro gênio da ópera, Claudio Monteverdi (1567-1643). Nascido em Cremona, foi membro da sociedade Os Filarmônicos de Bologna, onde realizou progressos na arte musical e contribuiu com o crescimento do drama lírico com suas duas óperas Ariana e Orfeo.

Seu discípulo, Francesco Cavalli (1602-1676) aperfeiçoou o estilo de Monteverdi, agrupando várias vozes em duetos, tercetos e quartetos, e colocando os coros em lugar de importância secundária. Cavalli introduziu também os elementos cômicos.

histórico

No início, o que se pôde rastrear ao fim do século XVI, é que no intermédio realizado entre um ato e outro de uma comédia recitada, drama, ou tragicomédia, era comum algum personagem intervir na ação dramática, cantando e tocando um instrumento.

Ao fim dos 1500, um grupo de músico decidiu então experimentar uma nova forma de apresentação. A música, a poesia, a cena, com a contribuição da pintura, escultura, arquitetura, deviam se juntar na criação de um espetáculo novo e extremamente envolvente do ponto de vista sensorial.

Um evento normalmente extraído da mitologia ou das epopéias heróicas era reescrito na forma de versos. Disso se ocupava o letrista que realizava o livreto. O músico compunha a música que em teoria devia se coligar com o texto. O cenógrafo enfim se ocupava de todo aparato cenográfico, o cenário, as vestimentas, a iluminação e assim por diante. Nessa primeira fase a música era cafacterizada por um contrabaixo contínuo enriquecido por instrumentos de sopro e corda.



A ópera lirica foi enormemente difundida no período barroco, sobretudo em Roma e em Veneza. Os espetáculos eram inicialmente reservados à corte e à uma elite intelectual e aristocrática. Ela adquiriu o caráter de entretenimento a partir de 1637, quando abriu suas portas o Teatro San Cassiano de Veneza, o primeiro teatro moderno pela estrutura, organização e gestão: Os palcos podiam trocar de cenários durante o espetáculo, o público se organiza como platéia os palcos se podiam alugar para apresentar um espetáculo.


O público da época apreciava sobretudo o virtuosismo dos cantores (soprano, barítono, baixo, meio-soprano). Alguns vôos e gorgeios musicais, eram prova da extensão vocal e da capacidade do cantor.

O assunto da ópera podia ser de vários tipos: séria, espalhafatosa, brincalhona, semi-séria, ficcional.

A ópera se organiza convencionalmente em vários números musicais, que incluem seja momento de solo (ária, romance,...) ou de grupos (duetos, tercetos, coros, ...,)

III. - Óperas famosas internacionalmente
(fonte: www.euterpe.com)



LE NOZZE DI FIGARO
Wolfgang Amadeus Mozart

Sinopse (wikipedia)



A ação desenrola-se no Castelo do Conde de Almaviva, algures perto de Sevilha, no ano de 1785. Fígaro e Susanna, servos do Conde e da Condessa Almaviva, estão noivos e casam em breve.

O Conde mantém um longo assédio sexual a Susanna o que a faz duvidar que este venha a cumprir a sua promessa de abolir o tão odiado "direito do senhor", que estabelecia a prerrogativa de se deitar com a serva antes de a entregar ao futuro marido.
Viena, Áustria, 1786
Juntamente com Don Giovanni e Così Fan Tutte, que compõem o trio de obras-primas de Mozart com libreto de Lorenzo da Ponte, Figaro é considerada por muitos a ópera perfeita: um balanço de sagacidade, humanidade e música sublime. Por satirizar certos costumes da nobreza, a obra gerou polêmica na sua estreia. Um dos seus pontos fortes é a riqueza dos conjuntos vocais, mais eficientes na condução da ação dramática do que os antigos recitativos. À medida que o drama se intensifica, Mozart sofistica a escrita, trazendo os personagens ao palco, numa complexa rede de solos e conjuntos cantando em múltiplas combinações, e um clímax de sete, oito vozes no segundo e quarto atos. Brahms chegou a afirmar: “Em minha opinião, cada número de Figaro é um milagre; está totalmente além de minha capacidade entender como alguém criou algo tão perfeito; nada jamais foi feito assim, nem mesmo por Beethoven”.





Gioacchino Rossini

Introdução (wikipedia)

Amanhece. O Conde Almaviva faz uma serenata diante da janela da jovem Rosina, mesmo desconhecendo o nome da donzela a quem canta. Rosina não lhe responde. O Conde ouve ao longe a voz de um homem a cantar: é o barbeiro Fígaro, seu amigo, que estranha vê-lo longe de casa àquela hora. Almaviva explica ao Fígaro o seu intento de cortejar a "filha do médico" que ali mora (embora Rosina seja tutelada e não filha do médico). Prestativo, Fígaro coloca-se à disposição do conde, para ajudá-lo. Ambos ouvem quando Don Bartolo, o tutor de Rosina, diz que vai sair e que no caso de Don Basílio - o professor de música de Rosina e casamenteiro - chegar, devem fazê-lo esperar até a sua volta. Dom Bartolo sonha casar-se com Rosina. Fígaro propõe ao conde que use um disfarce, para entrar na casa de Rosina.
Roma, Itália, 1816
Puro, engraçado, delicioso, efervescente, terrivelmente difícil de cantar: O Barbeiro de Sevilha, escrito em duas semanas por um compositor que já havia escrito 35 óperas com 37 anos de idade e logo se aposentou, encabeça a lista de todas as comédias em forma de ópera. Muito além do famoso “Figaro cá, Figaro lá”, a obra-prima de Rossini traz um impecável libreto absolutamente conectado com a música ideal, cheia de ritmos marcantes, melodias irresistíveis e situações muito engraçadas. É a primeira parte da mesma peça que gerou Le Nozze di Figaro, de Mozart, 30 anos antes. Sua estreia foi um fracasso, graças a partidários de rivais do compositor e acidentes no teatro – chegou a haver incêndio. Tudo mudou rapidamente e, logo após uma semana, a obra já era um sucesso imbatível.





IV - Outras Óperas
a) Ópera Francesa

Rivalizando com produções importadas da ópera italiana, uma tradição francesa separada, cantada em francês, foi fundada pelo compositor italiano Jean-Baptiste Lully, que monopolizou a ópera francesa desde 1672. As aberturas de Lully, seus recitativos disciplinados e fluidos e seus intermezzi estabeleceram um padrão que Gluck lutou por reformar quase um século depois. A ópera na França permaneceu, incluindo interlúdios de balé e uma elaborada maquinaria cenográfica.


A ópera francesa foi influenciada pelo bel canto de Rossini e outros compositores italianos.

b) Ópera Alemã


Com a obra de Wolfgang Amadeus Mozart iniciou-se, a partir de meados de 1780, um longo desenvolvimento operístico alemão, que duraria até o fim do século XIX, e levaria a uma suplantação das obras italianas em favor das germânicas – ou de obras estrangeiras integralmente traduzidas em alemão - nos territórios de língua alemã.

Richard Wagner revolucionou bastante o romantismo operístico alemão. Uma das inovações para a ópera trazida por Wagner foi a introdução do conceito do drama musical, pelo que a ópera deixa de ser composta por "números" e a música passa a ter um fluxo contínuo, sem divisões em árias, duetos, etc.

Um tema recorrente nas óperas de Wagner (exceto Os Mestres Cantores de Nurembergue), cujo libreto ele próprio redigia, é a salvação através do amor, da renúncia ou da morte.
V - Referências

Análise das Óperas "Bodas de Fígaro" e "Barbeiro de Sevilha" - blog euterpe.com - http://euterpe.blog.br/performance-musical/interpretacao-e-interpretes/15-operas-para-ouvir-antes-de-morrer

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