VALE QUANTO LESA
Iacyr Anderson Freitas
do minério
não se inclui
no peso bruto
glebas & glebas
de luto
rios que morreram
no curso
de um minuto
vales vilas vidas
como insumos
ou meros
acidentes
de percurso
com zeros
muitos zeros
à direita do lucro
& o que resta
— um cemitério
devoluto
(mero
acidente
de percurso?)
grandes açougues
de azougue
pelas frestas
rios defuntos
de defuntas
florestas
(uma hecatombe
a cada monte)
& o peso bruto
dessas mortes
em conluio
com os zeros
à direita
sempre à direita
do lucro
(este
que prospera
com as mortalhas
que entrega
& muito medra
com os crimes
que nega)
este
senhores
o lucro
: para o qual
não existe
corpo insepulto :o lucro
o único
(embora sujo
de lama & luto
embora mito)
o único o único
(oh perdoai
se vos repito)
o único
impoluto
terça-feira, março 24, 2020
VALE QUANTO LESA. Iacyr Anderson Freitas. Poesia.
Marcadores:Charles Fonseca,....Charles Fonseca,
Iacyr Anderson Freitas,
Poesia
Escreva para o meu e-mail: silvafonseca@gmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário