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sábado, março 28, 2020

A bruxa. Charles Fonseca.

A bruxa
Charles Fonseca

A área de mata virgem. Floresta Atlântica. Cem hectares. Fazer uma fazenda. A meta do jovem casal. Os avós da jovem, já falecidos no ocaso de empreendimento semelhante na mesma região. Era o sonho reerguer um passado longínquo. E mãos à obra. Chega a CEPLAC, cabide de emprego, com a dita técnica da derruba total da mata, fogaréu, calcário, adubação, plantio de bananeira como sombra para as mudas do Theobroma cacau. E os matutos parentes contra essa técnica. Que não derrubassem as árvores. Raleassem as árvores menores só permanecendo as maiores, altaneiras, como sombra. O terreno continuaria úmido. Mas não. Decidiram pela agressão mortal às árvores. Outras seriam plantadas, conforme a nova técnica...
À derrubada total, ante a demora de crescimento do que foi plantado, nova área agora na cabruca, prática centenária dos ancestrais. Agora começou a dar certo. Os parentes idosos da região diziam: agora é cuidar de que já foi plantado. Plantaram outra área em igual tamanho. Mas e os custos da mão de obra, dos insumos agrícolas? A decadência começou a marcha inexorável em toda a região. A praga do fungo vassoura de bruxa. No povoado próximo vi uma roda de "mateiros" silenciosos. Que ajuntamento estranho! Cheguei perto: por que esta roda? Alguém me respondeu: é a bruxa. Trazida por sindicalistas infiltrados na CEPLAC à época com mais de quatro mil empregados. Estão soltos até hoje.

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