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terça-feira, outubro 08, 2019

SOLIDÁRIOS. Ruy Proença. Poesia.

SOLIDÁRIOS
Ruy Proença

entro no trem
nadando
em mar
de carne

(carne: matéria
resistente
escorada
em barras
de ossos)

entro
sob pressão

amalgamando-me
tecido contra
tecido
à massa
compacta

sem saber
se ainda tenho
braço perna

se os pés
tocam
o chão

sem saber
se ainda sou eu

os olhos voltados
para o teto
da composição

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