quarta-feira, abril 03, 2019

ATÉ MAIS ( II ). Charles Fonseca. Prosa.

ATÉ MAIS
Charles Fonseca

Aí ela lhe disse não fossem tantas as mágoas que você tem de mim ainda daria para viver junto. Olhou com compaixão aquela mulher, tão ingênua lhe aparentava, tão vítima que fora, tão cruel com ele à fora e agora o que a movia? As ilusões acabaram, o real bateu à porta, a solidão dando entrada posto ele porta à fora. Que mais importava se fora um joão ninguém, um pobretão sem vintém, um zero decisório, um passado em cartório? Uma imagem vergastada, um simbólico vicário e o real chegando à barra. Chamou aquilo tragédia, chamou aquilo ilusão, agora não quis mais não, perdera toda a paixão, foi-se embora o vir a ser. Saíra pré psicótico, da miséria em alta renda e agora e agora? Agora seguir em frente, o deserto já passara, à frente a passarada, o passado ainda presente de vez ou em floração, talvez venham talvez não.

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