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segunda-feira, fevereiro 25, 2019

TIGER. Joaquim Branco. Poesia.

TIGER
Joaquim Branco

Corre a tarde em minh'alma e conjecturo
que o tigre vocativo do meu verso
é um tigre de símbolos e sombras (...)
Jorge Luis Borges, "O outro tigre" (in O fazedor)



Theda Bara me olha
com olhos de quem
mata, e diz:

Desata-me.

Decifrado, o olhar
que espreitara antes
agora fuzila firme
e em cheio
contra o vidro
de um pesadelo.

(Só Borges enfrentara
o tigre antes.)

Felina, garras e boca
em perfeita dentição
são arremessos para lá
de ameaçadores
mesmo sob uma irretocada
e espessa vigília.



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