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quarta-feira, fevereiro 20, 2019

ESQUÁLIDO. Charles Fonseca. Poesia.

ESQUÁLIDO
Charles Fonseca

É como se fora do dentista a turbina
a girar devagarinho e sempre
sobre um dentinho avariado e sente
tocar de leve na nervura fina

sem anestesia, não precisava tanto,
dizer ao ingênuo paciente crédulo
suave, sussurrante, pérdulo,
em dizer mentira sem prever o pranto

assim é o sentimento inválido
de reverter aos bons tempos de outrora
àquele amor primeiro da aurora
a secar pouco a pouco em saudade esquálido.


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