Charles Fonseca
Uma árvore abre os braços
como se fosse de uma cruz
pede clemência a Jesus
eu a vi de olhos baços
como a pedir clemência
a casca já grossa carpida
nos embates antes ida
já em plena senescencia
fincada está terreno fértil
semeou levou-lhe a aragem
seus filhotes na voragem
de uma vida, não foi séssil,
plantados agora florescem
também já de si reproduzem
são os netos que sós luzem
pros avós que qual estrelas fenecem.

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