O TEMPO
Ronaldo Costa Fernandes
O tempo e sua matéria
a máquina dos meus humores
tão rica e mineral
enquanto lá for
a sonata dos desatinos
orquestra o boi que se estende no varal.
O tempo e sua miséria,
deus negro que não encontra o sono.
O tempo e sua morfologia
feita de nada e de tudo
como alguém que anda
com os calcanhares para a frente.
O tempo e sua bílis negra,
atrabiliário e perverso,
monstro do Loch Ness,
ó profundeza feita de vazio.
O tempo e sua caixa de música
o lugar dos sons prisioneiro,
o que se escuta é o silêncio das horas
lambendo o ar rarefeito.
O tempo — animal que não envelhece,
nós é que passamos por ele
como alguém que acena de um ônibus
para a imobilidade saudosa
de um bar à beira da estrada.
segunda-feira, dezembro 17, 2018
O TEMPO. Ronaldo Costa Fernandes. Poesia.
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