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quinta-feira, dezembro 13, 2018

ARRULHOS ( II ). Charles Fonseca. Poesia.

ARRULHOS
Charles Fonseca

Quando em vão eu fantasio
ando com ela mãos dadas
sem mais ninguém nem mais nada
luar em noite de estio

mão na mão um olhar no outro
enxergo nela mil astros
no céu azul entre abraços
beijinhos no seu pescoço

quando discreta me toca
sobem mil labaredas
caem candentes estrelas
lua a nós bisbilhota

atrás de uma palmeira
ou duma nuvem que escura
torna maior a ventura
do nosso leito na areia

lagoa do Abaeté
na ponta de Humaitá
esconde esconde vem lá
outro par desce a maré

no Morro do Bom Conselho
na praia Porto da Barra
sós onde o mar se espraia
a lua se olha no espelho

e assim nossos escuros
lugares escondidinhos
mil beijinhos nós no ninho
dois pombinhos em arrulhos.

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