ARRULHOS
Charles Fonseca
Quando em vão eu fantasio
ando com ela mãos dadas
sem mais ninguém nem mais nada
luar em noite de estio
mão na mão um olhar no outro
enxergo nela mil astros
no céu azul entre abraços
beijinhos no seu pescoço
quando discreta me toca
sobem mil labaredas
caem candentes estrelas
lua a nós bisbilhota
atrás de uma palmeira
ou duma nuvem que escura
torna maior a ventura
do nosso leito na areia
lagoa do Abaeté
na ponta de Humaitá
esconde esconde vem lá
outro par desce a maré
no Morro do Bom Conselho
na praia Porto da Barra
sós onde o mar se espraia
a lua se olha no espelho
e assim nossos escuros
lugares escondidinhos
mil beijinhos nós no ninho
dois pombinhos em arrulhos.
quinta-feira, dezembro 13, 2018
ARRULHOS ( II ). Charles Fonseca. Poesia.
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