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segunda-feira, novembro 26, 2018

BODAS DE SANGUE. José Inácio Vieira de Melo. Poesia.

BODAS DE SANGUE
José Inácio Vieira de Melo

Para Cristina Hoyos


Que beleza é essa que tanto me incomoda?
Que olhar de tâmara — sâmaras que se
[ semeiam —
transborda dos cântaros de tua íris?
O que anunciam teus inquisidores e
[ translúcidos olhos?

Tudo em ti é duplo, senhora do amor bruxo.
De tuas mãos multiplicam-se os gestos
[ e as bênçãos
e com tuas mãos dizes mais que cem mil
[ bocas juntas
e essas mesmas mãos prenunciam a beleza
[ de tuas ancas.

Mas mais do que tudo, o que impera em ti
são esses milagres que são tuas tetas,
dois punhais que a cada instante furam
[ minha paz
e que me ensinaram a amargar a
[ verdadeira sede.

Ah Cristina Hoyos, deusa de Espanha,
vem bailando em nuvens e em versos de
[ García Lorca,
vem com teus punhais para a minha peixeira
[ de 12 polegadas,
pois as nossas bodas só podem ser de sangue.

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